sexta-feira, 27 de junho de 2008

DARK STAR



Quatermass


O diretor John Carpenter é uma figura! Começou fazendo filmes trash, teve uma fase comercial e retornou com tudo às origens. Quem gosta de ficção-aventura-terror ainda se lembra de clássicos como Halloween (1978), A Bruma Assassina (The Fog – 1980), Fuga de Nova Iorque (Escape from New York – 1981), O Enigma do Outro Mundo (The Thing – 1982), Christine (1983) e Starman (1984). Realmente são ótimos, alguns cult.


Depois, o retorno ao trash movies. Minto! Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986) até que é divertido e Eles Vivem (They Live - 1988) interessante, mas já se denota o gosto do diretor em escancarar com o padrão hollywoodiano de qualidade. Não é decadência e sim a identificação do diretor com um estilo próprio que havia sido deixado de lado e que retomou o caminho.


Gostos são gostos, ele tem o dele e eu, o meu. Gosto de sua fase comercial, e, estranhamente, do seu filme de estréia, um filmezinho trash pelo qual debutou: Dark Star (1974). Ele e Dan O’Bannon roteirizaram e produziram esta pequena jóia cinematográfica. É referência em qualquer publicação (estrangeira, é claro), pela pobreza de recursos e riqueza de idéias, associado a uma direção bastante criativa.


Conheci a obra ainda nos tempos das pré-fitas seladas, lá pelos longínquos 1982/1983. Título curioso para alguém curioso – bela combinação. Na época sujeitava-se à imagens e legendas de qualidade duvidosas, que quando não se perdia o visual, entendia-se a metade dos diálogos – e no filme eram demais!



Numa espaçonave especializada em destruir planetas instáveis, os tripulantes da Dark Star vivem constantes dilemas, volta e meia resolvidos por seu capitão, semi-morto em um acidente, mas preservado criogenicamente e cuja lucidez permite trocar idéias (coisa de doido). Mais doida ainda são as gigantescas bombas falantes que antes de serem lançadas e explodirem comunicam-se com a tripulação.



A coisa degringola quando uma das bombas, já armada mas ainda presa na nave, resolve passar por uma crise existencial, forçando um dos tripulantes a ir para o espaço e manter um diálogo digno de Freud. É um filme tão non-sense quanto Bubba-Ho-Tep e com as mesmas qualidades e elogios. Tente ver esta obra (na medida do possível). Muitas vezes diversão esconde-se nos mais singelos entretenimentos.


quarta-feira, 25 de junho de 2008

OUTLAND



por Quatermass


Bons tempos aqueles que tudo demorava a chegar e quando vinha era aguardado com incrível ansiedade.


Sado-masoquismo meu? Vou então explicar através de um exemplo: O Retorno de Jedi. O Retorno de Jedi estreou em maio de 1983 nos Estados Unidos, em outubro do mesmo ano no Brasil e em 1984 em Porto Alegre/RS. Pois é! Naquele tempo a ordem era a seguinte: primeiro no país de origem; seis meses depois em Rio-São Paulo; mais seis meses em Porto Alegre, capital da Província de São Pedro, e outro tanto nos cinemas do interior. Não estou exagerando, era assim! Mas devido à pirataria do vídeo (antes VHS depois DVD) os exibidores deixaram de ser preguiçosos e deram um jeito de agilizar para evitar um prejuízo ainda maior.


Hoje em dia um lançamento é quase simultâneo com o resto do mundo (e Porto Alegre junto). Perdeu um pouco a graça: antes mesmo do filme ser concluído já existem sites com fofocas e novidades, pseudo-trailers, comentários de gente que diz que viu, mas tão somente para promover o filme, ainda que seja uma droga (do tipo a segunda trilogia de Star Wars) e por aí vai! Porém, há quase trinta anos atrás as notícias vinham devagar, isoladas, já acompanhadas de críticas verdadeiras e não porcarias de fã-clubes e revistas/sites engajados.


Foi assim com Alien – O Oitavo Passageiro, com O Império Contra-Ataca, Jornada nas Estrelas - O Filme e tantos outros. Outland (1981) foi uma agradável exceção. Diferentemente dos grandes filmes já citados, a obra de Peter Hyams estreou na mesma época de Blade Runner, Mad Max 2 e Firefox. Covardia! Mas passou com louvor! Assisti Outland em 1982 no extinto cine São João. O cinema não estava vazio - curioso por ser uma mescla de ficção científica com faroeste. Estavam cheias as cadeiras e a tela, pois lá estava Sean Connery, na pele do delegado O’Neil, tentando botar ordem numa colônia de mineração em Io, uma das luas de Júpiter.

Por que faroeste? Porque O’Neil é o alter-ego do delegado Will Kane (Gary Cooper) de Matar ou morrer. Ao contrário da obra de 1952, O’Neil já é casado, mas sua esposa se manda daquele buraco com o filho, mesmo sem saber que o marido enfrentará traficantes e policiais corruptos, comandados pelo administrador do lugar, Sheppard (Peter Boyle, excelente). Tem suspense, drama e uma mocinha (Frances Sternhagen) bem diferente de Grace Kelly, que ajuda nosso herói. Uma excelente releitura de Matar ou Morrer, realizada por um diretor de altos e baixos. E Sean Connery é Sean Connery – sempre vale a pena esperar.



segunda-feira, 23 de junho de 2008

O REPOUSO FINAL DE CLYDE BRUCKMANN

Quatermass



Arquivo X foi um grande seriado de ficção científica dos anos noventa (1993-2002).




Mesclava terror, ficção, suspense, ação, mitologia, humor e empatia. Teve no total nove temporadas, mas nunca foi regular. Para falar a verdade, como fã que sou até hoje, assisto sem traumas as sete primeiras. Destas, da primeira à terceira podem ser consideradas clássicas, pela qualidade e criatividade das histórias. Posso dizer com certeza que gosto mais destas pelo processo de construção/identificação dos personagens. Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson) são o verdadeiro fenômeno do seriado. O primeiro, por acreditar em esoterismo/ufologia e ter absoluta certeza de suas convicções; a segunda, por tentar. Este aparente antagonismo é o que une os opostos. Por que aparente? Porque um complementa o outro: o passional e o racional juntos, a teimosia com a lucidez, a amizade acima do amor. Melhor dizendo: há o clima de amor entre os dois protagonistas, permeado por um manto de amizade.

A alternação entre episódios/situações com monstros-da-semana e ETs era um bom complemento. Mas, a partir da oitava e nona temporadas, David Duchovny (Mulder) resolveu engrossar suas exigências com os produtores, a tal ponto de ficar fora da maioria dos episódios finais. Como resultado, também deixaram Scully de escanteio e inseriram dois novos personagens, dois novos protagonistas: o agente do FBI John Dogget (Robert Patrick) e Monica Reyes (Annabeth Gish). Aconteceu o desastre: saiu o cara que acreditava, bem como sua parceira que queria acreditar, e colocaram um que não acreditava e outra que nem tentava. Mataram a mitologia, pois não havia roteiro que salvasse dois personagens tão inexpressivos. Resultado: a série acabou.



Mas voltando ao início, X Files já era cult na terceira temporada e é de um episódio em especial que passo a analisar brevemente. O Repouso Final de Clyde Bruckmann senão é o melhor, é um dos melhores episódios. É extremamente inteligente, irônico e sarcástico.

Clyde Bruckmann (Peter Boyle), um bom velhinho corretor de seguros, possuía um dom especial: o de poder prever a morte da pessoa que estava a sua frente. Obcecado pela prematura morte de Buddy Holly (um pioneiro do rock’n'roll, veja postagem anterior) num acidente em fins dos anos cinqüenta, passou a desenvolver inadvertidamente esta capacidade. Até aí tudo bem, mas na cidade também está à solta um assassino serial de videntes. O sujeito procura um em especial: o capaz de identificá-lo por seus crimes. Clyde é localizado por Mulder e Scully e fica sob custódia dos dois em um hotel, e qual não é a surpresa quando um de seus empregados é o próprio criminoso? Santa coincidência, Batman!

Mas o episódio possui muito mais méritos: Peter Boyle está impagável como o simpático velhinho e sua interação com Scully é espetacular. Um exemplo disso é quando Scully lhe pergunta como ambos terminarão e ele sarcástica e inocentemente diz: “na cama” (mas não é o que estão pensando)! Clyde Bruckmann já viu sua morte, a ponto de descrevê-la, mas também sabe por intermédio de quem alcançará seu merecido repouso. É um episódio inesquecível, um dentre tantos desta singular série criada por Chris Carter. Num futuro não muito distante comentarei outros, sem a longa introdução é claro!

Hajam coincidências! Depois de publicar esta postagem, adivinhem o quê encontro no Cine Divx Bizarro? Confiram! Valeu!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

BUDDY HOLLY

Thintosecco




Na postagem anterior foi dito que o Chuck Berry criou o rock'n'roll. Que isto não conste como verdade absoluta. Poderia falar de Bill Haley e seus Cometas, com o clássico Rock Around the Clock (pode conferir o vídeo), além de vários outros. Mas prefiro lembrar de um outro pioneiro do rock que partiu já faz muito tempo: Buddy Holly. É esse cara aí ao lado, com pinta de nerd, sim!


Charles Hardin Holley (1936-1959) nasceu em Lubbock, Texas, em uma família de músicos. Cedo Buddy aprendeu a tocar violino, piano e guitarra. Ainda adolescente já tocava como profissional numa dupla country. A sua grande oportunidade surgiu quando fez a abertura de um concerto de Bill Haley and The Comets num espectáculo local. Foi contratado pela gravadora Decca e formou a sua própria banda, The Crickets. Entre as músicas que gravou encontrava-se "That'll Be The Day", cujo título retirou de uma frase dita por John Wayne no filme The Searchers.

A música de Holly era sofisticada para sua época, incluindo o uso de instrumentos ainda não vistos no rock. Dizem que foi o primeiro rockstar a usar uma guitarra Fender, por exemplo. Holly era um bom guitarrista rítmico, notável em músicas como "Peggy Sue" e "Not Fade Away". Compunha canções simples e românticas, mas também músicas que tinham letras mais sofisticadas, harmonias e melodias muito bem trabalhadas e complexas, como nunca haviam sido mostradas no gênero.



O estilo pessoal de Holly, mais controlado e cerebral que Elvis Presley e mais jovial e inovador que os astros western de sua época, teve bastante influência na cultura jovem nos dois lados do Atlântico. Em março de 1958, Buddy e os Crickets fizeram uma turnê pela Inglaterra e na platéia estavam dois adolescentes que entrariam para a história do rock. Um deles era Paul McCartney, que depois citou Holly como uma de suas principais influências (o nome da banda The Beatles, variação de " os besouros" foi escolhida boa parte, em função do nome da banda de Holly, "os grilos". O outro garoto era Mick Jagger, que também recebeu forte influência musical de Holly, tanto que um dos primeiros sucessos dos Rolling Stones foi uma versão de Not Fade Away.


Casou-se em agosto de 1958. Em 1959, Holly saiu dos Crickets e começou uma carreira solo com outros artistas, incluindo Ritchie Valens e J. P. Richardson (mais conhecido como "The Big Bopper"). Mas logo em fevereiro desse ano um acidente aéreo pôs fim à carreira e à vida de Buddy Holly, Valens e Richardson. Esse evento inspirou o cantor Don McLean a compor, em 1971, a música American Pie e marcou a data de 3 de fevereiro como "o dia que o rock morreu." Há pelo menos uma lenda curiosa sobre esse acidente: outro astro da época, Eddie Cochran, teria "perdido" um cara-ou-coroa com o Big Bopper para viajar no tal avião (isso aparece no filme La Bamba) e assim "escapou" do acidente. O Eddie acabaria falecendo no ano seguinte, num acidente de trânsito na Inglaterra. Na verdade, uma sucessão de outros acontecimentos nessa época atingiria a primeira geração de roqueiros e atrasaria em alguns anos a evolução do rock: Elvis no exército, Chuck Berry preso, Jerry Lee Lewis envolvido no escândalo do casamento com a prima adolescente, e por aí vai. O rock'n'roll ressuscitaria, com mais força, em meados dos anos 60, principalmente por causa de quatro ingleses "cabeludos". Mas essa parte da história acho que não preciso contar!




Texto retirado e adaptado, em maior parte, da wikipedia. Infelizmente retiraram do You Tube o melhor vídeo...

domingo, 15 de junho de 2008

LENDAS DA VIDA



por Quatermass



Dizem por aí que por detrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. Bobagem! Não que a mulher seja inferior ao homem; mas simplesmente porque não precisa dele.


Agora, nos filmes há uma relação indissociável: por detrás de um grande filme, há sempre uma grande mensagem.


Lendas da Vida (The Legend of Bagger Vance – 2000) é um grande filme, que carrega uma poderosa mensagem. A história: em plena Depressão Americana, Adele Invergordon (Charlize Theron), filha de um falido e recém suicidado investidor, resolve fazer um torneio de golfe como forma a promover e inaugurar o também recém construído campo.


Adele também carrega outro fardo: o marido beberrão e sem um pingo de autoconfiança: o derrotado Rannulph Junuh (Matt Damon). Desportista em ascensão antes da Primeira Guerra Mundial, ao participar do conflito como oficial do exército retorna mortificado por um obsessivo e insuperável sentimento de culpa.




Inicialmente são convidados dois dos maiores esportistas da América: Bobby Jones (Joel Gretsch) e Walter Hagen (Bruce McGill). São conhecidos nacionalmente, mas não são do Sul dos Estados Unidos. Durante uma reunião com moradores e autoridades de Savannah, um menino, Hardy Graves (J. Michael Moncrief) lembra-se do Capitão Junuh. Incrédulos, recomendam ao menino que então o convide a participar. Ao fazê-lo, demonstra ao beberrão que ainda há uma criatura na Terra capaz de acreditar no jogador que foi. Relutantemente aceita.


Neste momento surge Bagger Vance (Will Smith). Oferece seus serviços como carregador de tacos; enquanto que o menino fica como seu ajudante. Pára por aí! Vamos ao que interessa: o derrotado e seus acompanhantes.


Primeiramente, digo que este não é um filme piegas; ao contrário, sua mensagem está obliqua e parcialmente contida nas figuras de Bagger Vance (Will Smith, memorável) e no menino Hardy Graves. O diretor Robert Redford utiliza estes dois personagens inteligentemente, um complementa o outro: o menino por representar a crença, o entusiasmo; Bagger Vance, por nortear, através do jogo de golfe, o caminho da superação. Fé e orientação são inseparáveis e insubstituíveis: não existe superação sem eles. Mas Junuh está bem acompanhado. O final é previsível, mas ainda assim já vi várias vezes e volto a assistir.



Tem um aspecto nesta obra que me fascina e que ainda não descobri. O golfe: um esporte de elite transformado em pura reflexão.


Veja o filme, pois vale a pena! Está longe de ser chato e pra falar a verdade, poucas vezes presenciei uma mensagem tão bela, visual e musicalmente. E sobre o quê? Paixão, desafios, superação, fixação de metas e ideais, a interação do ser com o meio, a importância do tempo e o momento para ações certas. Será que é pouca coisa?



sexta-feira, 13 de junho de 2008

FÓRMULA 1

Thintosecco


Em outras épocas o futebol e o automobilismo proporcionaram grandes espetáculos. E com brasileiros como protagonistas! E hoje? Ih, rapaz, a coisa tá feia... Sobre o futebol, depois de ver o Brasil perder para a Venezuela, até é melhor deixar para falar em outra ocasião. E quanto à Fórmula 1, o que é isto que temos visto? Que sucessão de barbeiragens foi aquela no recente GP do Canadá!

Como não sou nenhum especialista no assunto, não me aventuro a fazer maiores análises. Arrisco dizer que o Massa não está assim tão mal. Mas o Nelsinho Piquet só nos faz ter saudades do pai dele! O Piquet não era nenhum exemplo de simpatia, mas, com certeza, foi um grande piloto. A verdade, que todo mundo percebe, é que a F-1 já foi muito melhor. Para não ir muito longe, basta lembrar de meados dos anos 80 (mais precisamente, 1986), quando as quatro feras que aparecem na foto abaixo disputavam o campeonato: Senna, Prost, Mansell e Piquet. Segundo alguns, foi a última grande fase da Fórmula 1.



Achei esta foto no Blog da Fórmula 1, no portal do Jornal Zero Hora, que é um blog que recomendo. Mescla notícias e curiosidades, atuais e do passado.

Deixo o tradicional vídeo, que neste caso mostra trechos do duelo entre Piquet e Senna no GP da Hungria de 86, quando, depois de tentar a ultrapassagem por dentro e levar um xis do Senna, Piquet volta ao ataque e realiza o que parecia impossível! A trilha sonora até poderia ser com música brasileira, mas o editor do clipe preferiu Rolling Stones, o que também não é nada mau!

Encerro deixando um abraço para um parceiro, colega nosso de trabalho, que é muito fã de futebol e automobilismo – e como não é só de ficar assistindo, faz de vez em quando uns “peguinhas” de kart! E também pra outro amigão, que é um verdadeiro need for speed! Valeu, Willian? Valeu, Luciano? O futebol fica pra próxima!






Deu gostinho? Então emendo um clipão com alguns dos melhores momentos dos pegas entre Senna e Prost!


OS "INVELHECÍVEIS"

por Quatermass



Conhecem aquele desenho da Hanna-Barbera chamado Os Impossíveis (inclusive postado aqui no Blog)? Pois é! Estes dias estava conversando com Thintosecco e descontraidamente chegamos à conclusão de que há uma categoria de atores Hollywoodianos que poderiam ser chamados de Os "Invelhecíveis".


São dotados de uma incrível capacidade de não envelhecerem, de serem os eternos “menininhos”, os pré-adolescentes que algum dia crescerão. Quem me refiro? Leonardo di Caprio, Brad Pitt, Tom Cruise, Ralph Macchio (da série Karate Kid), Michael G. Fox, Matthew Broderick... Por que esta implicância?


Apenas curiosidade: enquanto alguns atores sabem envelhecer (tipo Bruce Willis, Richard Gere, Mel Gibson, Dennis Hooper), outros apostam na eterna juventude.


Fórmula surrada que resulta em uma triste conseqüência: o estigma de que só serve para um tipo de papel. Alguns dos “jovens” que me referi já deixaram de atuar, outros continuam, mas é questão de tempo, pois das duas uma: ou assumem ou somem!




Agora falo também do inverso: aqueles atores que devido a sua virilidade permanecem sempre em nossas memórias e cujos filmes simplesmente não teriam sua razão de ser sem eles: Sean Connery, Kirk Douglas, Gregory Peck, John Wayne, Charlton Heston e outros da velha geração. Falei velha geração? Isso mesmo e estão escasseando!


Há pouco tempo assisti Fonte da Vida (The Fountain – 2006) do diretor Darren Aronofsky – uma viagem muito doida, com Hugh Jackman interpretando três papéis intercaladamente e daí pensei: é um dos atores mais recentes que promete muito! Ele foge do padrão “carinha bonita” e sua atuação convence (mesmo careca)! Ainda vamos ver muitos de seus filmes.


Quanto aos “Invelhecíveis”? Só o tempo dirá!



terça-feira, 10 de junho de 2008

Vergonha de perguntar...


Sei que há pessoas que visitam O Planeta é Nosso!, mas têm pouco conhecimento sobre blogs em geral. Alguns são amigos pessoais nossos e que vêm até aqui conhecer o blog, descobrindo talvez um mundo novo. Outras pessoas podem chegar até o blog pelos mais variados caminhos. O fato que para esses o blog ainda é um lugar meio “misterioso”. Então, a proposta é esclarecer alguns detalhes – básicos, é verdade – mas que eventualmente podem pertencer àquela categoria do tipo “gostaria de saber, mas tinha vergonha de perguntar”. Então vamos lá!


Comentários no Blog:


1 – Quem pode comentar?

Atualmente não há restrições. Situação sujeita à revisão no eventual caso de abusos.

2 – Como comento? Como leio os comentários?

Clicando em “comentários” abaixo da postagem, será aberta uma janela, onde, abaixo dos possíveis comentários já feitos, está a caixa de texto para escrever.

3 – Comentar como anônimo ou comentar com identificação?

Fica ao critério do leitor. Na verdade, o blogger oferece quatro diversas opções quanto à identificação do comentarista:

a) Usuário do Google/Blogger - se você tem e se quiser usar. Possivelmente é o mesmo login usado no orkut.
A senha não vai aparecer no blog.

b) Open ID - para quem usa algum dos outros serviços ali identificados pelos ícones e quer aproveitar o login.


c) Nome/URL - Opção que recomendo. Apareça com o nome que você quiser e não precisa colocar senha nenhuma. A opção URL pode ficar em branco, use-a se você tem um blog ou site e quer mostrar.


d) Anônimo
- para quem quer o máximo de privacidade (apesar que não vejo o porquê).



4 - Comentei, mas depois que fechei a janela, continua aparecendo "0" comentários...

Atualize a página!


TV Retrô:


1 – Dá para ver o videozinho em tamanho grande?

Dá. É só clicar em cima quando o vídeo estiver passando que abrirá a respectiva página do You Tube. Aí, para quem não sabe, é só clicar naquele quadrinho no canto direito debaixo da janelinha do vídeo, que ele vai aparecer em tela cheia.

2 – Quero informações sobre o vídeo da TV Retrô.

Abra a página dele no You Tube e confira as informações no quadro à direita (more info). Se quiser mais, pesquise.



Por enquanto, é isso. Espero que seja útil e peço desculpas à quem entende mais do que eu por algum esquecimento ou algum possível erro nas explicações. Correções são bem-vindas. Abraço!

domingo, 8 de junho de 2008

TO BE OR NOT TO BE


por Quatermass


“To be or not to be, that is the question!” Imortal frase shakesperiana lida e relida várias vezes, seja em livro, seja em teatro, seja por Hollywood. Desculpem Kenneth Branagh e Sir Lawrence Olivier, não é de seus filmes que passo a analisar, mas do universo Star Trek.


O diretor/roteirista Nicholas Meyer sempre enriqueceu o desgastado mundo de Gene Roddenberry. Se Jornada nas Estrelas tivesse se restringido à série clássica (1966-1969) e alguns longas sua contribuição teria sido meramente a título de curiosidade, supérflua até. Mas a partir dos anos setenta resolveram ganhar mais uma graninha em cima e bolaram quatro seriados baseados no original (Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e Enterprise) e dez filmes de longa metragem (Jornadas I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X). Haja fôlego! Mas também haja paciência, haja engov, haja compreensão dos fãs diante de tanta ladainha vazia e efeitos cansativos. Em Star Trek qualidade e quantidade são palavras acima de tudo antagônicas, inversamente proporcionais.



Desses resquícios de criatividade, sobressaem os longas. O primeiro, Jornada nas Estrelas – O Filme é uma space opera muito inspirada de Jerry Goldsmith, cuja história atribulada dos bastidores seria suficiente para um filme próprio de como não fazer cinema. Mas ainda assim, deve ser visto em separado dos demais nove, pois tirando o roteiro confuso (uma das causas das brigas) e orçamento/prazo estourados, a direção, efeitos especiais e, novamente, a esplêndida trilha sonora compensam e muito.


O segundo, A Ira de Khan, foi o resultado dos excessos do primeiro: orçamento controlado, prioridades para roteiro e personagens. Aí entra Nicholas Meyer. De tudo o que foi produzido nestes quase trinta anos, foi a única criatura lúcida capaz de compreender e criar ou ressuscitar idéias/conceitos novos, personagens/vilões novos e histórias interessantes. A relação de amor e ódio entre Kirk/Khan, a questão da idade-jovem/velho-novo/arcaico, a interação mais íntima entre os personagens, as cenas de ação, tudo de maneira racional e enxuta.



Daí vem o terceiro (1984), quarto (1986) e o terrível quinto Star Trek (1989), quando se torrou dinheiro, tempo e idéias, associadas a um diretor amador (o próprio Willian Shatner) e um produtor que já devia ter caído fora há muito tempo (Harve Bennett). Novamente volta o bombeiro Nicholas Meyer para apagar o incêndio e fazer o rescaldo.


E aí? Aí vem Jornada nas Estrelas VI – A Terra Desconhecida (1991), de novo com orçamento apertado e de idéias novas. O filme é inferior ao segundo, principalmente devido ao clima pós-guerra fria no mundo real – acompanhando a tendência, os Klingons já não são o Império do Mal. Será? Pois é nesse momento de transição, de apaziguamento, que surge um dos melhores vilões já bolados neste universo sci-fi: o General Chang.



Muitas vezes um filme é lembrado somente pelo herói, pelo monstro, pelo romance, pelo suspense, pelo diretor. Em Star Trek VI a figura lendária é o personagem de Christopher Plummer. Se Nicholas Meyer bolou o tipo, o ator deu o arremate que faltava. Chang era perverso, inteligente, sarcástico, irônico, cínico, empático, de presença marcante e, acima de tudo, apaixonado por Shakespiere! Para desgosto de Kirk, vivia recitando o dramaturgo inglês, conferindo momentos de raro humor espontâneo e charme, somente visto no seriado dos anos sessenta.


Este personagem também conferiu uma sobrevida à irregular série de longas metragens, inclusive, sendo personagem em jogos de computador, como Klingon Academy. Uma curiosidade: nos anos sessenta, apesar da guerra fria envolver oficialmente Estados Unidos e União Soviética, na ponte da Enterprise estava o navegador Checov, russo. Até aí tudo bem. Mas os Klingons tinham feições por demais asiáticas, tendendo para o chinês ou o mongol. Ou seja, Roddenberry puxou a Rússia como aliada contra a China de Mao Tse Tung, e se prestarem atenção no episódio The Omega Glory fica ainda mais evidente, onde mesmo não contando com os Klingons, o inimigo lembrava o Exército Popular da China.


Quando filmaram o primeiro longa, mudaram as feições dos Klingons, tornando-os mais aliens e menos humanos. Mas Chang é diferente: lembra Gengis Khan – é só reparar. Por que será que aconteceu este breve retrocesso? Shakespiere explica?


sexta-feira, 6 de junho de 2008

FILTRO SOLAR

Quatermass


Um vídeo que fala por si.




terça-feira, 3 de junho de 2008

A ARTE DE BENÍCIO




por Thintosecco




A propósito de falar sobre musas, socorro-me de um mago da ilustração, José Luiz Benicio, ou apenas Benicio.



Gaúcho de Rio Pardo (mas radicado no Rio há décadas), auto-didata e criador de mais de 300 cartazes para o cinema nacional (dentre eles: Dona Flor e Seus Dois Maridos, Independência ou Morte, Cada um Dá o que Tem, Pelé Eterno e vários d'Os Trapalhões). Benício produziu e produz esmerados traços que exploram com charme e paixão a beleza feminina. Não que tenha dedicado-se apenas a isso - seus trabalhos transitam ainda pela área editorial e publicitária - mas é fato que suas mulheres
voluptuosas sobressaem-se. A partir dos anos 60, com o advento das pueris pornochanchadas, ele concebeu em pôsteres - e poses - as mais belas atrizes do cinema brasileiro, como Sônia Braga, Leila Diniz, Vera Fischer, etc.



Aliás, há uma história curiosa envolvendo Vera e o trabalho do Benicio. Diz a lenda que ao estrelar o filme A Super Fêmea, Vera Fischer não consentiu em que fossem utilizadas imagens suas, nua, nos cartazes do filme. Porém, admitiu a possibilidade de aparecer em forma de desenho. Pois bem: adivinhem quem chamaram para esse trabalho? O cartaz desse filme tornou-se clássico e na época muita gente chegou a ficar em dúvida quanto a tratar-se de uma ilustração ou uma fotografia.





Livros de Bolso


Desde os anos 50 até a primeira metade dos anos 80, os livros de bolso representaram a forma de leitura mais difundida no País. E representaram também a fase mais marcante do trabalho de Benicio. Neste período o artista produziu mais de 1.500 capas de Pocket Books que povoavam o imaginário de grande parte dos leitores do Brasil. A espiã Brigitte Montfort foi a estrela maior dessa época, sendo a personagem principal da série ZZ7 da Editora Monterrey.



Encontra-se em produção um documentário, dirigido pelo Jetter Castro, intitulado O Encontro de Benicio com Brigitte Montfort, que conta essa história. Ficam o link para o blog do documentário e o vídeo abaixo.

Os textos dessa postagem foram retirados, em parte, do site do Benicio e do blog Obvious. Recomendo a visita ambos. E a primeira imagem deste post é do livro, de autoria do Gonçalo Júnior,
Benício - um perfil do mestre das pin-ups e dos cartazes de cinema (CLUQ, 2006, 240 págs., formato 16 x 23 cm, R$ 49,90). Valeu.


Recolhi na rede umas 50 imagens de capas e outros trabalhos do Benicio (em tamanhos e qualidade variados), que estou disponibilizando no 4shared (tamanho aprox. 2,2 MB), para quem estiver a fim. Mas não deixe de conferir o site do artista, porque tem mais material.

domingo, 1 de junho de 2008

COSMOS


Quatermass

Este post é oportunista. Ao ler a postagem do Thintosecco sobre O Pálido Ponto Azul, imediatamente lembrei-me da séria protagonizada por Carl Sagan (1934-1996), Cosmos. Lá no início dos anos oitenta, a Globo anunciou a exibição dos doze episódios. Como tudo naquela emissora, a coisa decola certinho e termina de qualquer jeito: não cheguei a assistir todos os episódios porque por um motivo ou outro (dia, horário, mudança daqui, mudança dali), qualquer coisa era suficiente para o telespectador deixar de assistir. Tudo bem, alguns anos depois comprei o livro baseado na série (ou vice-versa) e matei a saudade. Mais adiante, a série saiu em VHS - uns trambolhos que, mesmo selados, não tinham em qualquer locadora de vídeo. Ai! Ai! Neste país, quando se gosta de alguma coisa – qualquer coisa - o sujeito sofre! Finalmente, já no século XXI a Abril lançou a série em DVD e fui à caça. Agora posso saborear tranquilamente todas as cenas, imagens e efeitos da série. Mas espera aí! Será que é só isso que nos oferece? Justamente é o que menos interessa!

Confesso, admiro muito Carl Sagan pela incrível habilidade de transformar astronomia em poesia, de criar frases e adjetivos sem nunca repetir (bem ao contrário de mim). Mais, de utilizar elementos singelos para explicar o universo, a física e a habilidade/capacidade humana com uma clareza ímpar. Foi um grande poeta e professor, que ensinava astronomia visualizando o impossível e divagando o fantástico. Contudo, Carl Sagan também tinha alguns ranços. Tanto em Cosmos como em Contato (dirigido por Robert Zemeckis a partir de uma obra sua) constata-se a dura e inflexível visão da religião e da espiritualidade como a antítese do progresso e da evolução. Desdenha a Astrologia, taxando-a como ciência inexata (ao contrário da Astronomia). Confere à Ciência um patamar mais elevado que a superstição e a crença humana. Criticamente acho que nosso filósofo/astrônomo/cientista cometeu uma heresia. A humanidade é a soma de todas as qualidades e defeitos humanos. Com nossos defeitos e erros também evoluímos e sem estes o homem perde sua identidade.

A Ciência, diferentemente do que afirma Carl Sagan não é exata, muito menos perfeita e a Astronomia, que além de estar longe de compreender um trilhionésimo do universo, é dominada somente por alguns. Já a combatida Astrologia não é uma ciência exata, mas é compreendida pela maioria, pois está delimitada. A crença advém da fé: homem sem fé não crê, logo não acredita, não persevera. A superstição advém do desconhecimento, porém, instiga. A religião advém do reconhecimento de uma entidade divina. Todos estes elementos também compõem o ser humano. Seu crescimento depende da soma de todos os fatores para a busca do conhecimento e não da exclusão de alguns. Talvez a maior falha de percepção de Carl Sagan seja que tenha procurado descobrir mundos longe demais sem ao menos tentar entender o que acontece no Planeta Terra.





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