domingo, 3 de fevereiro de 2008

O TREM



 por Quatermass

  

Vou ajudar o caro internauta. Este filme do diretor John Frankenheimer já foi lançado em DVD e encontra-se nas boas locadoras de vídeo. Mas não é um filme de guerra comum. 

Na verdade a guerra é o pretexto. Passa-se na Paris ocupada pelos alemães desde 1940, mas que está prestes a ser libertada pelos Aliados. 

No entanto, entre seus bens mais valiosos encontram-se pinturas de artistas renomados, a maioria franceses, que chamam a atenção de um oficial alemão, Coronel Von Waldheim. Ele não só as deseja como determina que todas sejam retiradas do museu, lacradas e postas em vagões rumo à Alemanha.  

Para desespero da curadora do museu, esta pede ajuda à Resistência para impedir a partida do trem que transportará as obras. Seu líder local, Paul Labiche (Burt Lancaster) inicialmente recusa expor seu homens a tal perigo.

 




Como disse, a guerra é pretexto: o alemão nada mais faz do que espoliar, dilapidar, como um ladrão, os bens mais valiosos, em nome de uma cultura superior; o francês, o anjo protetor (neste caso, o zelador de parte da cultura francesa) e que tentará impedir o trem sair da França. Todo o embate entre Alemanha e França se dará por estes dois homens determinados.


O que me chama a atenção nesta obra - cuja cena é genial - é quando, mesmo após haver terminantemente recusado qualquer ajuda à curadora e sabendo do bombardeio iminente pela RAF no pátio de manobras onde está o trem, ao ver o mesmo transitando por entre as bombas, muda completamente sua postura, e partir deste momento faz de tudo para salvá-lo.

Não se faz omelete sem quebrar ovos: o que o herói queria evitar, acaba acontecendo, seus homens são eliminado um a um. Constata daí que existem valores ainda maiores que a existência de um homem: o sacrifício pela cultura e a história de uma nação.
 

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