por Quatermass
De todos os episódios do seriado Quinta Dimensão (The Outer Limits – 1963-1965), Demônio da Mão de Vidro (Demon with a Glass Hand) é o mais emblemático. Muito embora o título seja um tanto quanto espalhafatoso, o fato é que realmente condiz com a história.
Criado por Leslie Stevens, Quinta Dimensão diferencia-se de Além da Imaginação (The Twilight Zone), de Rod Serling, por conter histórias exclusivamente voltadas para a ficção científica. Possuía também um plantel de atores conhecidos do mundo Sci-Fi: Robert Duval, William Shatner, Martin Landau, Leonard Nimoy, etc.
Na série de Rod Serling, verifica-se a preponderância do gênero fantasia, com uso abusivo de metáforas e alegorias, e finais de certa forma surpreendentes, por vezes moralista, beirando parábolas. Serling muitas vezes escrevia seus próprios contos; em outras reescrevia de autores consagrados como Richard Matheson.
Mas, voltando o citado episódio de Quinta Dimensão, verifica-se aqui uma sobrecarga de atributos: excelente diretor (Byron Haskin, o mesmo do também excelente episódio da primeira temporada Os Cem Dias do Dragão) e uma original e ótima história de Harlan Ellison. Vinte anos depois, o cinéfilo depara-se uma conhecida releitura: O Exterminador do Futuro (The Terminator – 1984), quando o novato diretor James Cameron viu-se forçado a incluir nos créditos finais o nome do Ellison.
Quinto episódio da segunda temporada, O Demônio da Mão de Vidro, conta a vinda de Trent (Robert Culp) ao século vinte. Em sua costumeira introdução, o narrador faz menção à Gilgamesh, o lendário rei sumério, por vezes comparado ao demônio, mas que em síntese simboliza a imortalidade.
Viajante do futuro (uns 1.000 anos), a princípio Trent desconhece os motivos de sua chegada. Possui uma mão de vidro, que em realidade é um computador. Só que está desprovido de três dedos, cada qual representando um banco de memória. Durante cinqüenta minutos, Trent tentará encontrá-los, pois, juntos, informarão os reais motivos de sua missão: salvar a humanidade dos Kybens.
Mais, carrega consigo bilhões de vidas humanas, sobreviventes da invasão alienígena, que, inusitadamente, estão enclausuradas num... (não conto). Porém na Terra do século vinte já estão presentes os Kybens, que farão de tudo para impedir Trent cumprir sua solitária e vital missão. Com o decorrer do episódio, o espectador descobre que Trent é na verdade um robô. Acrescente-se à receita, o clima tenso, claustrofóbico e com fotografia noir.
The Outer Limits representou um breve marco no mundo dos seriados anos sessenta. Seus pouco mais de 49 episódios (uma temporada e meia) possuíam histórias originais e muito bem escritas ao longo de 50 minutos, possibilitando ao roteirista, diretor e atores, induzirem confortavelmente o cinéfilo ao nem sempre digerível mundo da ficção.
SUGESTÃO: Mais uma vez, conferir o blog dos nossos amigos do Cine Space Monster. Muito bom!
Criado por Leslie Stevens, Quinta Dimensão diferencia-se de Além da Imaginação (The Twilight Zone), de Rod Serling, por conter histórias exclusivamente voltadas para a ficção científica. Possuía também um plantel de atores conhecidos do mundo Sci-Fi: Robert Duval, William Shatner, Martin Landau, Leonard Nimoy, etc.
Na série de Rod Serling, verifica-se a preponderância do gênero fantasia, com uso abusivo de metáforas e alegorias, e finais de certa forma surpreendentes, por vezes moralista, beirando parábolas. Serling muitas vezes escrevia seus próprios contos; em outras reescrevia de autores consagrados como Richard Matheson.
Mas, voltando o citado episódio de Quinta Dimensão, verifica-se aqui uma sobrecarga de atributos: excelente diretor (Byron Haskin, o mesmo do também excelente episódio da primeira temporada Os Cem Dias do Dragão) e uma original e ótima história de Harlan Ellison. Vinte anos depois, o cinéfilo depara-se uma conhecida releitura: O Exterminador do Futuro (The Terminator – 1984), quando o novato diretor James Cameron viu-se forçado a incluir nos créditos finais o nome do Ellison.
Quinto episódio da segunda temporada, O Demônio da Mão de Vidro, conta a vinda de Trent (Robert Culp) ao século vinte. Em sua costumeira introdução, o narrador faz menção à Gilgamesh, o lendário rei sumério, por vezes comparado ao demônio, mas que em síntese simboliza a imortalidade.
Viajante do futuro (uns 1.000 anos), a princípio Trent desconhece os motivos de sua chegada. Possui uma mão de vidro, que em realidade é um computador. Só que está desprovido de três dedos, cada qual representando um banco de memória. Durante cinqüenta minutos, Trent tentará encontrá-los, pois, juntos, informarão os reais motivos de sua missão: salvar a humanidade dos Kybens.
Mais, carrega consigo bilhões de vidas humanas, sobreviventes da invasão alienígena, que, inusitadamente, estão enclausuradas num... (não conto). Porém na Terra do século vinte já estão presentes os Kybens, que farão de tudo para impedir Trent cumprir sua solitária e vital missão. Com o decorrer do episódio, o espectador descobre que Trent é na verdade um robô. Acrescente-se à receita, o clima tenso, claustrofóbico e com fotografia noir.
The Outer Limits representou um breve marco no mundo dos seriados anos sessenta. Seus pouco mais de 49 episódios (uma temporada e meia) possuíam histórias originais e muito bem escritas ao longo de 50 minutos, possibilitando ao roteirista, diretor e atores, induzirem confortavelmente o cinéfilo ao nem sempre digerível mundo da ficção.
SUGESTÃO: Mais uma vez, conferir o blog dos nossos amigos do Cine Space Monster. Muito bom!
1 comentários:
Eu conhecia esta história através da Graphic Globo de mesmo nome, com desenhos de Marshal Rogers.
Não sabia que era originalmente um episódio de The Outer Limits.
Valeu.
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