CASSIUS CLAY, o campeão rebelde.
Cassius Marcellus Clay Jr., (17.01.1942) é para muitos o melhor pugilista de todos os tempos. Mas não ficou conhecido "apenas" por isto, mas também por suas posições políticas. Atingiu o auge da fama sob o nome de Muhammad Ali, mas começou a tornar-se conhecido ao sagrar-se campeão olímpico nos Jogos de Roma, em 1960, com apenas 18 anos e ainda usando seu nome de batismo.
Clay entrou para o boxe profissional em 1964, tornando-se campeão dos pesos pesados ao derrotar Sonny Linston, numa das muitas lutas históricas de sua carreira.
"Praticamente todos os cronistas esportivos presentes no Miami Convention Hall esperavam ver Clay terminar a noite beijando a lona. Robert Lipsyte, jovem repórter de Box do New York Times, recebeu um telefonema do editor ordenando que estudasse bem o trajeto entre o ginásio e o hospital, para não se perder no caminho se tivesse que seguir Clay até lá. As apostas eram desfavoráveis a Clay na base de sete contra um, mas era quase impossível encontrar alguém disposto a aceitar uma aposta. Na manhã da luta o New York Post publicou um artigo de Jackie Gleason, o comediante da televisão mais popular do país, que dizia – “Prevejo que Sonny Liston vencerá aos dezoito segundos do primeiro round e a estimativa inclui os três segundos que o Boca de Sino vai levar consigo para o ringue”. Até os financiadores de Clay, o Grupo de Patrocinadores de Louisville, esperavam um fiasco. O advogado do grupo, Gordon Davidson, negociou duramente com a equipe de Liston, presumindo que aquela seria a última noite do rapaz num ringue. Davidson torcia apenas para Clay terminar “vivo e ileso”. (...)
"O tempo foi passando e Cassius Clay dominava a luta.Liston exibia dois olhos roxos. Envelhecera uma década em quinze minutos. Clay havia adorado a cena na época. As pessoas gritavam cada vez que o campeão dava um soco. Cassius Clay dançava e jabeava. No sexto assalto, mais parecia um toureiro cravando bandarilhas no cachaço do touro. No final do assalto, o campeão sentou-se na banqueta e lá ficou. Desistiu. O jovem Ali sorriu ao se ver jovem, dançando pelo ringue e gritando, “Sou o rei do mundo!” Subindo nas cordas e apontando para os cronistas esportivos gritava “Engulam suas palavras”.
No dia seguinte, Cassuis Clay anunciaria que não era apenas campeão do mundo dos pesos pesados, mas também um membro da Nação do Islã. Mais algumas semanas e teria um nome nome: Muhammad Ali."
"O tempo foi passando e Cassius Clay dominava a luta.Liston exibia dois olhos roxos. Envelhecera uma década em quinze minutos. Clay havia adorado a cena na época. As pessoas gritavam cada vez que o campeão dava um soco. Cassius Clay dançava e jabeava. No sexto assalto, mais parecia um toureiro cravando bandarilhas no cachaço do touro. No final do assalto, o campeão sentou-se na banqueta e lá ficou. Desistiu. O jovem Ali sorriu ao se ver jovem, dançando pelo ringue e gritando, “Sou o rei do mundo!” Subindo nas cordas e apontando para os cronistas esportivos gritava “Engulam suas palavras”.
No dia seguinte, Cassuis Clay anunciaria que não era apenas campeão do mundo dos pesos pesados, mas também um membro da Nação do Islã. Mais algumas semanas e teria um nome nome: Muhammad Ali."
A Nação do Islã era uma organização religiosa que só aceitava negros entre seus membros e defendia o isolamento entre negros e brancos, pretendendo a criação de um país separado dos EUA. Cassius Clay só assumiu publicamente sua nova fé no dia seguinte à vitória sobre Linston, em 1964. Ao unir-se à Nação do Islã, Cassius Clay adotou um novo nome, Cassius X, em referência a seu orientador Malcolm X. Rejeitava assim seu nome inglês - de "escravo", como defendiam os membros da organização. Com a censura a Malcolm X pela direção da Nação do Islã, conseqüente a comentários sobre o assassinato do Presidente John Kennedy, Cassius X adotou o nome escolhido por Elijah Muhammad para ele, Muhammad Ali-Haj. Tornou-se, ao lado de Malcolm X, um dos mais destacados membros da organização. Posteriormente Ali voltou-se para o Islamismo ortodoxo em sua forma sunita.
Até os idos de 60, o boxe era um esporte marginalizado, praticado por marginais e assistido pelos mesmos, controlado por iguais. Foi neste momento que surgiu Ali, com toda sua vaidade, sua matraca histriônica, seu jeito provocador e sensual, que para muitos não passava de puro exibicionismo. E era...também. Nenhum pugilista, nem antes nem depois, foi tão bom marqueteiro de sua imagem. Nenhum ajudou tanto na construção do seu próprio mito.
A partir de Ali, o boxe passou a ser palco dos debates raciais. O esporte passou a ser uma metáfora política da luta pela emancipação da população negra, não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. De uma hora para outra, um falastrão negro aguado se torna uma nova esperança para o anseio de todo um povo discriminado, tolhido dos seus direitos civis por séculos.
Em 1967 Ali recusou-se a lutar na Guerra do Vietnã, alegando que a religião o proibia. Por esta recusa, perdeu seu título e foi condenado a cinco anos de prisão. Em 1970, porém, a Suprema Corte Americana reviu a decisão. A luta pela retomada do título ocorreu em 1974, no Zaire, em uma batalha épica contra George Foreman. Mais do que um embate de gigantes, o confronto entre Ali e Foreman era o confronto de duas forças ideológicas. De um lado o Muçulmano, o controverso, paradoxal, um líder da autonomia negra. Do outro, o arrogante que vestia calções com as cores da bandeira americana e simbolizava o sistema, não admitindo que se falasse mal do Império em sua frente. Essa fantástica vitória de Ali é retratada no famoso documentário "Quando éramos reis".
Nos primeiros tempos como Cassius Clay, ele era freqüentemente atacado pelos jornalistas e outras pessoas. No entanto, com o passar dos anos, essas vozes ficaram praticamente mudas. Ele ganhava a vida batendo nas pessoas, mas na meia-idade passou a ser considerado um símbolo não só de coragem como também de amor, decência e mesmo de um tipo especial de sabedoria.
Ali atingiu uma imensa popularidade. Tornou-se personagem até de gibis e desenhos animados. Hoje é considerado o rei do boxe mundial. Ele não tem a doença de Parkinson, como muitos pensam, mas uma afecção denominada parkinsonismo do pugilista, que tem todas as características, mas não é a própria doença.
E a medalha olímpica de Cassius Clay? Após um episódio não muito esclarecido - Ali teria sido impedido de entrar num restaurante "só para brancos" e/ou brigado com uma gangue também "só de brancos" - Ali perdeu (ou jogou fora...) sua medalha nas águas do rio Ohio. O fato é que em 1996 Ali foi homenageado e recebeu uma nova medalha olímpica em substituição à que conquistara lá no início da carreira, nos Jogos Olímpicos de Roma.
Ficam os tradicionais vídeos. E recomendo esses links:
Museu dos Esportes
Blog Rosebud
Fusão Racial
Wikipedia
Em 1967 Ali recusou-se a lutar na Guerra do Vietnã, alegando que a religião o proibia. Por esta recusa, perdeu seu título e foi condenado a cinco anos de prisão. Em 1970, porém, a Suprema Corte Americana reviu a decisão. A luta pela retomada do título ocorreu em 1974, no Zaire, em uma batalha épica contra George Foreman. Mais do que um embate de gigantes, o confronto entre Ali e Foreman era o confronto de duas forças ideológicas. De um lado o Muçulmano, o controverso, paradoxal, um líder da autonomia negra. Do outro, o arrogante que vestia calções com as cores da bandeira americana e simbolizava o sistema, não admitindo que se falasse mal do Império em sua frente. Essa fantástica vitória de Ali é retratada no famoso documentário "Quando éramos reis".
Nos primeiros tempos como Cassius Clay, ele era freqüentemente atacado pelos jornalistas e outras pessoas. No entanto, com o passar dos anos, essas vozes ficaram praticamente mudas. Ele ganhava a vida batendo nas pessoas, mas na meia-idade passou a ser considerado um símbolo não só de coragem como também de amor, decência e mesmo de um tipo especial de sabedoria.
Ali atingiu uma imensa popularidade. Tornou-se personagem até de gibis e desenhos animados. Hoje é considerado o rei do boxe mundial. Ele não tem a doença de Parkinson, como muitos pensam, mas uma afecção denominada parkinsonismo do pugilista, que tem todas as características, mas não é a própria doença.
E a medalha olímpica de Cassius Clay? Após um episódio não muito esclarecido - Ali teria sido impedido de entrar num restaurante "só para brancos" e/ou brigado com uma gangue também "só de brancos" - Ali perdeu (ou jogou fora...) sua medalha nas águas do rio Ohio. O fato é que em 1996 Ali foi homenageado e recebeu uma nova medalha olímpica em substituição à que conquistara lá no início da carreira, nos Jogos Olímpicos de Roma.
Ficam os tradicionais vídeos. E recomendo esses links:
Museu dos Esportes
Blog Rosebud
Fusão Racial
Wikipedia
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