sábado, 22 de março de 2014

SPACE PIRATE CAPTAIN HARLOCK (2013)






por Quatermass


O filme de animação Space Pirate Captain Harlock (2013), se não satisfez a maioria, agradou um bocado aos fãs! Mais, resultou ser uma adaptação para a tela grande muito superior ao ‘live action’ Space Battleship Yamato (2010)


Por que motivo? Por uma série de razões. Tanto Capitão Harlock quanto Uchuu Senkan Yamato/Star Blazers/Patrulha Estelar são frutos das mãos e mente de um homem: Leiji Matsumoto.  Corrigindo, Yamato é filho de dois pais: Matsumoto e do produtor Yoshinobu Nishizaki. Disto resultou discrepâncias entre Yamato e as demais obras de Matsumoto. Em Yamato,  as histórias giram em torno dos seguinte valores: honra, bravura e auto-sacrifício; já em Capitão Harlock; a liberdade, amizade e lealdade se sobressaem. 








A questão da sexualidade também entra na roda: em Yamato a única mulher é  Yuki Mori, casta, assexuada e eterna namorada de Kodai; em Harlock, há duas mulheres: a alienígena beberrona La Mime e a sensual Kei Yuki (o jogo de nomes é proposital). Em Yamato não há lugar para amizades duradouras, já que volta e meia a tripulação é exterminada; enquanto que em Capitão Harlock o amigo do capitão, Tochiro, permanece em voga, mesmo quando em outro plano (que diga a temporada de 1978, Harlock SSX (1982), Gun Frontier (2002) e Endless Odissey (2002)









E daí, dirá o cinéfilo? Daí que quando transposto para os longas, esta diferença de paternidades torna-se evidente. Até hoje não entendo a obsessão de Matsumoto em matar Kodai e liquidar com o Yamato, já que por três vezes assistimos este triste final, inclusive no ’live action’.


Por sua vez o Arcadia é virtualmente indestrutível e nosso herói, imortal, muito semelhante à obra prima de Gerry Anderson, Capitão Escarlate (1967). A mensagem de Yamato é triste, beirando a melancolia: o sempre ‘último sacrifício para salvar a humanidade’. Em Harlock, nosso herói é o último baluarte em defesa do planeta Terra (e nem tanto pelos que nela habitam). Esta última mensagem fica muito forte em Space Pirate Captain Harlock.









Não há lugar para remorsos ou ‘mea culpa’: Harlock é pirata porque luta contra o governo corrupto da Terra, logo, passa por renegado.  Capitão Harlock possui a fleuma de um shogun, é impassível. Para nosso herói a liberdade é tudo e a razão de sua luta. Vale frisar que dois aspectos ressaltam aos olhos dos fâs: os roteiristas resgataram as longas batalhas espaciais e com elas o infindável arsenal de trapizongas, bem ao gosto de Matsumoto; e uma vez que Kei já era sex simbol, recauchutaram La Mime, erotizando-a até a nona potência (nada mal)! 


Mas vamos à história, um mix de Endless Odissey, Captain Harlock SSX e mais alguma coisa: no futuro o homem abandona a Terra. No ano de 2297 a raça humana se espalhou pela galáxia. Desejosos de retornar 500 bilhões de seres humanos travam inúmeras batalhas, conhecidas como Guerras de Retorno ao Lar. Só que o planeta agora está de quarentena e é brutalmente mantido pela Federação Gaia. Durante a guerra Harlock torna-se, como já disse, um renegado e tenta de todas as maneiras revelar o segredos que a corrupta federação tentou esconder por 100 anos.











Apesar de possuir um visual sensacional, a obra peca em dois aspectos: primeiro, a presença de Tochiro é por demais sucinta (o fã da série sente a falta do ‘amigo’), sendo substituído pelo imediato Yattaran; e, segundo, a trilha sonora mediana. Para quem já assistiu a temporada de 1978 e Endless Odissey, a falta de uma excelente trilha sonora se faz sentir. Mas não muito: a história é boa, ainda que para os padrões americanos seja muito complexa. 








Taí outra coisa que nunca entendi! E mais! Tô largando de vez o IMDb: atribui notas elevadas para Gravidade e Star Trek - Além da Escuridão sem grandes explicações. Obras por demais singelas se comparadas às tramas criadas por Matsumoto (que por sinal não assina o roteiro desta animação). Mas tudo bem: a mera presença do impávido Capitão Harlock, acompanhada de uma leve pitada de sarcasmo, desperta a imediata vontade de integrar sua tripulação!







segunda-feira, 3 de março de 2014

A MÚSICA DO ULTRASEVEN





por Thintosecco



Como sabem os mais antigos, Ultraseven foi um seriado japonês produzido em 1967-68, em sequência ao sucesso de seu "irmão mais velho", o Ultraman. Ambos foram criados por Eiji Tsuburaya e são referências no gênero de ficão que hoje sabemos chamar-se Tokusatu. Aqui no Brasil foram um verdadeiro vício da gurizada dos anos 70, tal como os animes de hoje.










Muito embora o Ultraman original seja mais lembrado, há quem diga que Ultraseven foi a obra-prima de Tsuburaya. O personagem tem uma grande legião de fãs e um dos detalhes que mais deixou saudade foi sua trilha sonora, de autoria de Toru Fuyuki, muito provavelmente a melhor de toda a franquia Ultra, que continua até hoje no Japão, com força.

Vou lembrar aqui a música do Ultraseven numa execução muito especial, realizada em 13 de março de 2009 no Tokyo Opera City Concert Hall, pela Orquestra Sinfônica de Tóquio, conduzida pelo próprio Toru Fuyuki e acompanhada por coral de crianças. E com um convidado de honra no palco.

Segue um trecho do concerto. Muito bom!   




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