Outro filme de Douglas Trumbull, mais ambicioso que Silent Running, mas frustrante.
Frustrante, por que o tema é complexo demais para um filme que tangencia ficção, fantasia, drama e suspense, sem dizer exatamente a que veio.
Assunto: o que acontece a uma pessoa no momento de sua morte. Morte é o início/meio/fim? É uma noção perigosa demais para se brincar, seja filosófica, espírita ou religiosamente falando. Aqui é abordado de maneira científica e superficial.
Ingmar Bergmann realizou um clássico a respeito em O Sétimo Selo (1957), mas é a morte apresentada no sentido figurado, alegórico, mas não se iludam, de maneira muito mais profunda.
Já em Projeto Brainstorm (Brainstorm – 1983), o cerne é a partir do exato momento da desencarnação. A história é muito interessante, os efeitos são bons, o elenco idem. O que falha é o roteiro: uma sensação de “ué, já acabou?”
História: um dedicado grupo de cientistas procura obter informações do cérebro, gravando sensações e imagens pela mente humana, informações estas que podem ser compartilhadas. Um infortúnio acontece: uma das cientistas, sozinha no laboratório sente prenúncio de infarto.
Põe a máquina a funcionar e passa a ser a própria cobaia. Momentos depois está morta. Mas a gravação continua durante a noite inteira.
Seus colegas ao constatarem o ocorrido, debatem quais são os limites do homem enquanto ser lúcido e corpóreo numa determinada dimensão. A morte é apenas um limite físico?
Dr. Michael Brace (Christopher Walken) resolve ir atrás da resposta. Conecta o aparelho a seu cérebro e retrocede ao derradeiro momento de sua colega. Começa a empatia e a viagem de nosso herói curioso.
Uma última nota deste comentarista: independentemente de qualquer questão ético-moral o filme é bom, infelizmente, a atriz Natalie Wood faleceu durante as filmagens e fica agora a triste constatação: somente ela sabe o real conceito de morte, somente ela alcançou o verdadeiro limiar que o personagem de Christopher Walken perseguiu.
Presto então uma homenagem a esta bela atriz, esteja onde estiver, que, com certeza, encontra-se num plano mais elevado.
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