sábado, 17 de novembro de 2012

VIAGEM FANTÁSTICA (1968)





por Thintosecco




A vida tem coisas que parecem contraditórias. Às vezes é olhando para o passado que podemos antever  algo do futuro e as questões mais complexas pedem respostas simples. Já a premissa de Viagem Fantástica era a seguinte: primeiro tornar-se pequeno para então realizar grandes tarefas!


Acionando meu "HD mental", como diria meu parceiro de blog, o Quatermass, lembro desse desenho que foi um dos meus favoritos em meados da distante década de 1970. Demorei alguns anos para descobrir que foi adaptado do filme de mesmo nome - aliás muito bom e que também recomendo - produzido em 1966. Já o desenho animado foi produzido em 1968 pelo saudoso estúdio Filmation.







O filme tem um roteiro dos mais interessantes, por vezes atribuído equivocadamente ao escritor Isaac Asimov. Na verdade, embora tenha sido lançado antes, o livro do Asimov foi baseado no roteiro do filme. Nele um grupo de médicos é miniaurizado ao nível molecular e injetado no corpo de um cientista para operar um coágulo "por dentro".







 A bordo de uma espécie de submarino exploram esse "espaço interior". Mas tudo se transforma em uma grande aventura ao terem que enfrentar as ameaças proporcionadas pelo sistema imunológico do paciente. E há outro inimigo, o relógio, já que a miniaturização era por tempo limitado: 12 horas.    








 

A animação tem diferenças notáveis em relação à produção original e uma delas é que os heróis, em geral, não são reduzidos a tamanho tão minúsculo quanto no filme.


Apresenta-nos uma organização chamada C. M. D. F. (Comando Miniaturizado de Defesa Fantástica) cujo projeto secreto envolve a miniaturização de uma equipe de agentes especiais. Essa equipe era composta por Jonathan Kid, a bióloga e "gata" Erica Lane, o engenheiro Busby Birdwell e uma figura aparentemente destoante das demais: o Guru









Esse desenho tem algumas características próprias de seu tempo, entre as quais a típica paranóia do período da guerra fria. Outro detalhe que marca sua época é justamente o personagem Guru. Nos anos sessenta as doutrinas orientais despertavam grande interesse no ocidente e até mesmo os Beatles tinham o seu guru. O personagem do seriado dispunha de poderes psíquicos que em geral permitiam à equipe localizar e abrir passagens em suas incríveis viagens miniaturizadas, sempre dentro do limite de tempo de doze horas.
 






Encontrei no You Tube o primeiro episódio de Viagem Fantástica, em inglês, que divido com vocês, para saciar a saudade de alguns e a curiosidade de outros.

Mas também recomendo uma passagem pelo Blog do Fantomas, em que há mais informações e até um episódio para assistir on line, com dublagem clássica! Já para saber mais sobre o filme, uma das opções é o blog Juvenatrix.


Para encerrar, deixo um questionamento. Com tantas refilmagens e continuações que fazem atualmente, porque não retomam "Viagem Fantástica", seja o desenho ou o filme? Melhor ainda seria resgatar obras ainda mais antigas, como o alemão "Gold" já mencionado neste blog, entre outros. Não é mesmo?

Abraço!



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

AS MEDIDAS DA TERRA








por Thintosecco




Uma aula de música e astronomia é como posso me referir a  esse clipe do tema Albedo 0,39 do compositor Vangelis


Trata-se da última faixa do excelente álbum de mesmo nome lançado no distante ano de 1976, na qual Vangelis colocou uma narração com diversos dados acerca da Terra. E aí reside a grande curiosidade desse clipe porque, repito, a aula de astronomia já fazia parte da música, na concepção original do Vangelis! 






Mesmo assim, está de parabéns quem colocou as ilustrações, legendou e upou. Vale a pena assitir. E também conferir na respectiva página do You Tube a explicação de alguns desses termos astronômicos.


O álbum Albedo 0,39 está entre os melhores de Vangelis e alguns de seus temas chegaram a ser utilizados no seriado Cosmos, apresentado por Carl Sagan. 




 
 


sábado, 1 de setembro de 2012

ROCK OF AGES, o filme e uma boa surpresa






Até há poucos dias minha idéia era passar longe desse filme, que eu pensava ter tudo para ser ruim, muito ruim. Mas não é. 




por Thintosecco



"Um musical de rock sem roqueiro de verdade como protagonista? Em vez disso, o Tom Cruise cantando? Peraí... mas o Cruise já não está muito velho para um papel desse? Credo, isso será uma bomba..." Esses eram os pensamentos que me ocorriam a respeito desse filme. Mas, se você assistí-lo sem muitas expectativas, como fiz, terá diversão garantida.


Embora se trate de um musical - e é importante não esquecer disso - o filme é bem dirigido, equilibrado, e tem bastante humor, com destaque para o personagem Stacee Jaxx, vivido pelo próprio Tom Cruise. São diversos os momentos engraçados com ele, especialmente quando junto de seu babuíno de estimação, o Hey Man. Impagável! 
 




Trata-se de um rockstar arquetípico, caricato, mas também humano, detonado por uma vida de sexo, drogas e rock'n'roll levados ao extremo, mas ainda com bastante gás para incendiar um palco. Aliás, no palco o Cruise/Jaxx surpreende ainda mais, já que inclusive canta de verdade e não faz feio.   
  








Alec Baldwin surpreende como o veterano dono do Bar Bourbon, que lançou várias bandas de sucesso, entre as quais o Arsenal, liderada pelo Stacee Jaxx. Mas agora o bar está à beira da falência. 


Para complicar sua situação, o fechamento do bar também é exigido por um grupo de senhoras puritanas, liderado pela personagem vivida por Catherine Zeta-Jones, engraçadíssima nesse filme. Ela é esposa de um político e, no fundo (descobre-se depois) tem motivos muito pessoais para implicar com os roqueiros. Outro destaque é o empresário inescrupuloso interpretado por Paul Giamati, também muito bem no papel.
  

 

    

É verdade que o roteiro foi muito "adoçado" em relação ao texto do musical da Broadway do qual o filme foi adaptado. E a história principal ficou bem água-com-açúcar, com direito ao par romântico formado pelo rapaz e pela garota que buscam a fama na Los Angeles dos meados do anos 80. Mas as tramas paralelas são interessantes e, além do humor, trazem a curiosidade de ter certa relação com fatos reais.


O bar em questão realmente existiu e a liga de puritanas faz referência ao PMRC, grupo de esposas de senadores norte-americanos, liderado pela sra. Tipper Gore, então esposa de Al Gore, que lá pelos idos de 1985 queria censurar o rock, o que foi evitado por um pequeno e inusitado grupo de heróis da música (incluindo Frank Zappa, Dee Snider e John Denver). 



 


  


Voltando a Rock of Ages, sobressai acima de tudo a música. Muito embora a trilha sonora seja composta de músicas de bandas consideradas de segundo escalão do rock (como Journey, Def Leppard, Twisted Sister, Foreigner...), são boas o suficiente para emocionar os fãs do estilo. Pode não ser o melhor dos melhores, mas é rock de verdade. 


Então chego a uma conclusão: o verdadeiro rock'n'roll continua sendo rock'n'roll, ainda quando cantado por roqueiros de mentira. Uma muito boa surpresa.
 
Assista. Se achar que não vale a pena o investimento no cinema, ao menos anote para ver depois, no dvd, tv ou pc.  Agradecimentos à Fé do blog Vintage69, por me sugerir o filme.








quinta-feira, 9 de agosto de 2012

NERDS SOMOS NÓS








 por Quatermass




Uma das vantagens em ser nerd é que a indignação dos outros passa a ser objeto de reflexão. 


Com o fechamento do Megaupload e o delete de milhares de arquivos (agora póstumos) em outros tantos, gerou-se um pânico por demais irracional. Esperar que a Internet, administrada pelos americanos iria ficar inerte diante do download de arquivos cujos direitos autorais não fossem devidamente ressarcidos (em sua grande maioria por motivação duvidosa) seria de uma lastimável ingenuidade. 



Foi somente quando o FBI entrou em cena se descobriu que a Internet nunca foi livre e que seu papel é de mero aparelho fiscalizador. Isso mesmo, tal qual o pai que consente que o(a) filho(a) transe com o(a) namorado(a) em casa para ter melhor controle da situação, ou como diz o ditado: “quero meus amigos perto de mim e meus inimigos mais perto ainda”!


Tente explicar para uma autoridade que um filme com mais de 50/60/70 anos e arquivado virtualmente não gera o mesmo rebuliço que uma cópia de “blockbuster” gravada dentro de um cinema russo! Pior: tente explicar isso para 90% dos internautas! 


Ponha uma ideia na cabeça: o mundo contemporâneo não se altera com uma volta de 180°; pelo contrário, dá uma volta de 360°, volta ao ponto de origem e, por incrível que pareça, as pessoas pensam que algo revolucionário aconteceu!


Tenha essa ideia em mente: o mundo contemporâneo não se altera com uma volta de 180°; pelo contrário, dá uma volta de 360°, volta ao ponto de origem e, por incrível que pareça, as pessoas pensam que algo revolucionário aconteceu! Tente relembrar de como se fazia download de filmes/arquivos há dez anos atrás: por e-mule e torrent!








O que o Megaupload e companhia significaram? A simplificação do download; redescobriram a roda: ficou muito mais fácil e rápido baixar arquivos, sem ter que compartilhar por uma, duas, três semanas. Que é uma maneira muito legal e politicamente correta compartilhar arquivos em ritmo extremamente lerdo ninguém duvida, porém, também é uma m...!


Mesmo Woz defendendo a Internet/software livre sabe que quem manda são os Bill Gates/Steve Jobs! Vou ser duro com você internauta: não seja complacente com os que querem fechar e reabrir! Abra os olhos! 


Isso mesmo: não perca seu tempo pleiteando “marços negros”, pela volta da esbórnia de antes, porque é justamente isso que querem. Já disse certa vez pro Thintosecco: “a Internet é um puteiro; sem antivírus o cara sai f...!” Seria como dar credibilidade a um spam anônimo e duvidoso, que o Wikipedia só contém verdades, e que a foto postada da gostosa realmente é a que se apresenta. 







Mude: leia livros (de papel), escreva mais (sem gírias e abreviações) e comente; critique sem “control C” e “control V”. Curta alguns momentos através do computador e não em razão dele. Assista Ikiru e reflita. 





Veja o mundo da seguinte maneira: já que não dá para mudá-lo, espere que daqui a pouco o governo americano vai afrouxar de novo porque precisa: para receber o(a) novo(a) namorado(a) do(a) filho(a), já que o(a) antigo(a) foi corrido(a) porta afora; o Império do Mal acabou faz 20 anos; e Bin Laden, segundo dizem, morreu! 


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Mais um rolé na estação espacial. Desta vez, o melhor.

sábado, 28 de julho de 2012

TRILOGIA SCI-FI ALEMÃ ANOS TRINTA – 3ª PARTE: GOLD






 por Quatermass




Gold (Gold – 1934) foi o primeiro filme alemão de ficção científica que, diferentemente de Metrópolis (1927), adotou uma postura contraditória de como fazer filmes: ao aproximar-se da cultura anglo-saxã, afastou-se do cinema expressionista de Fritz Lang (mais precisamente renegou). 



Tô falando grego ao cinéfilo? Explico em português: diferentemente do deslumbre visual mudo dos anos vinte, o terceiro filme da trilogia não impressiona, intriga ou imortaliza; ao contrário, é escapismo, dotado de conceitos visuais contemporâneos, um ótimo ator (Hans Albers), cujo personagem (Dr. Werner Holk) abre alas para os filmes do gênero que se seguirão. 


Mais, Gold de certa forma está à frente de seu tempo, não por seu conteúdo (esqueça a complexa trama de Metrópolis), mas pela forma de fazer cinema: o convencionalismo introduzido nos anos trinta com o uso do som e da cor, iniciando uma padronização que ingressará no século 21. 


Não pretendo com isso diminuir a importância da obra, mesmo porque é praticamente desconhecida do grande público e dotada de um grande estigma: foi um filme produzido durante o regime de Adolf Hitler. Tendo os nazistas recém assumido o poder em 1933, não se vislumbra, de imediato, questões nacionais socialistas. 


Pelo contrário, tal como o diretor de O Tunel (1933), Hans Albers também não simpatizava com os ideais nazistas, refugiando-se na América, ainda nos anos trinta. Retornou à Alemanha com o fim da 2ª Guerra Mundial, onde morreu em 1960. Foi um grande ator de seu tempo, porém, esquecido rapidamente com a morte; assim como este filme que havia protagonizado. 

 






Mas afinal, chega de trolóló, e do que trata a obra? Aborda a disputa de cientistas pela transformação de metal em ouro. Não pense o cinéfilo que seja na busca da pedra filosofal ou por via atômica (visto que ainda era uma questão puramente teórica), mas pela eletricidade: uns 15 milhões de volts! 


  






Holk (Albers), assistente do Prof. Achenbach, um dedicado cientista, sobrevive a um acidente no laboratório. Seu rival e principal desafeto é o rico (entenda-se aqui capitalista inescrupuloso) inglês John Wills (mesmo não tendo conteúdo escandalosamente nazista, não pense o ingênuo cinéfilo que os nativos bretões escapariam incólumes). 


Holk é cinicamente convidado a participar como engenheiro do gigantesco equivalente inglês, num laboratório construído no fundo do Oceano Atlântico. Apesar de ser quase idêntico ao original alemão, porém em escala muito maior, o gerador não funcionava como deveria, daí a importância de Holk. 


 



 


Em tempo e foi fato verídico: com o término da guerra, os americanos interrogaram a equipe técnica de Gold, intrigados com a incrível semelhança do gerador com o reator nuclear construído na América dez anos depois! 









Com a descoberta da trama que levou a morte do colega alemão e da cobiça de seu anfitrião, se insurge. Resultado: o laboratório é destruído, porém, nosso sincero e valente cientista consegue se salvar e aos demais trabalhadores. Fim! E daí (dirá o nobre internauta)? De que serviu tudo isso? Para que saber do relato de filmes que dificilmente estarão disponibilizados pela maioria da mídia, se é que algum dia virão a estar?


Posso tentar dizer da seguinte maneira: o cinema é um processo evolutivo, que se recicla, alternando períodos de aprendizado, novas técnicas e pessoas. Não é um fenômeno de fácil delimitação, muitas vezes ressurgindo e evoluindo em diferentes países e nunca vinculados a mesma fonte. Se expressa em diferentes gêneros, muitas vezes, de forma subliminar, de acordo com a conjuntura do momento e em razão disso, muitas vezes incompreendidos.


Em assim sendo, volta e meia surgem filmes alemães, Glauber Rocha, Lima Barreto, Douglas Trumbull, Costa-Gavras, Steven Spielberg, Ray Harryhausen, George Lucas, Fritz Lang e tantos outros. E é desta diversidade, como a democracia imperfeita, que o cinema se recria. 






Postagens anteriores:
  

Trilogia alemã sci-fi dos anos 30 - 1a. parte 


sábado, 21 de julho de 2012

PROMETHEUS E NÃO CUMPRIUS






por Quatermass



Prometheus (2012) é daqueles filmes em que se gera uma expectativa e 99,9% da plateia sai do cinema decepcionada. Sei que estou “chovendo no molhado” e há centenas de blogs metendo o pau no filme de Ridley Scott. Só que, como em Alien, meio mundo não entendeu a mensagem!


Lembro-me de uma das críticas de Alien, o Oitavo Passageiro (1979) quando da estreia de Aliens o Resgate (1986): era de que o filme anterior demorava a decolar. O público e a crítica, como hoje, não tem mais paciência para ouvir trololó durante meia hora sem que apareçam gritos histéricos, explosões e rockn’roll. Spielberg, George Lucas e Michael Bay ditaram uma moda que pegou.


Com uma carreira de altos e baixos (G. I. Jane - 1997 e Hannibal - 2001, por exemplo), quem já assistiu aos outros filmes de Ridley Scott não vai encontrar baixarias e outras drogas. Se no primeiro filme Os Duelistas (1977), a história da eterna busca pela resolução de um duelo inacabado seria o suficiente para afugentar praticamente todos do cinema, Alien segue a mesma regra. A história do oitavo passageiro que vai eliminando os demais membros da Nostromo é extremamente singela, pois não busca divagações pseudofilosóficas; visa apenas testar os nervos do expectador (chega a ser irracional de tão simples). 


Aliás, O Oitavo Passageiro foi uma feliz releitura de It! The Terror From Beyond the Space (1958), um filme super-mega-master trash (nem A, nem, B, nem C... Z, talvez). E aí Dan O’Bannon genialmente reconstruiu a história mesclando suspense (e não terror) com ficção científica. Vinte anos depois virou cult!




E Prometheus? Trilhou por um caminho diferente: praticamente criou-se um roteiro do zero; mais precisamente escrevendo uma prequel de Alien, temperado com Von Daniken (que já defendi neste blog) e Ridleyscottismos (PS: há comentários excelentes, inclusive o de Lidia Zuin, http://contraversao.com/sobre-o-que-enfim-fala-prometheus/). 



O resumo da história: dois cientistas convencem o milionário Peter Weyland a bancar uma expedição até uma lua onde supostamente estariam os seres que deram origem ao homem. Chamados “Engenheiros”, estariam diretamente ligados às descrições oriundas de povos da antiguidade (aí entra Daniken). 


Mas a cientista mignon, Dra. Elizaberth Shawn acaba descobrindo que as intenções dos criadores mudaram e que aquela lua serviu apenas como instalação para desenvolvimento de armas de destruição em massa, e que por um motivo desconhecido séculos atrás, os “Engenheiros” não puderam empreender seu plano de eliminar a raça humana. 
  




 




Muito simples até (e motivo para muitas críticas) se ficasse apenas na ideia base. Acontece que Scott adora mudar roteiros (ou desconsiderar o livro de onde partiu o script, como em Blade Runner) e quis tecer sua atenção para dois personagens: a cientista e o androide David, mas o tiro saiu pela culatra! 


Noomi Rapace até que é engraçadinha como Elizabeth Shawn; no entanto, ao tratar sua personagem desde o início como um serzinho frágil (baixinha, estéril, e cuja fé naquilo que quer acreditar ninguém leva a sério), torna-se chata com o passar do tempo (apesar dos pesares, a tenente Ripley (Sigourney Weaver) sempre demonstrou ser mais durona e sem frescuras). 







Por sua vez, Michael Fassbender rouba todas as cenas no papel de David. Mais, ao incorporar os trejeitos de T. E. Lawrence/Peter O’Toole (Lawrence da Arábia) lhe é conferida toda a complexidade do herói/ator inglês (isso mesmo dos dois)! Bastaria ter só ele em cena que já valeria o ingresso, tamanha a força daquele personagem: por vezes cínico, lógico ou admirador do arianismo. Um ser complexo demais para buscar apenas sua liberdade, pois dá a impressão de já tê-la conquistado! 





 


Ao contrário do senso comum, sempre que se faz presente no roteiro o aspecto dúbio, a ambiguidade, é que o filme ganha força. Quanto ao resto, nada há de novo ou deveria causar surpresa. Já não há mais um Jerry Goldsmith para compor uma trilha memorável (uma das receitas de sucesso de Alien), mas Marc Streitenfeld dá conta do recado com uma composição discreta, insinuante e de certa forma muito acima da média (a ponto de chamar a atenção deste cinéfilo). A fotografia do polonês Dariusz Wolski e os efeitos especiais também enchem os olhos. 


E então: por que o público não gostou (já que de certa forma considero o melhor filme de ficção do 1º semestre de 2012)? Vai ver porque estamos em ano de eleições e os cabos eleitorais (entenda-se aqui revistas de cinema & vídeo e distribuidores) enchem demais a bolinha de seus candidatos, dotando-os de superpoderes, fazendo o pobre eleitor (assim, como o cinéfilo inocente) acreditar em suas promessas, para somente depois de pago o ingresso descobrir que na tela não aparecerá Indiana Jones, Darth Vader  ou o Líder Optimus!







sexta-feira, 20 de julho de 2012

Os robôs da EXPO 2012, em Yeosu







Ocorre na Coréia do Sul essa feira de tecnologia com ênfase na exploração marinha. O destaque, é claro, são os robôs. Inclusive os incríveis peixes-robôs que aparecem no vídeo a seguir.

Detalhe: um amigo nosso esteve lá. Trata-se de um jovem cientista (jovem mesmo!) que já começa a colher os frutos de seu trabalho com a robôtica. Espero poder conversar com ele em breve e passar detalhes aqui no blog. Deve ter muita história para contar. Legal!


domingo, 15 de julho de 2012

O grafeno e a nanotecnologia do carbono





"Em 2004, quando fizeram a descrição experimental do grafeno e suas propriedades eletrônicas, viu-se algo excepcional. Ele tem alta mobilidade a temperatura ambiente (tempo que o elétron navega sem colidir com nada), o que é muito difícil, pois a maioria dos materiais perde mobilidade quando aumentamos a temperatura. Ele é o material mais impermeável do mundo, capaz de segurar até mesmo o Hélio, um átomo dificílimo por ser pequeno e leve, e também é o mais forte do mundo. Dentro das suas proporções, é mais forte que diamante. Nele, a velocidade dos elétrons também é altíssima: no primeiro estudo, foi de 1000 km/s, o que é cerca de 60 vezes melhor do que o silício. Neste novo trabalho, observamos que essa velocidade pode triplicar – chegar a três mil quilômetros por segundo."(prof. Daniel Elias, em entrevista à revista Info).

Os trabalhos revolucionários sobre o grafeno valeram o Nobel da Física de 2010 ao cientista russo-britânico Konstantin Novoselov e ao cientista holandês nascido na Rússia Andre Geim. O interessante é que a pesquisa deles começou com dois materiais muito simples: a ponta de um lápis e uma fita adesiva. O grafeno é obtido a partir do grafite, que na verdade já é composto de várias camadas de grafeno.

O futuro da tecnologia estará na ponta do lápis?



Confira no vídeo e nos links a seguir.


Em tempo: Cientistas criam um nanofiltro de grafeno que serve como dessalinizador de água. A grosso modo pode-se purificar a água do mar para consumo sem utilizar energia, praticamente um marco tecnológico e humanitário.




Baita dica do MrOx. Valeu!







terça-feira, 10 de julho de 2012

AMERIKA, do Rammstein


Esse clipe da banda alemã Rammstein já um clássico. Uma sátira que critica a globalização do "american way" e outras polêmicas. Vale conferir.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A SALA DOS ESPELHOS







"Que meus amigos possam se orgulhar da imagem que refletem no espelho da vida."

                                                                                                                          Shakespeare




Um jovem caminha seguindo os trilhos de um trem. Não mostra o rosto nem solta a voz. O som é apenas o da música, que parece marcar seus passos e diz algo sobre “stars”. A cena passa rápido, era apenas um comercial na tevê, há muito tempo. Se foram aquela época e o comercial do sapato Starsax. 
  

Mas ficaram a imagem e, principalmente, a música. Diz a lenda que essa música não apenas abrilhantou o saudoso comercial do Starsax (criação de um publicitário gaúcho que também foi o responsável pelas antigas campanhas da marca Ortopé), mas foi sua verdadeira fonte de inspiração. O jovem andarilho solitário seria então uma representação do  “young man” referido na canção. 



A música evoca uma certa sensação de mistério, um enigma talvez. De onde surgiu essa música e o que dizia, afinal? Tive o privilégio de logo esclarecer a primeira dúvida ainda no tempo dos saudosos LPs. Hall of Mirrors faz parte do álbum Trans-Europe Express, lançado em 1977 pelo grupo alemão Kraftwerk. Ah, isso me traz saudades da mágica coleção de vinis dos meus vizinhos e amigos Marcelo e Márcio... Mas naquele tempo havia tanto a conhecer que não me detive em examinar a letra e permaneceu o mistério do sentido da canção.


E então hoje, pela benção de outro grande amigo, o Luciano (o homem dos grandes links!) sou agraciado não apenas com essas lembranças, mas com a oportunidade de conferir a íntegra da letra de Hall of Mirrors. E me impressiono com sua sabedoria. 


Segue a letra, que retirei do site letras.terra.com.br e o clipe linkado pelo Luciano, com legendas em português e com o magnífico som original do Kraftwerk, com o charme dos “estalinhos” do vinil!








A Sala Dos Espelhos

 
O rapaz entrou no sala dos espelhos
Onde ele descobriu um reflexo de si próprio

Mesmo as maiores estrelas
Descobrem-se no espelho

Algumas vezes, ele viu seu verdadeiro rosto
E outras, um estranho no seu lugar

Mesmo as maiores estrelas
Encontram seu rosto no espelho

Ele se apaixonou pela sua própria imagem
E, de repente, a imagem foi distorcida

Mesmo as maiores estrelas
Antipatizam consigo no espelho

Ele se fez a pessoa que ele queria ser
E mudou para uma nova personalidade

Mesmo as maiores estrelas
Mudam a si mesmas no espelho

O artista está vivendo no espelho
Com os ecos de si próprio

Mesmo as maiores estrelas
Vivem suas vidas no espelho

Mesmo as maiores estrelas
Fixam seu rosto no espelho

Mesmo as maiores estrelas
Vivem suas vidas no espelho

Até as maiores estrelas vivem suas vidas no espelho





"O relacionamento é o espelho em que podemos ver-nos como somos. Toda a vida é um movimento de relacionamento. Não existe nada vivo na Terra que não esteja relacionado com uma coisa ou com outra. Mesmo o eremita, o homem que parte para um lugar solitário, está relacionado com o seu passado, está relacionado com aqueles que estão ao seu redor. Não há como fugir ao relacionamento. Nesse relacionamento que é o espelho no qual podemos ver-nos, podemos também descobrir o que somos, as nossas reações, os nossos preconceitos, os nossos medos, depressão, ansiedades, solidão, sofrimento, dor, pesar. Podemos também descobrir se amamos ou se o amor não existe. Por conseguinte examinaremos a questão do relacionamento porque ele é a base do amor."

                                                                                                                    J. Krishnamurti

 










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