Dizem por aí que por detrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. Bobagem! Não que a mulher seja inferior ao homem; mas simplesmente porque não precisa dele.
Agora, nos filmes há uma relação indissociável: por detrás de um grande filme, há sempre uma grande mensagem.
Lendas da Vida (The Legend of Bagger Vance – 2000) é um grande filme, que carrega uma poderosa mensagem. A história: em plena Depressão Americana, Adele Invergordon (Charlize Theron), filha de um falido e recém suicidado investidor, resolve fazer um torneio de golfe como forma a promover e inaugurar o também recém construído campo.
Adele também carrega outro fardo: o marido beberrão e sem um pingo de autoconfiança: o derrotado Rannulph Junuh (Matt Damon). Desportista em ascensão antes da Primeira Guerra Mundial, ao participar do conflito como oficial do exército retorna mortificado por um obsessivo e insuperável sentimento de culpa.
Inicialmente são convidados dois dos maiores esportistas da América: Bobby Jones (Joel Gretsch) e Walter Hagen (Bruce McGill). São conhecidos nacionalmente, mas não são do Sul dos Estados Unidos. Durante uma reunião com moradores e autoridades de Savannah, um menino, Hardy Graves (J. Michael Moncrief) lembra-se do Capitão Junuh. Incrédulos, recomendam ao menino que então o convide a participar. Ao fazê-lo, demonstra ao beberrão que ainda há uma criatura na Terra capaz de acreditar no jogador que foi. Relutantemente aceita.
Neste momento surge Bagger Vance (Will Smith). Oferece seus serviços como carregador de tacos; enquanto que o menino fica como seu ajudante. Pára por aí! Vamos ao que interessa: o derrotado e seus acompanhantes.
Primeiramente, digo que este não é um filme piegas; ao contrário, sua mensagem está obliqua e parcialmente contida nas figuras de Bagger Vance (Will Smith, memorável) e no menino Hardy Graves. O diretor Robert Redford utiliza estes dois personagens inteligentemente, um complementa o outro: o menino por representar a crença, o entusiasmo; Bagger Vance, por nortear, através do jogo de golfe, o caminho da superação. Fé e orientação são inseparáveis e insubstituíveis: não existe superação sem eles. Mas Junuh está bem acompanhado. O final é previsível, mas ainda assim já vi várias vezes e volto a assistir.
Tem um aspecto nesta obra que me fascina e que ainda não descobri. O golfe: um esporte de elite transformado em pura reflexão.
Veja o filme, pois vale a pena! Está longe de ser chato e pra falar a verdade, poucas vezes presenciei uma mensagem tão bela, visual e musicalmente. E sobre o quê? Paixão, desafios, superação, fixação de metas e ideais, a interação do ser com o meio, a importância do tempo e o momento para ações certas. Será que é pouca coisa?
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