sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O PRÍNCIPE DA PÉRSIA






por Thintosecco



Revisando meus arquivos, reencontrei este post inacabado sobre o clássico game Prince of Persia. Coincidência ou não, um recente e-mail do amigo MrOx me trouxe novo motivo para falar sobre o jogo. Esta então será a VOLTA DO POST QUE NÃO FOI !




NO INÍCIO, UM POUCO DE KARATE.


Nos idos de 1984 conheci um jogo para Apple II que me impressionou muito: Karateka. Era muito superior aos vídeo games dos consoles de então. Que o diga quem brincou num Atari ou num Odissey !  Tinha uma historinha e até animações entre as fases. Simples para o que conhecemos hoje, mas para a época era o máximo. O nome do criador: Jordan Mechner, um jovem gênio da programação.







 
    

A ação do Karateka a se desenrola no Japão feudal, próximo ao Monte Fuji. O jogo começa com uma imponente imagem da fortaleza do maligno Akuma. Akuma aprisionou a adorável Princesa Mariko em uma cela. O jogador deve derrotar a guarda palaciana e a águia treinada de Akuma, além de enfrentá-lo para resgatar a princesa. Mechner usou habilmente os movimentos de um lutador de Karatê e a música para envolver o jogador e criar um ambiente realista. (aproveitei descrição da wikipedia).


Vou contar uma história curiosa pra vocês. Jamais tive um Apple II, mas na época (lá se vão trinta anos) morava ao lado de um escritório de contabilidade. Um dos caras que trabalhava ali nas horas de folga brincava com o Karateka e eu às vezes ficava assistindo. Cadê a curiosidade da história ? - você pergunta. Te respondo: é que nunca vi de perto aquele Apple e nunca entrei no escritório do meu vizinho !


A resposta a este aparente mistério é que os Apple II, assim como os micros da linha TK da época eram, tal como os vídeo games, conectados a aparelhos televisores. Era possível que um aparelho próximo captasse o sinal do micro (com alguma interferência, claro) o que acontecia com a tevê do meu quarto, separado do Apple por apenas uma parede. Em certos dias a imagem ficava bem nítida, apenas em preto e branco, ocasiões em que eu ficava ali, "na moita", na torcida. E acreditem: não teve nada de premeditado nisso; ou foi por mero acaso ou pela mão do destino.


 

 Abaixo, o criador do Karateka e do Prince of Persia, no início dos anos 80 (com seu Apple II ligado a uma tevê) e trinta anos depois, tendo ao fundo o cartaz do Príncipe da Pérsia, o filme !










O PRÍNCIPE.






Alguns anos depois, em 1989, o criador do Karateka ressurgiu com Prince of Persia, um grande avanço na qualidade de animação vista nos jogos eletrônicos.Especialmente porque o protagonista realizava diversos movimentos como correr, saltar, dependurar-se, recolher objetos, andar na ponta dos pés, etc. Também inovador era o fato do protagonista e inimigos lutarem com espadas, ao contrário de armas com projéteis ou raios, como os outros jogos da época.


A história é simples. Aproveitando-se da ausência do sultão, o malvado vizir Jaffar sequestra a princesa e a missão do herói é resgatá-la, no prazo de sessenta minutos. A tarefa não é tão simples, porque o herói devera ultrapassar as dificuldades e armadilhas do palácio do vizir e enfrentar seus soldados.   



O jogo demandou três anos de trabalho em cima de um Apple II. Mechner estudou por muitas horas filmes de seu irmão mais novo, David, correndo e pulando com roupas brancas, para assegurar que todos os movimentos parecessem corretos, obtendo um resultado extraordinário. Após o sucesso inicial, o jogo foi lançado em diversas outras plataformas. No total, vendeu mais de dois milhões de cópias !










Prince of Persia foi um dos primeiros grandes jogos para PC. Demorei para ter um e então não joguei  o Prince na sua época. Quem teve essa experiência foi meu amigo e parceiro neste blog, o MrOx, que falava maravilhas do game, hoje um grande clássico.



O jogo teve diversas continuações, algumas com e outras sem relação com a história original, entre as quais se destaca o clássico Prince of Persia: The Sands of Time, lançado em 2003 para Playstation II. A produção contou com a mão do Jordan Mechner como designer e tornou-se outro grande sucesso.  









O Príncipe da Pérsia já apareceu em quadrinhos e no cinema, no filme Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo (2010), onde pela primeira vez foi referido seu nome: Dastan.

A adaptação de games para o cinema em geral não dá muito bons resultados, especialmente pela pobreza dos roteiros. Este filme, porém, com roteiro do próprio Jordan Mechner, é um caso a parte. Pode não ser um grande clássico, como o velho jogo que rodava no DOS, mas não faz feio à tradicional linha de filmes com inspiração nos contos das Mil e Uma Noites.
 








Será que o Príncipe da Pérsia se alinhará entre Aladin, Simbad e o Ladrão de Bagdá como um dos grandes personagens de tais histórias maravilhosas ? As areias do tempo o dirão !  
 
 

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