O diretor John Carpenter é uma figura! Começou fazendo filmes trash, teve uma fase comercial e retornou com tudo às origens. Quem gosta de ficção-aventura-terror ainda se lembra de clássicos como Halloween (1978), A Bruma Assassina (The Fog – 1980), Fuga de Nova Iorque (Escape from New York – 1981), O Enigma do Outro Mundo (The Thing – 1982), Christine (1983) e Starman (1984). Realmente são ótimos, alguns cult.
Depois, o retorno ao trash movies. Minto! Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986) até que é divertido e Eles Vivem (They Live - 1988) interessante, mas já se denota o gosto do diretor em escancarar com o padrão hollywoodiano de qualidade. Não é decadência e sim a identificação do diretor com um estilo próprio que havia sido deixado de lado e que retomou o caminho.
Gostos são gostos, ele tem o dele e eu, o meu. Gosto de sua fase comercial, e, estranhamente, do seu filme de estréia, um filmezinho trash pelo qual debutou: Dark Star (1974). Ele e Dan O’Bannon roteirizaram e produziram esta pequena jóia cinematográfica. É referência em qualquer publicação (estrangeira, é claro), pela pobreza de recursos e riqueza de idéias, associado a uma direção bastante criativa.
Conheci a obra ainda nos tempos das pré-fitas seladas, lá pelos longínquos 1982/1983. Título curioso para alguém curioso – bela combinação. Na época sujeitava-se à imagens e legendas de qualidade duvidosas, que quando não se perdia o visual, entendia-se a metade dos diálogos – e no filme eram demais!
Numa espaçonave especializada em destruir planetas instáveis, os tripulantes da Dark Star vivem constantes dilemas, volta e meia resolvidos por seu capitão, semi-morto em um acidente, mas preservado criogenicamente e cuja lucidez permite trocar idéias (coisa de doido). Mais doida ainda são as gigantescas bombas falantes que antes de serem lançadas e explodirem comunicam-se com a tripulação.
A coisa degringola quando uma das bombas, já armada mas ainda presa na nave, resolve passar por uma crise existencial, forçando um dos tripulantes a ir para o espaço e manter um diálogo digno de Freud. É um filme tão non-sense quanto Bubba-Ho-Tep e com as mesmas qualidades e elogios. Tente ver esta obra (na medida do possível). Muitas vezes diversão esconde-se nos mais singelos entretenimentos.
2 comentários:
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Luiz S.J.Campos SP
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