segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O que é um filme B?



por Quatermass


Tenho uma posição pessoal sobre o assunto. Quando criança assistia filmes de ficção e fantasia na tv. Hoje tenho 43 anos, mas me lembro quando, na primeira metade da década de setenta, assistia sessão dupla aos domingos de tarde na antiga TV Difusora de Porto Alegre (Canal 10 – atual Bandeirantes), e quando a Globo passava bons filmes de ficção dos anos 50 e 60, em preto e branco ou não, às tardes ou de madrugada nos finais de semana, sem me preocupar se possuíam efeitos especiais gerados por computador.



Efeitos especiais, taí um aspecto interessante! Hoje em dia, para ser levado em conta como bom filme de ficção deve ter também não sei quantos efeitos especiais. Um filme para ser antigo ou velho basta ter dez anos ou menos; mais que isto o atual cinéfilo não sabe ou não quer saber. Filme preto e branco, que horror!!!


Mas a essência de um bom filme consagra-se naquilo que o espectador não vê simplesmente, mas da interpretação que faz, da mensagem que o filme passa e da sensação obtida. Um bom diretor + um bom roteiro = uma história bem contada, um bom filme que será sempre lembrado, independente de idade. Estes dois elementos me marcaram profundamente, pois foi justamente quando criança tive o privilégio de assistir a uma safra incrível de filmes dos quais não lembro o nome do ator ou atriz, mas recordo a história (que quando bem contada, tenho certeza, vi várias vezes).



Taí o segredo de um filme B: orçamento mediano, um bom diretor (que tal Nathan Juran, Jack Arnold, William Cameron Menzies, George Pal, Byron Haskin), um bom roteirista (por exemplo, Nigel Kneale), bons efeitos especiais (conhecem Ray Harryhausen?) e uma boa trilha sonora (quem sabe composta por um tal de Bernard Hermann?).





Pra quê me martirizar assistindo refilmagens como a de Os Invasores de Marte (1986) ou A Guerra dos Mundos (2006) se os dois filmes originais de 1953 são infinitamente superiores?



Certa vez assisti O Monstro do Mar (The Beast from Twenty Thousand Fathoms), também de 1953 – a história: um dinossauro que é despertado por uma explosão nuclear no ártico, nada até Nova York, entra no porto da cidade e se esconde dentro dela.



Não lembra o Godzilla de Roland Emerich (1998)? Pois é puro plágio do original! Inclusive porque o Godzilla japonês (1954) foi criado em razão do sucesso deste filme americano de 1953. Os efeitos especiais são de Ray Harryhausen, a direção é de Eugene Lourie. Como se não bastasse, tem o principal elemento que a refilmagem dos anos noventa não tem: timing. Até a fotografia em preto e branco do filme ajuda a criar a atmosfera de suspense; e sem ter que suportar a canastrice do Mathew Broderic e das caretas do Jean Reno.



Uma dica: assista A Ilha Misteriosa (1961), Jasão e o Velo de Ouro (1963), Vinte Milhões de Léguas da Terra (1957), O Incrível Homem que Encolheu (1957), A Invasão dos Discos Voadores (1956 – que foi homenageado por Tim Burton, especialmente o trabalho do Harryhausen, em Marte Ataca), Jack o Matador de Gigantes (1963) e outros. Quem sabe descobrirão o que senti quando criança e que admiro até hoje?


Trailer de O Monstro do Mar


4 comentários:

Fernanda disse...

Parabéns novamente pelo blog.
A equipe está aumentando.
Bastante sorte, felicidades e é claro, muitos posts. Hehe.
Abraços
Lider Optimus e Fê

Fernanda disse...

Olá Quatermass.
Seja bem-vindo a blogsfera.
Boa sorte e tudo de bom.
Abraços
Fê e Lider Optimus

Anônimo disse...

É, cara, assisti também a todos esses filmes na sessão da tarde, ou na tv Excelsior - SP antes de "pegar fogo"...só quem assistiu na nossa época sabe o que significa...hj é só bobagem e falta de imaginação. ABS

Anônimo disse...

ola parabens pelo seite o planeta e nosso conheci hoje e gostei muito
pena que nã0 tem filmes antigos para assistir direto no seite ou
baixar no pc mas assim mesmo tão de
parabens tentem colocar filmes
chamados b para baixar do modo mais
simples valeu brigadúúúúúú?

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