segunda-feira, 22 de outubro de 2007

"Star Trekos" - parte 1


por Quatermass


Como era bom (e ainda é) assistir o trio Kirk, Spock e Mcoy na tela pequena. A série clássica de Jornada nas Estrelas apresentou três temporadas irregulares, mas o padrão Roddenberry sempre estava presente. Os primeiros doze episódios foram escritos pelo próprio criador e neles estavam a mensagem de Roddenbery: o otimismo pela raça humana; o lado humano sobrepujando a circunstância, a adversidade, principalmente em episódios como As Mulheres de Mudd, A Manobra Corbomite e a Consciência do Rei.


A partir desta premissa Roddenberry desenvolveu seus personagens, a relação de amizade do citado trio, a alegoria presente em todos os 79 episódios (mesmo em questões sérias e delicadas como o racismo - O Último Campo de Batalha) e a capacidade de juntar competentes colaboradores (John Meredicth Lucas, Joseph Pevney, Sol Kaplan e outros). Mais que tudo, transmitiu empatia de seus personagens. O carinho dos fãs passou a ser eterno.


Porém, passadas as três temporadas, mesmo considerando a série animada (1973-1974), houve um grande intervalo até o renascimento de Star Trek. No período de 1982-1983 assisti pela última vez no Canal Bandeirantes Jornada nas Estrelas com a antiga e saudosa dublagem. Realmente, foi a despedida, pois jamais seria como antes. Em 1987, tomei ciência da estréia nos USA de uma nova série baseada em Star Trek, A Nova Geração.


A alegria foi muita e a expectativa também, mas em uma era pré Internet, as coisas demoravam muito para aparecer. Volta e meia a CIC Vídeo lançava episódios em VHS da primeira temporada e qual não foi minha surpresa em descobrir que algo estava errado: cadê os personagens carismáticos, cadê a alegoria da série antiga, cadê o humor, onde encontrar um roteiro inteligente em meio àqueles atores perdidos e afetados? Quando achava que um episódio era ruim, vinha o seguinte pior. Me desinteressei.


No inicío dos anos noventa a Rede Manchete passou a exibir a temporada completa; posteriormente, na metade da década, os Canais USA e Record passaram a exibir regularmente as demais temporadas. Também vieram Deep Space Nine (com o bar do Quark junto), Voyager, e as “eletrizantes aventuras” do Capitão Archer, na franquia Enterprise (exibidas no Canal AXN). Sou fã de Star Trek, mas, sinceramente, a franquia poderia ter terminado após a Nova Geração e A Ira de Khan (1982).


Nada de novo se criou das franquias, os conceitos criados por Roddenberry há quarenta anos foram maquiados: viagens ligando nada a lugar nenhum, discursos e conceitos técnico-científico-filosófico vazios, finais inconclusivos, a ausência da alegoria, verdadeiro “chove não molha” – somente o interesse em arrecadar. Fã sofre! Continua...

Fica o fan-clip alusivo aos 40 anos da série clássica (só não vale chorar...)


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