quarta-feira, 29 de maio de 2013

ALÉM DA ESCURIDÃO






por Quatermass



A série Jornada nas Estrelas realmente padece de uma maldição! Reconheço os méritos da série clássica (1966-1969), três temporadas cujo episódio mais fraco ainda ganha de 10 a 0 em cima de qualquer das franquias ou dos longas no cinema. Mas desconheço os motivos da incapacidade de Hollywood em produzir uma série ou longa à altura do original.


 O único diretor que chegou perto foi Nicholas Meyer, que além de dirigir também sabe roteirizar. Se em Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan fez bonito, em Jornada nas Estrelas VI – A Terra Desconhecida quase chegou lá, graças também ao seu vilão (o general Chang). 







O elenco original envelheceu, Deforest Kelley e James Doohan já morreram. Havia a necessidade de uma reciclagem e assim o fizeram, mas regada de equívocos. O novo elenco é empático, principalmente os novos Spock e Mcoy; até Kirk está mais convincente como velho William Shatner mulherengo. Mas de novo vem a questão do roteiro e do diretor. 


Após assistir a série clássica, mais A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e Enterprise, cheguei a conclusão que um dos tantos méritos de Andromeda (também criação de Gene Roddenberry) deve-se a presença de ótimos roteiros, coisa que Brannon Braga nunca viu, não vê, nem saberá um dia o que seja!











(atenção: contém spoilers)



O que aconteceu com J.  J.  Abrams? Bateu com a cabeça? Tanto o seu primeiro Star Trek (2009) quanto este último são inconclusivos, com atores mal aproveitados, com direito à ponta de Leonard Nimoy para matar a saudade dos fãs, roteiros exageradamente rápidos e estressantes e com visual muito mais poluído que a última trilogia de George Lucas! Parece que injetou Michael Bay nas veias e de repente, o trekkie deixa de ouvir as saudosas baboseiras estelares e passa a assistir gritos, discussões inúteis e explosões em dose tripla!












Os roteiros dos dois filmes (de 2009 e 2013) são aparente confusos devido à interminável sequência histérica, mas se analisados friamente chega-se a seguinte conclusão: de que Rômulus não existe mais; Vulcano também não; que o velho Spock trava uma cruzada solitária; que o capitão e toda a tripulação de Enterprise já conheciam Khan, ao contrário do episódio Sementes do Espaço, de 1967; esqueça o episódio piloto original (The Cage), assim como os episódios The Menagerie partes 1 e 2, uma vez que o capitão Pike é morto por Khan neste filme; que os romulanos e Klingons sofreram mutação genética entre estes filmes e a temporada clássica; e que Kirk depois de 1969 havia sofrido de andropausa ou impotência sexual.






O que dizer da história desta última obra prima de J. J. Abrams?  Prepare-se então quando for ao cinema: Khan é um agente, uma arma de destruição em massa que passa a castigar toda a frota estelar. No seu encalço estão James Tiberius Kirk e o Almirante Marcus, pai de Carol Marcus e futura mãe de David (filho de Kirk). Só de pensar já dá dor de cabeça; é como se o trekkie tivesse que deletar de vez a série clássica diante do excesso de asneiras que o roteiro nos conduz.






A Enterprise mais parece um navio cargueiro dos anos trinta de tanta tubulação: é quase impossível transitar dentro dela; cadê o visual clean das séries?  Tem mais lixo no espaço sideral do que os que orbitam a Terra. Se no episódio de 1967 e no filme de 1982 Khan era de origem indiana (Khan Noonien Singh), agora segundo J. J., ele é um ariano de olhos azuis, indestrutível! Qualé pô! J. J. errou em ressuscitar antigos personagens e jogá-los numa mixórdia espacial sem pé nem cabeça.




Para encerrar há uma cena que, acreditem se quiserem, Kirk entra no compartimento do reator da nave e salva a Enterprise, porém, está fadado a morrer pela radiação. Só que agora quem fica do lado de fora é Spock, eles se despedem com todas aquelas declarações de amizade ditas em Jornada II. O lado bom é que Kirk se recupera, não necessitando de um Projeto Genesis para renascer, nem de uma tenente Saavik de plantão. 


Mas inverter o roteiro mais que manjado das Jornadas II e III e dizer que com isto é um filme novo atenta à inteligência de qualquer um. No IMDb a nota atribuída foi 8,3. Já que vou ser o único a criticar este filme do J. J. e como trekker frustrado, porém não surpreendido, dou nota inversa: 3,8. Tá mais que bom! Até a próxima novela, nobre internauta! 







quarta-feira, 22 de maio de 2013

DHARMA FOR ONE





por Quatermass



Este comentário não é sobre um filme específico; é sobre um projeto de comentarista que por vezes falha em suas pretensões. 


Gosto muito de ler as caprichadas postagens do Carlos M42, do Space Monster; das lembranças do Eudes, do Rapadura Açucarada (FARRA, Papaia Celestial e Supersônico à Carvão); do Luiz, do Chutenosaco; do Gizmo, do Tralhas Várias, do Chesco 36, do Gibis Clássicos; do Sparrow, do Tela de Cinema; eis que por vezes desabafam. Agora, acho, chegou a minha vez! 


Não me refiro às traquinagens do Mediafire, do Uploaded ou ao Rapidshare. A Internet, como já falei é “Terra de Ninguém”, um put... e quem vai na chuva sabe que vai se molhar. Admiro Thintosecco, aos citados blogueiros e muitos outros (como o Justin do extinto Quadrinhos Antigos) pela perseverança em postar e reupar arquivos esquecidos e relegados. Teimosamente ressuscitam histórias que a grande mídia, por fruto de sua indescritível ignorância “esquecem”. 







Inexplicavelmente sempre curti quadrinhos e filmes, concomitante, não dá para separar; sempre fui aberto a novidades e pela redescoberta de obras de qualidade (como no Tralhas Várias, onde encontrei uma rara edição de 1961 de Tintin chamada “A Ilha Negra”, da Editora Flamboyant, antes de ser quase totalmente redesenhada em 1966). 


Agora já faz quase um ano sem postagem e não encontro culpados para tal lapso a não ser “moi”. A falta de tempo em si não é o problema, mas o cansaço em lidar com tempo exíguo, mais as cobranças típicas do gênero “pai ausente”, “marido ausente” e ter uma “amante virtual” se fazem sentir muito mais. O resquício de tempo me permite escrever rascunhos e daí gera o desânimo. Já disse: só escrevo e não faço uploads, no entanto, admiro muito mais aqueles de incansavelmente postam arquivos para compartilhar.  







Em 2007, quando o blog surgiu, minha proposta era escrever irreverentemente sobre filmes, cujas críticas geralmente não são vistas em jornais e revistas.   O tempo foi passando e notei que a resistência doméstica-profissional foi devastadoramente mais eficiente que uma bomba norte-coreana.


 Até que num determinado dia de abril, 19.04, sexta-feira, fui brindado com uma breve visita do Thintosecco no meu local de trabalho. Vocês dirão “e daí”? Daí que quando falei exatamente isso aí em cima o blogmaster não se abateu! Quem ficou chupando o dedo fui eu, e até me atrevi a dizer que tinha algum material quase finalizado e o blogger manteve-se irredutível. Tomou o cafezinho e foi embora; fiquei eu e minhas explicações de psicólogo charlatão. 


Num segundo ato, domingo, 19.04, minha filha de 13 anos queria comemorar aniversário com quatro dias de atraso de maneira especial: assistir sessão dupla comigo, pois como também gostava de ficção científica disse: “pai, não quer ver o filme do Tom Cruise?” Caí para trás: depois de 49 anos encontrei companhia para ver filme de ficção no cinema! Em tempo: ano passado ela também já havia visto Prometheus e o Vingador do Futuro. As chamadas retrô de Jack Harper e a trilha da banda M83 tocaram fundo.


Saí do cinema revigorado: arquivei o material antigo e pus-me a escrever Oblivion. Não sou um Rubens Ewald Filho, não sou jornalista; apenas utilizo meus conhecimentos de Licenciatura em História para fazer resenhas de filmes com escracho. Não se preocupem (caso se importem): continuo navegando na Internet junto aos citados blogs para viver “mais um dia no paraíso”. 





 


OBS1: se o internauta optar por acessar certos blogs que inocentemente pedem seu número de celular sem intenção de prejudicar é porque possui um grande espírito de aventura e gosta de viver emoções fortes. Quanto a mim, fico com a panelinha lá do alto: a do mundo maravilhoso dos livros, quadrinhos e filmes esquecidos e dou folga para o antivírus! 
 

Segue abaixo mais um trecho da trilha de Oblivion (que é genial)! 


OBS2: já está saindo um comparativo dos dois Vingadores do Futuro. Fazer o quê, né? 

terça-feira, 7 de maio de 2013

DESCANSE EM PAZ, VELHO AMIGO!



RAY HARRYHAUSEN (29.06.1920 - 07.05.2013)




por Thintosecco



Pois é, hoje fez sua passagem o velho mestre Ray Harryhausen. Gênio dos efeitos especiais nas décadas que antecederam o advento da computação gráfica, sua influência sobre todo o cinema de ficção feito desde então é imensa e incalculável, assim como o número de seus fâs.

Várias de suas obras já foram comentadas neste blog e creio que com elas já lhes prestamos homenagem, especialmente no comentário sobre o filme "O Monstro do Mar Revolto", pelo Quatermass, que pode ser conferido no link abaixo.

Valeu muito, Ray!



















domingo, 5 de maio de 2013

TOUCH DOWN!

 




por Quatermass



OBLIVION (Oblivion (esquecimento) – 2013) baseia-se uma graphic novel homônima que nunca foi editada nos EUA pela Radical Publishing. Por sua vez, a Universal comprou os direitos, reescrevendo o roteiro várias vezes. Agora, nobre internauta: valeu a pena? Com toda a certeza! 


Assim como em Prometheus o androide David buscava ser o alter ego de Peter o’Toole/Laurence da Arábia, e com isto roubava para si as melhores falas; Oblivion é um drama de ficção científica mesclando futuro com raro romantismo retrô narrado pelo “Tech 49” Jack Harper (Tom Cruise). Romantismo pelo passado, romantismo pela esposa esquecida, romantismo pelo amor à Terra e por toda a sua significância ante o universo. 









A história: no ano de 2077, passados 60 anos da invasão dos saqueadores. Os alienígenas destruíram a Lua, o que ocasionou todas as hecatombes naturais possíveis. Terminada a guerra após o uso de armas nucleares, a Terra agora jaz deserta e estéril. Victoria e Jack são os dois únicos humanos responsáveis pela manutenção dos droides que zelam pelas gigantescas plataformas que secam os mares continuamente e logo partirão para Titã, lua de Saturno e novo lar da humanidade.


 Mesmo tendo sua memória removida há cinco anos “pela segurança da missão”, insistentemente e inconscientemente luta contra tal bloqueio. Isto é o que foi narrado pelo protagonista “Tech 49” durante os primeiros quarenta minutos, até o momento em que uma nave cai na Terra e ele encontra uma misteriosa sobrevivente. 


Sobrevivente reconhecida em seus sonhos, cujo significado lhe é completamente obscuro, até que, aos poucos, Jack e você, internauta, descobrem que o inimigo é outro e que o mocinho involuntariamente trabalha para o lado errado.


 










 O filme bem que poderia chamar-se “nada é aquilo que você pensa” ou “outro dia no paraíso”, mas a forte carga emocional de Harper torna-se o elo lógico da trama. Depois disto é reviravolta seguida de reviravolta (ou surpresa após surpresa). 


Não é um roteiro fácil de digerir.   George Lucas  jamais  faria um filme destes,  ainda mais sem John Willians; ao contrário, a trilha composta pela banda M83 surpreende também, e sem ela muito da beleza plástica se perderia.


Para falar a verdade, Oblivion significa muito mais que ver e ouvir: visual e sonoramente deslumbrante, aparenta ser mais um cliché,   mas não,  o termo exato é surpreender, exatamente como sua história. 










OBLIVION, A TRILHA

sábado, 4 de maio de 2013

TV RETRÔ ARQUIVO: JOE 90

 

Bem lá do fundo do baú, relembro esse clássico seriado de ficção, com uso de marionetes.
Será que essa moda voltará?

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