quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

ESPÍRITOS


por Quatermass

Espíritos (Shutter - 2004) é um filme de terror tailandês extremamente denso, paranóico. Baseado na idéia (na qual respeito) de que somos constantemente acompanhados por espíritos e que estes às vezes aparecem em fotografias junto com familiares ou não, a motivação às vezes pode se dar por vingança. Os diretores Banjong Pisanthanakun e Parkpoon Wongpoon são bastante generosos nas dicas durante o filme: passamos pelo final do filme diversas vezes sem perceber. Utiliza-se de fotos reais de aparições. Mas no fundo, a história é a seguinte: retornando de uma reunião de amigos, o fotógrafo Tun (Ananda Everinghan) e sua namorada Jane (Natthaweeranuch Thongmee) inadvertidamente atropelam e matam uma moça. Tun aparentemente reconhece a atropelada e recusa-se a prestar auxílio, foge. Desconfiada, a namorada acaba descobrindo vínculos da vítima com o grupo de amigos. Enquanto isto, um a um destes começam a morrer. O assédio agora recai sobre o fotógrafo, através de aparições muito bem boladas pelos diretores e não só nas fotografias. Numa delas, ao transitar de carro a noite com a namorada Tun novamente vislumbra Natre (Achita Sikamana) estirada na estrada e a partir do espelho retrovisor vê que a vítima agora se levanta. Com o pé no fundo do pedal do acelerador e pensando estar distante da moça, esta lentamente surge ao lado de fora de sua janela. Se fosse um filme americano, as imagens seriam de relance, um mero susto. Mas não nestes filmes orientais. A tensão e o suspense são cada vez mais sufocantes, resultando em aparições de insuportável e devastadora lentidão. Ao final, a namorada descobre também que Tun não era tão inocente e que a atropelada era vítima duplamente. Mas não se preocupem, o nosso anti-herói será devidamente castigado: moral e espiritualmente.

1 comentários:

Taiguara disse...

Embora respeite a opinião de quem - como o Quatermass - gosta desse filme, registro que Espíritos foi muito criticado por pessoas ligadas à Doutrina Espírita. Isso por considerarem que mistifica, para as pessoas menos instruídas na doutrina, o contato com entidades desencarnadas, como se fosse algo em si mesmo horroroso. Segundo o espiritismo (kardecista) o contato com espíritos é um fenômeno natural e corriqueiro para certas pessoas, ditas dotadas de mediunidade. E na maioria das vezes, nada têm de horrível. Compartilho dessa posição. A propósito, recomendo a leitura do Livros dos Espíritos, de Alan Kardec (o médium, não o jogador do Vasco!). Valeu.

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