sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

TUDO O QUE TEM UM INÍCIO, TEM UM FIM




Quatermass


Célebre frase dita pelo Oráculo, o Todo Poderoso inimigo das máquinas, a Neo. Além de não ser nem um pouco original, peca pela falta de brilhantismo! E este é o grande defeito da trilogia Matrix: o início-meio-fim dá-se exclusivamente no primeiro filme.







Se a obra de 1999 era intrigante (e fascinante), mais pelo roteiro inesperadamente inteligente e dotado de bons personagens (Neo, Morfeu, Trinity e o sensacional Agente Smith); Matrix Reloaded (2003) e Matrix Revolutions (2004) não passam de meros caça-níqueis.


Matrix Reloaded tenta ser complexo, mas torna-se prolixo com tantas reviravoltas e personagens descartáveis (o Homem do Trem, o Arquiteto, o Chaveiro, o Merivíngio, etc) acrescido de um roteiro superficial.




Matrix Revolutions
quase não possui história, não nos conta nada: apenas joga cenas de ação sucessivamente, dando a entender que o filme só serve para promoção de vídeo-game! So- ma-se a isto o fato de que seus efeitos especiais são repetitivos, a ponto de cansar o expectador.


A que se deve tal fenômeno? Muito provavelmente os irmãos Wachowski, com dinheiro no bolso, resolveram estender a saga de Neo (Keanu Reeves), tal como George Lucas fez com Star Wars, ou seja, se perderam na jogada! Para ser sincero, tanto Matrix e Star Wars – Episode IV eram filmes de orçamento modestos, com bons roteiros, personagens carismáticos e fim de papo! A idéia central, de tão singela (o antagonismo entre bem versus mal & homem versus máquina) precisaria de um Michael Straczynski para desenvolvê-la adequadamente – só que cairia melhor num seriado como Arquivo X ou Babylon 5 e não na tela grande, com frases vazias e bombásticas!


Como se não bastasse, apenas uma constatação: se a idéia central de Matrix, de que nosso quotidiano não passa de um mundo virtual e que o real é o das máquinas, quando foi então que queimou o fusível delas?









terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

AQUARIUS


Passado o Carnaval, registro trechos de um e-mail que circulou na rede na semana passada anunciando o início da Era de Aquário.



Quando a Lua estiver na sétima casa,
Alinhada com Marte e Júpiter;
Então a paz guiará os planetas,
E o amor irá orientar as estrelas.





"Quarenta anos atrás, as intuitivas palavras de uma canção chamada Aquarius trouxeram o advento da Nova Era para a nossa consciência coletiva. No amanhecer do dia 14 de fevereiro de 2009, dia dedicado a São Valentim, o Santo padroeiro do Amor, a Lua em Libra entrou na sétima casa de relacionamentos. E Júpiter e Marte alinharam-se em Aquário na décima segunda casa de transformação espiritual.

'As mais profundas tradições espirituais dos tempos antigos viam o mundo manifesto, em todas as escalas de existência como sendo gerado e permeado por uma trindade cósmica dos princípios ativo, passivo e neutro - a essência divina do masculino, feminino e infantil. O objetivo do sagrado matrimônio entre o divino feminino e masculino que os povos antigos (...) registravam em seus templos não era só trazer harmonia cósmica e fertilidade às suas terras, mas dentro de si mesmos. Para tal equilíbrio energético é necessário permitir a ativação ou "nascimento" do filho divino dentro de nós e a realização da iluminação.

'Quando essa trindade cósmica da consciência se harmonizar plenamente, de forma totalmente expressa dentro de nós, nos tornaremos verdadeiramente "curados" e "íntegros".
Por milênios, só o maior conhecedor dos adeptos podia ter atingido essa plenitude. Mas os anciãos e místicos em todo o mundo estão dizendo que agora é a hora, evoluímos para um ponto em que todos nós somos capazes de despertar a nossa divindade interior. Este é o nosso destino espiritual no alvorecer da Idade do Aquário."


Na verdade não existe consenso acerca da data de início da Era de Aquário. Há estudiosos que acreditam que a Era de Aquário somente terá início no século XXVII, ou seja, após o ano 2600 (versão que está na Wikipedia). De outro lado, há outros, como os gnósticos, que afirmam que ingressamos nesse período astrológico em 1962. Não acredito que teremos um mundo melhor a partir do simples alinhamento dos astros, mas acreditar que o momento atual seja propício para mudanças positivas é algo interessante. Achei um artigo interessante sobre a Era de Aquário, assinado pela astróloga Vanessa Tuleski, aqui neste link,que recomendo a leitura. O texto inclui, além de comentários sobre essa nova Idade, explicações sobre as eras anteriores, que aproveito para reproduzir em parte.


Cada Era traz à tona todas as questões do signo que o representa, mas também do signo que se opõe a ele.


Assim, por exemplo, a Era de Touro conheceu o represamento (Touro, signo do elemento Terra, relacionado a forma) das águas do Nilo (Escorpião, signo do elemento Água), e sabe-se que este fato teve fundamental importância no desenvolvimento da civilização egípcia. Foi nesta Era que surgiram as religiões ligadas à terra, e que o ser humano começou a se estabelecer, deixando de ser nômade. Conflitos de dominância e poder (típicos do eixo Touro e Escorpião) estiveram presentes durante toda esta Era.



A Era de Áries foi caracterizada por guerras, disputas e pelo surgimento de deuses mais masculinos (Áries é um signo de polaridade masculina), em oposição às deusas que predominavam até então. Nesta época também se desenvolveram a cultura e as artes (Libra, signo oposto a Áries), e surgiu o budismo, uma religião tipicamente libriana, por pregar o ‘caminho do meio’.



A Era de Peixes desloca a ação do Oriente para a Europa. O Cristianismo nasce junto com a Era de Peixes, e grande parte dos fatos estão relacionados com ele: desde a perseguição dos primeiros cristãos até o momento em que a Igreja Católica angaria um poder incalculável. Durante a Idade Média, a Igreja controla toda e qualquer forma de conhecimento, e seus preceitos exercem uma inflexível influência sobre as pessoas. É o auge da força da crença (Peixes), em que a ameaça não é tomar algo real da pessoa ou exercer outra forma de punição, e sim, condená-la a queimar eternamente no fogo do inferno (ativando a natureza impressionável inerente à Peixes). Porém, são os interesses mundanos (reflexos de Virgem, signo da Terra, de natureza material) que movem a venda de perdões (as chamadas ‘indulgências’) e outras benesses celestiais.



A Era de Aquário não é, portanto, uma Era que automaticamente vai nos conduzir à fraternidade, a um entendimento extraordinário de quem somos e do que o mundo é, a uma nova forma de organização, a uma descoberta sem precedentes de nosso poder mental e a um uso adequado dele. E por que não? Porque Aquário não é um signo melhor do que Peixes, assim como Peixes não é melhor do que Áries, assim como nenhum signo é melhor do que outro. Em cada Era, nós temos escolhas a fazer.

Na realidade, em todas as Eras houve dificuldade em se equilibrar os dois signos envolvidos. A humanidade passou boa parte da Era de Peixes tendo sua capacidade de análise e discernimento (simbolizada por Virgem) bloqueada por crenças impostas de cima para baixo. Quando, a partir do século XIX, o espírito científico começou a se desenvolver, daí foi Virgem que assumiu a supremacia. Descartou-se tudo o que não se podia explicar e iniciou-se um período de excessiva racionalidade e fragmentação, que resultou no surgimento em massa de doenças emocionais decorrentes da falta de conexão com algo maior (por que você acha que tantas pessoas se drogam no mundo?).

O potencial da Era de Aquário seria para que nos víssemos como uma só raça (já que até agora nosso passatempo foi nos aniquilarmos mutuamente), e, a partir disso, nos uníssemos, sendo capazes, por esta razão, de avanços inimagináveis, e de criarmos um novo sistema de vida, que rompesse integralmente com o que de negativo vivemos até aqui. Uma Era de Aquário realmente avançada também não descartaria que viéssemos a realizar um intercâmbio com habitantes de outros planetas, seja através do desenvolvimento de tecnologias revolucionárias, seja porque finalmente estaríamos prontos para isto. Uma Era de Aquário ‘bem feita’ teria de ter presente os atributos positivos de Leão, como a valorização do indivíduo e da criatividade, do coração e do calor, para que a sociedade não se tornasse por demais fria, mecânica e lógica. O bem estar do indivíduo (Leão) teria de ser levado em consideração tanto quanto o bem estar do grupo (Aquário), pois um não pode predominar sobre o outro sem que isto gere desequilíbrios. Só que a Era de Aquário não vai trazer tudo isto ‘de bandeja’. Nós teremos de conquistar esta ‘promessa’ positiva que está embutida nela.

Novamente, fica o convite para ler na íntegra esse artigo, escrito ainda em 2001, intitulado O Que Promete a Era de Aquário?, nesse link. Outro artigo interessante encontrei no blog
Druida do Vento.


Sobre o musical Hair (e o respectivo filme, de onde saiu o clipe de Aquarius, no início deste post), sugiro dar uma conferida na Wikipedia, neste link. Recomento ainda que confiram a postagem sobre a montagem brasileira desse musical (incluindo a trilha nacional), no blog Brazilian Nuggets, muito bom! Ainda sobre o Hair, encontrei um comentário curto, mas que diz bastante, neste outro blog. que gostei bastante. No mais, saudações aquarianas, independentemente de datas!


Textos "reunidos, recortados e rejuntados" por Thintosecco e MrOx.
Sem nenhum direito reservado!


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

PARA LER CARL BARKS



por Quatermass




Nos anos setenta, uma obra causava sensação no meio intelectual brasileiro: Para Ler o Pato Donald, onde dois intelectuais chilenos tentavam interpretar a mensagem nociva contidas nos quadrinhos da Disney (entenda-se quadrinhos americanos em geral), abordando principalmente a questão da dominação cultural.





Baseavam–se principalmente nas histórias daquele que, sem dúvida, foi um dos maiores gênios da Disney: Carl Barks. Só que Barks era muito mais complexo do que os escritores tentaram colocar no papel: primeiro, porque não conheciam Barks, somente escolhiam histórias aleatórias publicadas em língua espanhola; segundo, porque tentaram massificar suas idéias como um todo, generalizando, diminuindo e execrando as publicações.



Confesso que sou suspeito para falar de Barks. Gosto muito de seus traços: nervosos, curtos e inteligentes; também por seu humor sarcástico e um notável senso crítico, muitas vezes subliminar, para dissimular em meio ao conservadorismo americano, principalmente no período do Macarthismo – fato que misteriosamente nossos dois escritores chilenos nunca mencionaram! Sujeito simples e humilde viajava pouco. No entanto, as grandes aventuras que escrevia/desenhava aconteciam em qualquer parte do globo, utilizando-se principalmente de revistas National Geographic.




Outra crítica sobre Para Ler o Pato Donald é que na edição nacional não se preocuparam em traduzir corretamente as histórias, resumindo-se a passar para o português a edição em espanhol, que é pavorosamente distorcida em relação à versão americana! Resumindo: seria como um bronco dissertar sobre o desempenho do Windows Vista.







Mas afinal quem foi Carls Barks? Se você, caro internauta, quer conhecê-lo, vão aí as dicas: a Abril lançou (e vive relançando) a série O Melhor da Disney, com (quase) todas as histórias de Barks (longas, médias e vinhetas); ou bisbilhote na Internet:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Barks ;

http://www.seriesam.com/barks/index.html ;


ou garimpe nos sebos. Mas, cuidado! Como toda jóia rara, há imitadores, que num primeiro momento até que enganam, mas são logo desmascarados por um roteiro bobo e traço forçado. Ao contrário, Carl Barks (1901-2000) foi um artista completo: concebia e desenhava com personalidade, às vezes com sugestões de sua filha. No entanto, vivia tendo que refazer seus contos, fruto da ignorância e preconceito, seja por questões editoriais, morais ou políticas.



Barks é uma boa lembrança da Disney, na sua Era de Ouro dos quadrinhos (anos cinqüenta e sessenta), tempo em que possuía um plantel incrível de desenhistas, com Tony Strobl (que também desenhava patos) e Paul Murry (especialista em Mickey) dentre outros.


A vida é ingrata: Walt Disney se consagrou como criador do Mickey e só! Soube apenas gerenciar muito bem seu negócio. Aí vêm os intelectuais e tentam interpretar os quadrinhos de Barks, feito de maneira tosca e grotesca! Triste lembrança de um homem que criou anonimamente histórias épicas feita de patos, mas que influenciou gerações, inclusive de cineastas como George Lucas e Spielberg.



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

YES

De certa forma me redimindo em relação à postagem de algum tempo atrás em que mencionei essa grande banda, mas deixei só um vídeo do Steve Howe com o Dream Theater.






O Yes foi formado em 1968, na Inglaterra, pelo vocalista Jon Anderson e pelo baixista Chris Squire, juntando-se a eles o batera Bill Bruford, o tecladista Tony Kaye e o guitarrista Peter Banks, mas foi com a substituição de Banks por Steve Howe, em 1970, e, no ano seguinte, a troca de Kaye por Rick Wakeman, que o Yes chegou à chegou a sua "formação clássica".

As composições dessa banda incluíam "arranjos complexos com orientação de música erudita, marcações de tempo incomuns, musicalidade virtuosa, mudanças métricas dramáticas, dinâmicas e letras surrealistas de significados obscuros", conforme a descrição da Wikipedia.







Dá para dizer que o Yes foi uma das bandas que definiu o gênero progressivo dentro do rock. E o fez com muita competência, produzindo álbuns ousados, onde o experimentalismo não era ingrediente vão. O Yes não produziu apenas um som novo mas, junto com alguns outros grupos de sua época, elevou o rock a um nível qualidade antes inimaginado.

Combinando com a novidade do som, a temática era fantástica, o que foi realçado pelo trabalho do ilustrador Roger Dean, que passou a produzir as capas dos discos da banda a partir de 1971, com o álbum Fragile.

Os clipes que acompanham essa postagem são pequenas animações feitas sobre ilustrações desse artista, ao som de trechos de And You and I, clássico que faz parte do álbum Close to the Edge.






É verdade que a banda foi perdendo o "fio da meada" a partir da segunda metade dos anos 70 em diante, agravada por constantes mudanças na formação. Mas não dá para considerar justas as críticas que recebeu dos "experts" a partir dessa época e ainda mais nos anos 80, sendo mencionados como uma espécie de exemplo do que o rock não deveria ser.

Tudo bem que uma banda de rock não precisa de grandes músicos mas, se os tem, isso seria um defeito? E, se outras bandas tentaram seguir o mesmo caminho, sem a mesma qualidade, a culpa por acaso seria deles? Acho que não.






Nos anos 80 a banda deu um tempo e depois ressurgiu com um repertório totalmente diferente. Quase pop, era um Yes "americanizado", sob forte influência de um novo guitarrista, Trevor Rabin. O novo Yes fez algum sucesso, mas não foi adiante. Após divisões, reuniões, idas e vindas de integrantes, a banda retornou ao velhos estilo para alegria dos antigos fãs.

De todo jeito, os melhores trabalhos do grupo são aqueles da primeira metade dos anos 70, especialmente THE YES ALBUM (1970), FRAGILE (1971) e CLOSE TO THE EDGE (1972), álbuns que recomendo e que podem ser encontrados e baixados nos links que seguem.













The Yes Album, no Agora é Rock












Fragile, no TJ Classic Rock












Close to the Edge, no Chocoreve



A música do Yes é para quem tem ouvidos para ouvir. E sonhos a serem regados pela música fantástica dessa banda. É velho? Sim. Fora de moda? Sim, não tem nada a haver com o que se ouve hoje no rádio ou com o que toca nas festas. Mas esse talvez seja o motivo mais forte para que se dê uma parada para ouvir o som dessa antiga, mas grande banda.

A propósito, deixo o vídeo de And You an I, ao vivo, fase Union (quando o Yes virou uma megabanda, com dois bateras, dois tecladistas e dois guitarristas) e ainda, para quem conferiu o vídeo com o Steve Howe e o Dream Theater, que tal o mesmo final de Starship Trooper, aqui na performance dos próprios autores? Show! No 4shared, pra você assitir e/ou salvar.





quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O TÚMULO DO FILME DESCONHECIDO



por Quatermass



Nas nações ocidentais é comum erigirem túmulos contendo os restos mortais de um soldado tombado em combate, cuja identidade é desconhecida. Já para um cinéfilo, a pior coisa que pode acontecer é ter vaga lembrança de um filme, sequer recordando o diretor, ator ou detalhes que identifiquem a obra.



Lembranças não faltam, porém, um telefilme há muitos anos me chamou a atenção. Justamente um telefilme! Se as atuais revistas de cinema e vídeo somente evocam lançamentos, imagine encontrar referências de um telefilme!


E o mais engraçado disso tudo é que somente me voltou à memória graças a um genial episódio de Além da Imaginação, quando ainda era exibido nos Sábados Sci-Fi do então Canal USA. Ambos retratam, via ficção, sobre um triste incidente real. Mesmo assim, vamos seguir os passos de um processo investigativo.





Primeiro, sobre o telefilme: exibido na madrugada pela Rede Globo, entre 1977 a 1979. Segundo, os fatos: durante a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em abril de 1943, no retorno de uma missão de bombardeio à Nápoles, uma B-24 se desgarrou de seu grupo.


Devido à inexperiência do jovem navegador, a Lady Be Good seguiu cada vez mais para dentro do deserto da Líbia e nunca mais foi vista.


Dezesseis anos mais tarde, uma equipe de prospecção de petróleo localiza o bombardeiro quadrimotor quase intacto. Nos destroços não há vestígios da tripulação, pressupondo então que tenham saltado antes da queda por falta de combustível.






Terceiro, a ficção: uma B-25 (agora um bombardeiro bimotor) também cai no deserto. Toda a tripulação sobrevive, exceto um, que antes da queda pulou de paraquedas, sem ordens para tanto! Os que ficaram no avião permaneceram no local da queda à espera do resgate.


O tempo passa e os cinco tripulantes restantes ingressam numa rotina de tédio, interrompida apenas pelo fato de nunca poderem se afastar do avião. A mesmice é então quebrada pela chegada de militares e, com eles, o tripulante que havia deixado seus companheiros para trás, agora um oficial graduado mais velho e apreensivo. Seus companheiros festejam o salvamento e tagarelamente ficam em volta da equipe de resgate. Mas eles não os ouvem!


Um por um os tripulantes vão se dando conta do que realmente aconteceu e aos, poucos, vão sendo removidos. Com isto vão desaparecendo, menos um, o quinto que enterrou os demais. Daí surge o drama: aonde estará o quinto tripulante? Mais, ficará preso eternamente ao avião? Com remorsos, o oficial continua a busca!



Quarto, conclusão: e agora? Agora é manter as lembranças desta obra de ficção, um raro exemplo de telefilme bem feito.


Quinto: fatalisticamente falando, poderia terminar por aqui, mas, teimoso como sou, acabei descobrindo no Wikipedia o nome do referido filme, pondo um fim à investigação. Como? Arriscando! Como estava há tempos para comentar sobre o filme, consultei de última hora o artigo em inglês sobre o Lady Be Good e ao final, antes das referências, há menção sobre um telefilme de 1970 - Sole Survivor - qual terá sido o título aqui no Brasil?







Sexto: depois? Erigir um túmulo virtual a estas reminiscências, filmes sem nome e que representam o somatório de um pouco de tudo que já vimos e deixamos para o esquecimento!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

THE RED BARON

Uma recomendação incomum para os aficcionados em biplanos!


VILAS, ILHAS, ROBÔS... parte 1




Thintosecco






Uma coisa que evito fazer aqui no blog é fazer postagens alusivas ao falecimento de pessoas, mesmo que sejam celebridades. Do contrário, o blog iria se tornar um espécie de "obituário", até porque tem muita gente boa por aí (atores, músicos, etc.), que já vai pela casa dos 70, 80 ou mais anos. Gente que produziu coisas interessantes em décadas passadas.

Não postei, mas não esqueci, de algumas personalidades que se foram em 2008. Os quadrinhos nacionais perderam algumas de suas referências (Gedeone Malagola, Eugênio Colonnese, Cláudio Seto); na MPB, partiram até aqueles que pareciam eternos (Jamelão, Caymmi). No rock, se foi o Rick Wright, o homem dos teclados do Pink Floyd.
E neste mês de janeiro que termina, morreram os atores que fizeram o Número Seis, de O Prisioneiro, o Sr. Roarke, de A Ilha da Fantasia, e o Robot, dos Perdidos no Espaço. São seriados que lembro com carinho e estão relacionados a diferentes épocas da minha própria história. E, por isso, a exceção deste post.



Hoje, com a internet e a TV por assinatura, existe uma grande liberdade de escolha dos programas a assistir, coisa que até a segunda metade dos anos 80 nem se imaginava. Naquele tempo os programas simplesmente vinham (ou não) até nós, dependendo da boa vontade dos canais de TV aberta. Nem adiantava ficar sonhando em ver um seriado que foi produzido lá fora anos atrás e que não passou aqui na época. Mas eu, teimoso, tinha um sonho desse tipo lá pelo meio dos anos 80: assistir um seriado inglês dos anos 60 chamado The Prisoner.



De onde tirei a idéia? Do disco The Number Of The Beast, do Iron Maiden, que tinha uma faixa de mesmo nome em homenagem ao velho seriado, e de uma daquelas revistas-pôster da Editora Três que explicava a origem da música. Depois fiquei sabendo que foi o próprio Patrick MacGoohan, protagonista da série e detentor dos direitos, quem autorizou o Maiden a usar aquela famosa vinheta que terminava com a frase "I'm not a number, i'm a free man!", seguida da gargalhada do Número Dois. Isso foi ainda na gestão da Primeira Ministra britânica Margareth Tatcher, conhecida como a Dama de Ferro (se o governo dela inspirou o Alan Moore a escrever "V de Vingança" dá para imaginar o "estilo" da senhora...). Pois assisti a um documentário do Iron (graças à minha mana), em que o empresário da banda contou que o MacGoohan, antes de autorizar o trecho do seriado perguntou: Como é o mesmo o nome da banda? Iron Maiden. Pensou por apenas um segundo e respondeu: Faça!

Apesar dessas informações, nada do seriado. Nos anos 80, fiquei só no sonho de ver o tal programa. Apareceu uma mini-série em quadrinhos, lá pelo final dos 80, com uma outra personagem, que não disse a que veio. Mas, uma década depois, ou mais um pouco, acontece um milagre! Consegui assistir a um episódio que minha irmã gravou em VHS da TV a cabo, já que passava no Multishow em algum horário ingrato. Então, finalmente, em tempo mais recente, já com internet banda larga, tive a oportunidade fantástica de ver com calma alguns episódios desse seriado (os outros estão guardados para depois, como se guarda o bom vinho) . Mas valeu a espera! Não vou fazer maiores comentários sobre O Prisioneiro em si, que já foi comentado pelo Quatermass aqui no blog, neste post. Mas recomendo!



A propósito, The Prisoner é uma daquela obras que cada um pode interpretar de maneira diferente. Pessoalmente, tenho uma opinião sobre o motivo pelo qual o N° 6 nunca conseguia sair da Vila. A grande prisão está na mente, não em muros, grades ou o que seja. É como o Pedro Bial disse outro dia (putz, estou confessando que às vezes vejo o BBB...) sobre a Alemanha dividida: anos após a queda do muro de Berlim, ele ainda existia na mente de muitas pessoas. Mas esta é apenas uma das muitas leituras possível d'O Prisioneiro. Uma lenda pessoal no passado. Hoje é algo que posso discutir com os amigos.

Outra hora volto para falar dos outros seriados. Para saber mais sobre o ator/produtor Patrick McGoohan, sugiro conferir essa postagem no blog Vintage69. Fui!

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