terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sidarta


Série "Amigos e livros" II


Aproveitando o embalo do post anterior, vamos ao segundo livro do dia, Sidarta, do Hermann Hesse. Que baita autor e que baita livro. Esse eu li faz muito tempo e compartilhei a leitura com o parceirão, MrOx.


Assim como o Ami é uma leitura infantil, em tese, este é um livro para adolescentes, em tese. Sidarta e Govinda são dois jovens que buscam a espiritualidade, mas a certa altura, seguem por caminhos bem diferentes. É difícil explicar um livro profundo como este. O negócio é ler.

Ami, o menino das estrelas



Da série "amigos e livros"



A propósito da Feira do Livro que ocorre em Porto Alegre, me ocorreu colocar alguns livros aqui no blog. É interessante que me lembrando dos livros, lembrava também de um ou outro amigo que, ou me indicou o livro, ou vice-versa. Também é curioso como certos livros marcam fases da vida da gente.


Começo com uma leitura atual e que tem uma certa afinidade com este blog, já que flerta com a sci-fi (embora esteja mais para a ufologia). Ami, o menino das estrelas é um livro infantil, mas daquele tipo que-gente-grande-também-pode-ler.


É a história de um menino, o Pedrinho, que tem um contato imediato com Ami, o menino das estrelas, de quem recebe muitos ensinamentos. O livro me foi sugerido por um velho amigo, já mencionado no blog. Há quem diga que a história é baseada em fatos reais. Sem entrar na discussão, trata-se de uma boa leitura (dando-se um pequeno desconto nos errinhos de português que há nesta versão).

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Sobreviver é um processo


A gente vive num mundo cheio de referências sólidas. Nos apoiamos na firmeza da cama e do vaso sanitário. E respeitamos códigos rígidos.

Os relógios estão mais ou menos sincronizados para registrar nosso atraso. Os faróis de trânsito são implacáveis no seu amarelo-vermelho-verde.

E as pessoas de nosso dia-a-dia também são rígidas e formais. É o guarda de trânsito que tem orgasmo cada vez que multa alguém e que atende com um ar broxante cada vez que tem que orientar um cidadão. É o caixa do banco e o médico que nem mesmo nos olham nos olhos. Implacáveis nas suas funções.

De tanto interagir com gente coisificada dentro de um mundo cheio de rigidez é um alívio quando ainda nos captamos vivos e representantes aqui na Terra dos grandes potenciais criativos da alma humana.

Conseguimos exercitar nosso lado vivo quando damos mais atenção à nossa intuição e talvez venhamos a descobrir que sobreviver é um processo permanente.

Que cada dia, cada decisão, cada relacionamento com as pessoas e o mundo ao nosso redor são apenas flashes de nosso processo líquido de sobrevivência.

O mundo e as pessoas podem até ter a pretensão de serem rigidamente sólidos. Mas nós somos almas líquidas. Tão sutis que escolhemos muitas vezes a leveza poética de um beijo molhado em vez de um palavrão cheio de dentes.

Que nos agarramos com firmeza mesmo é em nossa fé em nós mesmos, na nossa determinação de não desistir nunca diante das tolas dificuldades cotidianas.

Somos almas líquidas e poetas ambulantes. E amplos e irrestritos, ocupamos várias personalidades ao mesmo tempo. Somos pais e mães. E filhos e avós. Somos transcendentes. Somos o antes e o depois de nossa própria época.

Sabemos que sobreviver é avançar além da aparência besta das coisas sólidas e dos códigos rígidos. É arrancar do mundo ao nosso redor, com a força de nossa intuição, as necessidades ainda nem sonhadas.

Sobreviver é um processo permanente de chegar antes às respostas. Porque só quem aprendeu a valorizar a sobrevivência enquanto humanos sabe que perto das respostas estão as necessidades ainda transparentes, que ao serem bem cuidadas, podem se transformar em fonte de sobrevivência para cada um de nós.


Esse texto é de autoria do jornalista Marco Roza e foi publicado em 2006 no site da revista Isto é Dinheiro. Guardei e agora posto aqui, onde vou seguir colocando alguns pensamentos, de vez em quando. Abraços!

sábado, 27 de outubro de 2007

"Star Trekos" - parte 2


por Quatermass


Plagiando Euclides da Cunha, “o trekker é antes de tudo, um forte”. Tem paciência e estômago de aço. Acredita que as quatro franquias (Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e Enterprise) mantém o espírito da série original. Persevera em seu culto mesmo diante de condições adversas. Um exemplo, o meu. LOCAL: Porto Alegre. TEMPO: fins dos anos oitenta, início dos noventa. OBJETIVO: procura de material sobre Star Trek. CONCLUSÃO: foi dureza. Foi mesmo. Terminada a exibição de Jornada nas Estrelas pela Bandeirantes no início de 1983, a série desapareceu. As revistas da época eram a Cinemin (ótima), Video News e a Set (que surgia na metade de 1987). Todas estavam voltadas para cinema e vídeo, mas não especificamente para ficção. Algumas revistas de editoras pequenas estreavam e desapareciam. Surgiam boatos, um deles, sobre a devolução dos episódios da série clássica para os USA e a destruição das cópias dubladas. Vivia-se um clima de desinformação. Ciente de que nos USA passavam as primeiras temporadas da Nova Geração, fui à luta em busca de revistas, vídeo e o que viesse. Nesta bela capital de província, existiam duas opções: os livros importados de cinema e ficção da saudosa Livraria Sulina e uma comic store no Centro. Como livro importado depende de importação (óbvio) as novidades eram poucas; restava a comic store. Hoje em dia, com o advento da Internet, pode-se consultar de tudo – é, provavelmente, o meio mais acessível e eficiente de propagação da informação já criado. Mas naquela época, tudo era difícil. E aí começa a provação.

Peregrinei dezenas de vezes à comic store em busca de alguma coisa. Encontrei alguns fanzines e até kits plásticos para montagem da Enterprise, do cruzador de batalha Klingon, do X-Wing, etc, mas vídeos/revistas? Nada. Como sabia que uma comunidade trekker freqüentava a loja, deixei meu telefone para contato meia dúzia de vezes, sem retorno. Me questionava o motivo, que na época não entendia. Hoje, com a sabedoria de quem passou dos quarenta, descobri o porquê: um sujeito de óculos com pasta estava mais para nerd do que para o General Chang. Não usava as orelhas do Spock, nem o uniforme da Federação, muito menos o dicionário de klingonês a tiracolo. Era um não iniciado, um pária. Prossegui então assistindo os vídeos em VHS que a CIC distribuía irregularmente, gravava a primeira temporada da NG e os 52 dos 79 episódios da série clássica que a Manchete comprou e redublou. Posteriormente, me mudei para o canal USA, gravando as demais temporadas, bem como DS9 e Voyager. No canal AXN gravei também outra franquia, Enterprise e uma concepção de Roddenberry muito superior, Andromeda. Voltando para o presente, o resultado: tanto a Sulina como a comic store fecharam as portas; e mais da metade dos meus VHS gravados mofaram, mas com a possibilidade de adquirir os box das temporadas em DVD, não tô nem aí. A luta valeu: continuo assistindo e metendo pau nas franquias que, como filhos bastardos, guardam o DNA da série clássica. Quem precisa de fã clube? VIVA A INTERNET!!!

Pra fechar, fica um clipe postado tempos atrás pelo blog Vintage69, White Rabbit, do Jeferson Airplane, com imagens curiosas da série clássica. Bom domingo!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Quatermass, a banda


Mas vejam só o que descobri. Quatermass não é apenas o nome do personagem dos filmes de sci-fi da Hammer, nos anos 50/60. É também o nome de uma banda inglesa de rock progressivo, da era de ouro! Uma homenagem ao professor Bernard, claro. O Quatermass foi formado em 1969 e lançou um único álbum, no ano seguinte, gravado no estúdio dos Beatles (Abbey Road) e lançado pelo selo Harvest (o mesmo do Pink Floyd). Durou apenas dois anos. Além de ter surgido na mesma época do Emerson, Lake and Palmer, possuía o mesmo formato, ou seja: baixo, teclado e bateria. Pessoalmente, acho que também lembra, às vezes, o Deep Purple. A qualidade? Não é assim um Pink Floyd, mas é progressivo do bom! Pra quem quiser conhecer, disponibilizei as três melhores faixas (pelo nosso gosto...) para baixar pelo 4shared: Black Sheep Of The Family, Good Lord Knows e a mais especial, Make Up Your Mind. Fica a sugestão.

Uma curiosidade: dizem que, quando o Ritchie Blackmore saiu do Purple (da primeira vez, em 1974), e em seguida formou o Rainbow, a briga começou quando ele quis incluir uma cover de Black Sheep Of The Family no disco Stormbringer. Consta também que, alguns anos antes, foi um dos caras do Quatermass quem indicou Ian Gillan para ser vocalista do Purple.

Pra quem quiser maiores detalhes e/ou o álbum completo, recomendo o link no blog Boogie Woody, AQUI. Valeu!

A síndrome e as espinhas

Quem acompanha o blog Vintage69 – com o qual O Planeta é nosso! tem uma afinidade, digamos, de sangue – sabe que a Fê está afastada por um tempo em razão de uma crise de tendinite. Está se recuperando. Esse fato serve de alerta pra todos nós, que lidamos com computadores, por trabalho ou por lazer. Mas o nome científico do problema dela é Síndrome do Túnel do Carpo e, a propósito do nome “síndrome” me lembrei de um historinha dos anos 80 (mais uma vez).

Lá pelo final de 1982 (é proibido fazer o cálculo do tempo) começaram a falar numa tal doença sexualmente transmissível e fatal, que ainda não chegara ao Brasil – e que alguns anos depois vitimaria muita gente, inclusive vários famosos – . Sabia-se pouco sobre a tal doença. Mas era certo que se espalhava mais entre os gays, o que poderia ser uma dupla desgraça na vida do cara que pegasse aquilo: estar condenado e, ainda que depois de morto e sem chance de defesa, ser taxado de homossexual. Mas um dia um colega aparece para a aula de educação física com uma baita duma espinha na cara, grande mesmo, coberta acho que por dois band-aids. Disse que tentou espremer e o negócio inflamou. O pessoal ficou meio impressionado. Começou a aula e estamos nós naquela função de formar fila, tirar distância (reflexo do militarismo da época?), quando um magrão muito folgado da turma fala meio baixinho, como se contasse um segredo: O Zé tá com a síndrome... Resultado: gargalhadas, todo mundo fora de forma e em seguida “pagando” muitos apoios, já que o professor estava por fora da história.

Aquela vez deu para rir por causa da AIDS, mas depois ela virou quase uma peste dos anos 80. Deixo os sentimentos e um pedido de desculpas pela brincadeira se alguém sofreu mais de perto com esse problema. É o registro da época. Pra descontrair, um som da época, ZZ Top - Legs!

O grande trunfo do xadrez


Vi na Wikipedia outro dia notícia sobre a decisão do Campeonato Mundial de Xadrez, realizado no México, em que sagrou-se campeão o indiano Anand. Trata-se de um esporte (sim, xadrez é um esporte, tanto que no passado já esteve nos Jogos Olímpicos) em que nós brasileiros temos pouca tradição, a nível mundial, o que é uma pena. Se não estou bastante enganado (podem me corrigir, por favor), o enxadrista com maior destaque internacional que tivemos até hoje foi o mestre Mequinho, lá nos anos 70. Mas o pessoal se movimenta por aí, divulgando e jogando. Aqui no RS, em Novo Hamburgo, a pedido de alunos e professores, o xadrez vem sendo implantado em muitas escolas.

Já fiz parte de uma turminha de jovens enxadristas (claro que foi nos anos 80!) da qual tenho boas lembranças (abraços ao Fábio e ao Carlos Alberto!). Lembro que na época ainda passava na tevê o seriado Missão Impossível (o original!) e, coincidentemente eu e outro amigo assistimos um episódio em que um dos caras se passava por jogador de xadrez e recebeu uma orientação especial sobre o jogo: “Na dúvida, mova o peão.” Ainda hoje às vezes ainda lembro dessa máxima, que pode ser aplicada a algumas situações da vida (assim como outros elementos do xadrez), significando uma opção pelo caminho da simplicidade - “tudo bem simples, tudo natural”, como diz uma música do Roupa Nova.

Não conheço o pessoal do Reino do Xadrez (são do ES), mas deixo um video deles que achei no You Tube e achei bem legal. O quadro acima retrata dois cavaleiros templários jogando o xadrez, em 1283. Deixo também um link com as regras básicas. Valeu!


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

VANISHING POINT



por Quatermass


Saudosista como sou, agora vamos falar de carro. Corrida contra o Destino (Vanishing Point – 1971) é um baita filme. Para quem não conhece, a história: um sujeito desajustado tenta levar um Dodge Challenger para a Califórnia. No entanto, desrespeita as leis de trânsito e desafia a polícia, passando a ser perseguido.

Filme típico dos início dos anos setenta, vai direto contra as instituições. Critica a sociedade e, principalmente, questiona até que ponto um indivíduo é considerado socialmente desajustado ou herói, quem é a vítima e quem é o algoz.


Recebe o apoio de um DJ negro e cego de uma rádio local. O motorista passa a ser o transgressor do
status quo; o radialista, o elemento subversivo que divulga e apóia a transgressão. Aos dois será aplicado o castigo da sociedade americana branca e moralista. No entanto, o final do filme foge à regra comum dos finais felizes (e infelizes), chega a ser mais perturbador (senão desafiador) que o filme inteiro.




Procure entender o título original em inglês (pois a tradução em português não tem nada a ver) com a seqüência inicial. Tái um bom filme, que questiona e incomoda, mas visualmente é deslumbrante, pois aquele Dodge é muito bonito.


Essa postagem vai com um abraço especial para o nosso amigo MrOx. Valeu!



terça-feira, 23 de outubro de 2007

Impermanência


Não se esqueça que as pessoas mudam quando se comprometem, e não porque alguém as critica. A vida é uma só e não devemos nos permitir ficar tristes, ou deixar de viver intensamente. Lembre-se: não importa o que aconteça, nunca perca a esperança, pois na vida tudo passa.

No budismo, essa filosofia é chamada de impermanência, e pode ser melhor compreendida, a partir da leitura do conto a seguir.



Um dia, pressentindo a chegada da morte, o rei chamou seu único filho, sucessor do trono, tirou um anel do dedo e entregou-lhe, dizendo: ­- Neste anel há uma inscrição. Quando viveres situações extremas de glória ou de dor retira-o e lê o que está escrito.

Passado algum tempo, conflitos com um reino vizinho culminaram numa terrível guerra.

À frente do seu exército, o jovem rei partiu para enfrentar o inimigo. No auge da batalha, seus companheiros lutavam bravamente. Mortos, feridos, tristeza e dor. O rei se lembra do anel. Tira-o do dedo e lê a inscrição: “Isto passará.”


Ele continuou na luta. Perdeu algumas batalhas, venceu outras tantas e, ao final, saiu vitorioso.


Retorna, então, a seu reino e, coberto de glória, entra em triunfo na cidade. O povo o aclama. Chama-o de herói. Neste momento, ele se lembra de seu velho e sábio pai. Tira o anel e lê. “Isto passará”.


“Os homens todos se assemelham por natureza. Eles se fazem diferentes pelos hábitos que adquirem.” Confúcio.



Seja feliz!


Esta mensagem foi extraída da contra-capa do livro “Coisas Que Você Precisa Saber Para Ser Feliz”, de Véronique Brontë. Um achado da Bianca, que achei legal e coloquei aqui.



A propósito, pra quem gosta de pensamentos, recomendo "A águia e a galinha" no blog A Vida Feliz. Valeu! Ah, e pra quem gostou da matéria Star Trekos, a segunda parte está a caminho (mas ainda não hoje). Valeu!



segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Naves, naves e naves!


Depois do sucesso que foi a postagem do Quatermass sobre a mais bela espaçonave do cinema (há controvérias), vem a primeira postagem com colaboração do MrOx, outro amigão que precisa pintar mais por aqui. Que seja a primeira de muitas contribuições! Pra quem gosta de naves, fica o site Starship Schematics Database, com plantas de naves de Star Trek, Galactica, Babylon 5 e Yamato. Muito legal.

E pra quem ficou emocionado demais com o clipe de Star Trek, fica outro, mais alegrezinho. E depois, um clipão para quem gosta de todas as séries Star Trek. Valeu!


"Star Trekos" - parte 1


por Quatermass


Como era bom (e ainda é) assistir o trio Kirk, Spock e Mcoy na tela pequena. A série clássica de Jornada nas Estrelas apresentou três temporadas irregulares, mas o padrão Roddenberry sempre estava presente. Os primeiros doze episódios foram escritos pelo próprio criador e neles estavam a mensagem de Roddenbery: o otimismo pela raça humana; o lado humano sobrepujando a circunstância, a adversidade, principalmente em episódios como As Mulheres de Mudd, A Manobra Corbomite e a Consciência do Rei.


A partir desta premissa Roddenberry desenvolveu seus personagens, a relação de amizade do citado trio, a alegoria presente em todos os 79 episódios (mesmo em questões sérias e delicadas como o racismo - O Último Campo de Batalha) e a capacidade de juntar competentes colaboradores (John Meredicth Lucas, Joseph Pevney, Sol Kaplan e outros). Mais que tudo, transmitiu empatia de seus personagens. O carinho dos fãs passou a ser eterno.


Porém, passadas as três temporadas, mesmo considerando a série animada (1973-1974), houve um grande intervalo até o renascimento de Star Trek. No período de 1982-1983 assisti pela última vez no Canal Bandeirantes Jornada nas Estrelas com a antiga e saudosa dublagem. Realmente, foi a despedida, pois jamais seria como antes. Em 1987, tomei ciência da estréia nos USA de uma nova série baseada em Star Trek, A Nova Geração.


A alegria foi muita e a expectativa também, mas em uma era pré Internet, as coisas demoravam muito para aparecer. Volta e meia a CIC Vídeo lançava episódios em VHS da primeira temporada e qual não foi minha surpresa em descobrir que algo estava errado: cadê os personagens carismáticos, cadê a alegoria da série antiga, cadê o humor, onde encontrar um roteiro inteligente em meio àqueles atores perdidos e afetados? Quando achava que um episódio era ruim, vinha o seguinte pior. Me desinteressei.


No inicío dos anos noventa a Rede Manchete passou a exibir a temporada completa; posteriormente, na metade da década, os Canais USA e Record passaram a exibir regularmente as demais temporadas. Também vieram Deep Space Nine (com o bar do Quark junto), Voyager, e as “eletrizantes aventuras” do Capitão Archer, na franquia Enterprise (exibidas no Canal AXN). Sou fã de Star Trek, mas, sinceramente, a franquia poderia ter terminado após a Nova Geração e A Ira de Khan (1982).


Nada de novo se criou das franquias, os conceitos criados por Roddenberry há quarenta anos foram maquiados: viagens ligando nada a lugar nenhum, discursos e conceitos técnico-científico-filosófico vazios, finais inconclusivos, a ausência da alegoria, verdadeiro “chove não molha” – somente o interesse em arrecadar. Fã sofre! Continua...

Fica o fan-clip alusivo aos 40 anos da série clássica (só não vale chorar...)


domingo, 21 de outubro de 2007

Radio Waves


Foi exatamente ouvindo a música Radio Waves do Roger Waters que resolvi fazer essa postagem. Na verdade, fazia um bom tempo que a gente queria divulgar algumas rádios on-line. Pode parecer ter pouco sentido se ligar em rádios hoje em dia, quando se pode ter um HD cheio de mp3 tocando o som que você quiser, a qualquer hora, na seqüência que se quiser. Sem falar que há sites onde se pode criar a própria rádio. Mas, para aqueles um pouco mais antigos, as rádios reais (aquelas com locutor ao vivo, comerciais até uma estaticazinha de vez em quando) têm um gostinho especial. Me lembro da época (lá se vai um quarto de século - p*m*, tô ficando velho mesmo) em que descobri que dava para ouvir rádios internacionais numas tais "ondas curtas", uma ciência meio obscura na qual foi introduzido por meu avô materno (uma grande figura). Não tinha paciência suficiente para aquilo, mas cheguei a curtir alguma coisa, mais pela curiosidade.
Hoje dá pra saciar os sonhos de guri, com muita folga, ouvindo rádios de todo o mundo. E tem coisa muito boa por aí. Hoje cito a Arrow Classic Rock, da Holanda. O nome já diz tudo e ela corresponde à expectativa. It's only rock'n'roll, but i like it!

E pra quem quiser procurar outras rádios, fica este grande portal nacional: http://www.radios.com.br/

Um bom domingo!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A MAIS BELA NAVE CRIADA POR HOLLYWOOD




por Quatermass



Gostos são gostos, mas como não se trata de religião, política e futebol, posso então eleger a mais bela espaçonave já concebida por Hollywood.


O design é diferente das formas geométricas vistas em Star Trek e Star Wars. É oriunda de um filme esquecido da Disney, que fracassou nas bilheterias em fins dos anos setenta: O Abismo Negro (The Black Hole – 1979).



O motivo: o roteiro confuso, ambíguo, em razão da necessidade de fazer um filme que agradasse o público na faixa dos oito aos oitenta anos.


Em compensação, há elementos a serem valorizados na película: a belíssima trilha sonora de John Barry, o desenho de produção e uma boa história. Também chama a atenção o curioso final, onde aparecem interessantes concepções sobre redenção e castigo.




Porém, o que realmente admiro no filme é a Cygnus: majestosa e impressionante, gótica, extremamente complexa em sua concepção.


Para quem não assistiu, a sinopse: uma expedição científica encontra ao acaso uma gigantesca espaçonave inerte diante de um buraco negro. A tripulação resolve investigar.


Não lembra Sunshine – Alerta Solar (2007)? Se não viu os dois filmes, assista-os. Se preferir ver apenas um, então assista Abismo Negro e esqueça Sunshine.



Poesia e Rock'n'Roll



A vida é um dom...


uma dádiva

um desejo de querer sempre

que a alegria seja eterna e a

juventude se esparrame pelos véus da alma....


Trecho de uma postagem da Bianca, no A Vida Feliz, onde ela reproduziu ainda uma matéria sobre o Chá Verde e comentou sobre duas bandas nacionais ainda pouco conhecidas (ou menos conhecidas do que merecem): a Gallaxy Trio (essa com vídeos) e a Regra Zero. Vale conferir!

E, falando em blogs e Rock'n'Roll, vi que o Agora é Rock está bombando: Living Colour, Blind Guardian e por aí vai! E outro tradicional, que está bom demais, é o Lágrima Psicodélica.


quinta-feira, 18 de outubro de 2007

PINK FLOYD



por Thintosecco



Foi bem no início dos anos oitenta e eu ainda era criança. Um amigo, vizinho e alguns anos mais velho, fazia questão que eu ouvisse uns conjuntos (era com esse nome que nos referíamos às bandas naquele tempo) que ele curtia. Mas eram músicas muito estranhas, os caras pareciam bem malucos e havia sons ali que davam até medo.


Essas bandas eram o Queen, o Led Zeppelin (que por um tempo pensei que fosse nome de uma pessoa) e o Pink Floyd, e confesso que, naquela vez, que foi a primeira – ah, essas primeiras vezes... - eu não gostei. Estava habituado ao que tocava no rádio – MPB, trilhas de novela e não muito mais – e queria ficar ali, no meu mundinho tranqüilo e certinho de guri.


Mas um dia as voltas que o mundo dá nos alcançam e as coisas mudam. Inicia-se outra fase da vida e lá na minha adolescência, adivinhe em que acordes vou embalar minhas mágoas, minha insegurança, meus sonhos? Sim, ao som daquelas bandas que um dia desprezei. Ouvi principalmente o Pink.


Não vou comentar sobre o som da banda, porque é simplesmente incomparável. Faço melhor, recomendo que a ouçam. Selecionei alguns clipes que seriam, por assim dizer, a "ponta do iceberg" da música do Floyd.


Abraço a todos! Enquanto isso, o mundo continua dando voltas. E o meu amigo aquele, que queria que eu curtisse Pink Floyd lá atrás, mal saído das fraldas? Perdeu vários empregos e várias mulheres, sempre rebelde. Mas hoje está casado e é um bom pai de família, ganhando a vida como professor de filosofia. Acredite! Valeu, Marcelo.









Os filmes de sci-fi da Hammer - parte 2


por Quatermass



Antes de comentar os próximos títulos, cabe fazer um parêntese. A Hammer existiu de 1947 a 1978, apresentando fases bem distintas quanto à filmografia.




Nestes trinta anos foram produzidos 108 filmes pelo estúdio inglês, a maioria voltada para fantasia e terror, consagrando Peter Cushing e Christopher Lee
como protagonistas dos filmes de Drácula e Frankenstein.



A primeira fase, décadas de quarenta e cinqüenta, refletiam produções mais sérias, com incursões para a ficção científica, resgatando, como já disse, escritores como Nigel Kneale para roteirização destes filmes.




As produções da década de sessenta possuíam um tom mais escrachado, beirando a paródia: One Million Years BC (Um Milhão de Anos Antes de Cristo - 1966); e When Dinossaus Ruled the Earth (Quando os Dinossauros Dominavam a Terra - 1970), onde as homens e mulheres vestindo biquinis e tangas conviviam com dinossauros!!!! A década de setenta reflete a decadência e a falência da Hammer: poucos filmes produzidos.



Voltando ao assunto Sci-Fi, em 1961 produziu The Damned (Os Amaldiçoados), quando crianças são controladas por uma força maligna. Em 1969 a Hammer lançou Moon Zero Two, uma composição de Mercenários das Galáxias (1980), Outland (1981) e Matar ou Morrer (1952).




Por fim, cabe reconhecer outra jóia perdida da lembrança dos cinéfilos brasileiros, qual seja, o último filme da trilogia Quatermass: Quatermass and the Pit (Uma Sepultura para a Eternidade – 1967), que dos três, a crítica especializada afirma ser o mais fraco; no entanto, é o meu favorito!

O filme padece dos males da Hammer deste período, mas o roteiro de Kneale ainda é genial e superior ao produzido na época, resgatando para o cinema o episódio homônimo apresentado na televisão inglesa em 1957: durante escavações do metrô, trabalhadores descobrem uma espaçonave que ali estava há milhares de anos.


Em comum todos os filme desta trilogia possuem elementos de Arquivo X, e que felizmente, Chris Carter resgatou nos anos noventa. – Em tempo, sou fã de Arquivo X, mas Nigel Kneale foi além da premissa de Chris Carter. Até a próxima.




quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Os filmes de sci-fi da Hammer - parte 1



por Quatermass


O cinema de ficção inglês já teve sua fase de ouro, mais precisamente na década de cinqüenta, quando, numa incrível sucessão, foram produzidos três dos melhores filmes do gênero.


O primeiro, The Quatermass Xperiment (Terror que Mata - 1955), introduz na tela grande a figura do Dr. Quatermass, criado pelo genial Nigel Kneale, que adaptou da televisão um episódio exibido pela BBC: ao retornar do espaço, o único sobrevivente de uma espaçonave traz consigo o mistério que dizimou a tripulação.


O segundo, uma pequena jóia esquecida pela crítica e fãs do gênero, X the Unknow (1956) – precursor do americaníssimo A Bolha Assassina (The Bloob), que, inclusive cheguei a ver na prateleira da Livraria Cultura, aqui em POA, em 2006 (DVDs importados).


O terceiro, e o melhor de todos, Quatermass 2 (1957), na verdade, produzido um ano antes, imediatamente após as filmagens do X the Unknow: ao investigar o desaparecimento de seu assistente, próximo a uma fábrica de alimentos, Quatermass descobre o que realmente é processado. Este último filme consagrou a Hammer a nível mundial, diga-se, USA, já que realmente, possui clima de paranóia alienígena incrível, lembrando o saudoso Arquivo X (só que filmado quarenta anos antes de Chris Carte

r bolar o seriado). Até mais.

A seqüência a seguir é a abertura da primeira temporada de Quatermass Xperiment, o seriado original da BBC, de 1953!


terça-feira, 16 de outubro de 2007

Cadê Babylon 5?


por Quatermass



Adoro Túnel do Tempo, Jornada nas Estrelas (a série clássica), Thunderbirds (o seriado de 1966), mas na década de noventa fui um entre tantos privilegiados ao assistir o renascimento dos bons seriados de ficção: me refiro a Arquivo X e Babylon 5.

Como fã de Arquivo X, me deleito assistindo aos episódios das nove temporadas disponibilizadas nos DVD e VHS gravados das intermináveis reprises dos Canais Fox/Record. Só que Babylon 5 deixou de ser reprisado pela Warner Channel em 2000 e adeus, nunca mais foi reprisado!

Porque não saem os box das cinco temporadas? Lá fora já estão disponibilizados há anos. Como se não bastasse, o seriado possui cinco longas, dos quais somente três foram lançados em VHS (The Gathering, River of Souls & A Call to Arms). Vá entender!




Justas homenagens



Bem, abro um parêntese
nas postagens regulares do blog para registrar dois eventos marcantes dos últimos dias.




Como O planeta é nosso! pretende ser um blog aberto à cultura em geral (embora com ênfase no cinema fantástico, é verdade) a gente não pode deixar de registrar o falecimento do Paulo Autran, que talvez tenha sido o maior ator brasileiro. A Bianca escreveu sobre o Paulo no blog dela, A Vida Feliz e fica aqui o convite para darem uma espiada.




Segundo, quero referir o Prêmio Nobel da Paz deste ano, que foi dividio entre o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, em português) e o sr. Al Gore.



Não sei se o ex-presidente americano envolveu-se na luta pelo meio-ambiente por convicção em relação à
causa ou por motivação política, embora a segunda hipótese me pareça muito mais provável, pela experiência que temos com os políticos em geral.


De qualquer modo, independentemente do motivo, fez um bom trabalho e, por isso, merece todos os parabéns. Torço para que siga na mesma luta e esqueça a presidência dos EUA (tô sonhando muito, não é?), até porque - convenhamos - ser Presidente , qualquer George W. Bush pode ser, mas... colocar o Oscar e o Prêmio Nobel juntos na estante da sala... é para poucos.

Para saber mais, sugiro este texto no Terra Magazine.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O que é um filme B?



por Quatermass


Tenho uma posição pessoal sobre o assunto. Quando criança assistia filmes de ficção e fantasia na tv. Hoje tenho 43 anos, mas me lembro quando, na primeira metade da década de setenta, assistia sessão dupla aos domingos de tarde na antiga TV Difusora de Porto Alegre (Canal 10 – atual Bandeirantes), e quando a Globo passava bons filmes de ficção dos anos 50 e 60, em preto e branco ou não, às tardes ou de madrugada nos finais de semana, sem me preocupar se possuíam efeitos especiais gerados por computador.



Efeitos especiais, taí um aspecto interessante! Hoje em dia, para ser levado em conta como bom filme de ficção deve ter também não sei quantos efeitos especiais. Um filme para ser antigo ou velho basta ter dez anos ou menos; mais que isto o atual cinéfilo não sabe ou não quer saber. Filme preto e branco, que horror!!!


Mas a essência de um bom filme consagra-se naquilo que o espectador não vê simplesmente, mas da interpretação que faz, da mensagem que o filme passa e da sensação obtida. Um bom diretor + um bom roteiro = uma história bem contada, um bom filme que será sempre lembrado, independente de idade. Estes dois elementos me marcaram profundamente, pois foi justamente quando criança tive o privilégio de assistir a uma safra incrível de filmes dos quais não lembro o nome do ator ou atriz, mas recordo a história (que quando bem contada, tenho certeza, vi várias vezes).



Taí o segredo de um filme B: orçamento mediano, um bom diretor (que tal Nathan Juran, Jack Arnold, William Cameron Menzies, George Pal, Byron Haskin), um bom roteirista (por exemplo, Nigel Kneale), bons efeitos especiais (conhecem Ray Harryhausen?) e uma boa trilha sonora (quem sabe composta por um tal de Bernard Hermann?).





Pra quê me martirizar assistindo refilmagens como a de Os Invasores de Marte (1986) ou A Guerra dos Mundos (2006) se os dois filmes originais de 1953 são infinitamente superiores?



Certa vez assisti O Monstro do Mar (The Beast from Twenty Thousand Fathoms), também de 1953 – a história: um dinossauro que é despertado por uma explosão nuclear no ártico, nada até Nova York, entra no porto da cidade e se esconde dentro dela.



Não lembra o Godzilla de Roland Emerich (1998)? Pois é puro plágio do original! Inclusive porque o Godzilla japonês (1954) foi criado em razão do sucesso deste filme americano de 1953. Os efeitos especiais são de Ray Harryhausen, a direção é de Eugene Lourie. Como se não bastasse, tem o principal elemento que a refilmagem dos anos noventa não tem: timing. Até a fotografia em preto e branco do filme ajuda a criar a atmosfera de suspense; e sem ter que suportar a canastrice do Mathew Broderic e das caretas do Jean Reno.



Uma dica: assista A Ilha Misteriosa (1961), Jasão e o Velo de Ouro (1963), Vinte Milhões de Léguas da Terra (1957), O Incrível Homem que Encolheu (1957), A Invasão dos Discos Voadores (1956 – que foi homenageado por Tim Burton, especialmente o trabalho do Harryhausen, em Marte Ataca), Jack o Matador de Gigantes (1963) e outros. Quem sabe descobrirão o que senti quando criança e que admiro até hoje?


Trailer de O Monstro do Mar


Reforço!


Hoje é um dia importante para O planeta é nosso!

O blog ganha um grande reforço, com a participação de um querido colega, que assinará suas postagens como Quatermass. Será o homem da sci-fi no Planeta, sem que o Thintosecco deixe de dar seus pitaquinhos de vez em quando, é claro.

Na verdade esse meu colega tem muito a ver com a idéia deste blog e inclusive já postei material que conheci através dele, mas a partir de agora sua participação será direta, o que é uma honra e um acréscimo de qualidade. Só um aviso: é um cara de opiniões fortes, vocês vão reparar.


Aproveitando a ocasião, quero referir a participação da Bianca, companheira de todas as horas, que. de uma forma ou de outra, dá a maior força para este blog e, com justiça, deve ser considerada da equipe. No mais, seja bem-vindo, Dr. Quatermass! Ao trabalho!

PS: Desculpe, mas não resisti a postar esse teu "retrato". :)


sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O incrível homem que encolheu - 1957



Clássico. The Incredible Shrinking Man traz a história de um homem que, após ser atingido em alto mar por uma misteriosa nuvem, passa a diminuir de tamanho, de forma lenta, mas irreversível.

Baseado num roteiro brilhante de Richard Matheson, O Incrível Homem Que Encolheu pode ser considerado "uma parábola sobre a condição humana" - como diria um colega - inserido dentro de um ótimo filme de mistério e ação.

Um dos melhores sci-fi dos anos 50 - aliás uma década de ouro para o gênero - sendo considerado por muitos a obra-prima do diretor Jack Arnold.

O vídeo a seguir é um tributo que encontrei no You Tube. Thanks, Mr. Madworld!


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