Célebre frase dita pelo Oráculo, o Todo Poderoso inimigo das máquinas, a Neo. Além de não ser nem um pouco original, peca pela falta de brilhantismo! E este é o grande defeito da trilogia Matrix: o início-meio-fim dá-se exclusivamente no primeiro filme.
Se a obra de 1999 era intrigante (e fascinante), mais pelo roteiro inesperadamente inteligente e dotado de bons personagens (Neo, Morfeu, Trinity e o sensacional Agente Smith); Matrix Reloaded (2003) e Matrix Revolutions (2004) não passam de meros caça-níqueis.
Matrix Reloaded tenta ser complexo, mas torna-se prolixo com tantas reviravoltas e personagens descartáveis (o Homem do Trem, o Arquiteto, o Chaveiro, o Merivíngio, etc) acrescido de um roteiro superficial.
Matrix Revolutions quase não possui história, não nos conta nada: apenas joga cenas de ação sucessivamente, dando a entender que o filme só serve para promoção de vídeo-game! So- ma-se a isto o fato de que seus efeitos especiais são repetitivos, a ponto de cansar o expectador.
A que se deve tal fenômeno? Muito provavelmente os irmãos Wachowski, com dinheiro no bolso, resolveram estender a saga de Neo (Keanu Reeves), tal como George Lucas fez com Star Wars, ou seja, se perderam na jogada! Para ser sincero, tanto Matrix e Star Wars – Episode IV eram filmes de orçamento modestos, com bons roteiros, personagens carismáticos e fim de papo! A idéia central, de tão singela (o antagonismo entre bem versus mal & homem versus máquina) precisaria de um Michael Straczynski para desenvolvê-la adequadamente – só que cairia melhor num seriado como Arquivo X ou Babylon 5 e não na tela grande, com frases vazias e bombásticas!
Como se não bastasse, apenas uma constatação: se a idéia central de Matrix, de que nosso quotidiano não passa de um mundo virtual e que o real é o das máquinas, quando foi então que queimou o fusível delas?