sábado, 30 de novembro de 2013

O HOMEM DE AÇO








por Quatermass



O Homem de Aço (Man of Steel – 2013) é mais uma releitura bem sucedida de Christopher Nolan. 


Confesso que tive certo receio em assistir este filme. Os Superman infantojuvenis dos anos setenta e oitenta (1978, 1980, 1983 e 1987) e a versão insossa de 2006 (Superman o Retorno) beiravam entre o puro divertimento, o histriônico, o traumático, o decepcionante e o ridículo.  Superman I e II, apesar de dirigidos por Richard Donner, possuíam abordagens diferentes. O de 1978 era do gênero fantasia, com cenas antológicas e divertidas do vilão solo Lex Luthor (Gene Hackmann) e seu atrapalhado comparsa Otis (Ned Beatty). Já o de 1980, era aventura e desta vez Lex Luthor dividia a vilania com General Zod (Terence Stamp), ambos ótimos como sempre. 


Daí em diante a casa caiu: além de não resgatarem o espírito dos dois primeiros filmes, a ausência de um roteiro coerente resultou em autoparódias sem graça e pouco originais. Após o filme de 2006 o assunto passou a ser tabu, até cair nas mãos do diretor/produtor/roteirista Christopher Nolan. E o desafio era grande: criar uma história que superasse a ruindade dos últimos e o de, ao menos, alcançar o filme de 1978. 











Com seu tradicional “realismo-bruto-extra-violento”, Nolan não só alcançou os filmes de Richard Donner, como também superou pelas beiradas. Seu estilo é próprio, ou seja, não tem fantasia nem aventura sem dose extra de extrema violência. E esta violência não é na base de porrada tipo Schwarzenegger/Stallone/Van Damme, mas pela demonstração pura, primitiva e anabolizada da maldade,  pela desumanização do ser.


Exemplos? Dou três: no Batman de 2008 quando o Coringa (Heath Ledger) chega numa reunia de bandidos e para mostrar força afirma que fará um lápis desaparecer e o faz pela testa de um deles; segundo, no Batman de 2012, quando Bane (Tom Hardy) deixa para morrer no Bandeirante um de seus comparsas; terceiro, em O Grande Truque (2006), pela forma como Robert Angier (Hugh Jackman) consegue se teletransportar. 


Seu Homem de Aço não questiona a ausência do super-herói após passar uns tempos fora, como no filme de 2006, nem traz comediante sem graça para salvar o roteiro falido como no de 1983, ou uma história politicamente correta e absurdamente fraca como no de 1987. Ao contrário: seu superman é o mais humano dos últimos tempos, é o que possui menos traumas em se situar e assumir uma relação, que aceita estar entre humanos não porque sejam fracos e inferiores, mas porque seus inimigos são superiores. 












Nolan é acima de tudo pragmático: não há lugar para questionamentos morais (vide A Origem, O Grande Truque, os Batmans, etc), são os fins que conduzem e justificam os meios e é pela incrível variedade dos meios encontrados que seus roteiros se baseiam. Se Tim Burton permeou os Batmans de 1989 e 1992 com criaturas atormentadas e desajustadas socialmente num ambiente gótico, Nolan não busca explicar a causa do tormento e sim nos presenteia com o resultado deste. 











Com relação à história, bom... aí sim é uma releitura de Superman II (1980): General  Zod e seus companheiros são banidos de Kripton por traição. Kripton por sua vez é destruída, porém, antes Jor-El dá um jeito de embutir no filho o DNA de sua raça. Diga-se de passagem que aí começa a verdadeira mudança. Kal-El  foi gerado da maneira convencional e considerado uma aberração por Zod. Depois de muito trololó Zod encontra Kal-El/Clark Kent na terra e decide refazer sua raça através da eliminação/extração/depuração de nosso herói. Daí começa a pancadaria até o duelo final dos dois antagonistas.








Duas pontas a destacar são a presença de Russel Crowe como Jor-El e a de Kevin Costner como pai adotivo de Kal-El. Bem que essa dupla podia ter ficado uns minutos a mais. Não que o resto do elenco fosse descartável, mas a visão destes dois ‘good Guy’ levanta um pouco a moral diante de tanta pauleira. 


Embora dirigido por Zack Snyder, o filme é a cara do produtor Nolan. Enfim, não espere misericórdia do inglês: de todos os vilões o diretor/produtor/roteirista talvez seja o pior!

ÁS VOLTAS




 por Thintosecco


Pois é, pessoal. Fiquei um bom tempo sem postar. Primeiro porque queimou meu modem no temporal que caiu na tarde do feriado de 15 de novembro. Depois, disso compromissos diversos e por fim um "guru" no blogger que não deixava postar. Acho que na verdade era algum malware na minha máquina, que depois de uma limpeza, com desinstalação de alguns programas, finalmente foi resolvido. Então estamos por aqui de novo.

Nesse meio tempo, o mundo não parou, dentro e fora da internet. Entre os blogs, o ótimo blog Tela de Cinema foi bloqueado, mas já deu a volta por cima, voltando para ficar, acredito. O link na barra lateral já está atualizado. Boa sorte aos nossos amigos!

Por aqui, novas postagens estão chegando. Valeu!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

GHOST IN THE SHELL






por Quatermass



O Fantasma do Futuro (Ghost in the Shell – 1995) é um anime pouco divulgado e que merece ser conhecido.


Meu primeiro contato se deu por acaso: no extinto blog Papaia Celestial, do Eudes Honorato. Esse cara é incrível: até hoje ainda não descobri como conseguia postar tantos filmes de qualidade e bem legendados diariamente. Na época (uns cinco anos atrás), ao ler a sinopse, bateu a curiosidade. Já vou adiantando que não é um desenho de fácil digestão. 




 

 


A abertura começa com a reconstrução de uma policial: o que restou de seu corpo foi embalado em uma armadura humana. Logo, para Motoko Kusanagi a questão da nudez e da feminilidade é puramente acadêmica: é como um espírito na concha), ela é líder de sua equipe e mais nada. Não há lugar para erotismo no filme; esqueça as personagens sensuais e extremamente erotizadas de Leiji Matsumoto. 







Filme feito a seis mãos – foi dirigido por Mamoru Oshii e escrito por Kazunori Itô e Masamune Shirow (criador do mangá) – é curto e grosso: um hacker chamado Mestre das Marionetes controla temporariamente suas vítimas. Elas agem como zumbis, sem se darem conta de seus atos. A Seção 9 investiga a atuação de outro grupo que possa estar atrás do controlador dos fantoches.










  



Mas o filme vai além: descobre-se que o suposto hacker nada mais é senão um programa extremamente sofisticado, para quem os humanos não passam de números. Dizem... repito, dizem... que sua abordagem cyberpunk influenciou a popular, insossa e pouco original trilogia Matrix, dos Irmãos Wachowski. Seu visual é deslumbrante, beirando delírio. 






Criticamente falando até achei que a história bem que poderia ter se desenvolvido mais, é daqueles filmes que terminam e o espectador ainda fica aguardando o desenlace final; o enredo prende a atenção, apesar da pouca duração e trama complexa, há questões mal resolvidas que prosseguem na continuação de 2002. Como ainda não assisti o segundo filme, fica para a próxima vez! Fui!


domingo, 3 de novembro de 2013

WILLIAM SHATNER: PONDER THE MYSTERY





Acreditem: William Shatner lançou um álbum de rock progressivo!

Sim, o velho Capitão Kirk (octogenário, aliás) recrutou músicos de bandas clássicas do progressivo, que musicaram poemas de sua autoria, que ele mesmo interpretou no álbum PONDER THE MISTERY, que tive oportunidade de ouvir hoje. Bem interessante!

Penso que talvez o velho "Jim" tenha se inspirado noutro veterano, Christopher Lee, que não faz muito tempo lançou um álbum de heavy metal. É, alguns desses tios não querem mesmo parar!

Não é brincadeira, podem conferir! A faixa Do You See? tem participação do Edgar Froese, do Tangerine Dream.

Obrigado à Fê pela dica.



PIRATES, a música


Pegando uma carona no post anterior, posto outro clipe do Emerson, Lake and Palmer.

Na época dessa música (lá por 1977), experimentaram o rock sinfônico, que seria uma variação do progressivo, caracterizada pela orquestração.

Nesse caso, ficou legal!




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