terça-feira, 27 de maio de 2008

ZEPPELIN





por Quatermass




Curioso é o universo dos filmes. A maioria destes, modestos, estréiam na TV e são reprisados ‘ad eternun’; outros, clássicos, são reapresentados de tempos em tempos, em razão de sua essência; e alguns, poucos, são bons, até interessantes, e são exibidos duas, três vezes e nunca mais são vistos. Sua existência fica contingenciada à lembrança do cinéfilo. Desta subcategoria de público, 10% ou nem isto ainda lembram.


É incrível como nossa crítica sempre se recorda dos clássicos, dos medíocres, dos cults, e pior, de filmes e de suas referências erradas. Inutilmente guardei guias de vídeo nas décadas de 80 e 90 e colecionei revistas como Videonews, Set, Cinemin, Sci-Fi News e outras que duravam até uma dúzia de edições (como a Starlog) e nenhuma, repito, nenhuma destas fez referência ao título deste post (como também nunca fizeram referência à Príncipe Planeta, Fantomas, Ás do Espaço, O Vale do Gwangi (1969), A Conquista do Espaço (1955), Destino à Lua (1950), de qualquer filme da Hammer, etc, etc, etc. Isto é mediocridade! É repetir o que já foi dito um dia sem ao menos conhecer o assunto e não ser capaz de ir além. Mas estes filmes esquecidos merecem ser lembrados.



Zeppelin é uma produção britânica de 1971 que aparenta ser da década de sessenta. Lembro-me de uma chamada da Globo, num sábado nos idos de 1976/1977, anunciando o filme para logo após a novela das oito (o saudoso Primeira Exibição). Aguardei, ví e gostei! E daí? Daí que só fui ver novamente lá por 1983, no SBT, também num sábado à noite, após o programa do Gugu (Viva a Noite). E desapareceu!


Então vamos falar dele: passa-se durante a Primeira Guerra Mundial, mais precisamente em 1915, quando o uso militar dos aviões estava apenas começando e bombardeios eram realizados por dirigíveis. Isso mesmo, balões muito grandes e em forma de charuto que realizavam ‘raids’ noturnos em Londres, mais para aterrorizar a população. Mas os ingleses estavam empenhados em encontrar uma forma eficiente de destruir estas máquinas, que voavam alto e à noite. Ao saberem da construção do maior e mais recente Zeppelin alemão, o LZ 36, enviam Geoffrey von Richter-Douglas (Michael York), um agente duplo, para descobrir seus segredos.


Nosso herói descobre não só detalhes do Zeppelin, como inadvertidamente envolve-se numa missão secreta contra a Inglaterra quando ainda em testes. O objetivo: incursionar até um castelo na Escócia onde estão guardados secretamente documentos de parte da cultura e da historia inglesa.



Como um bom filme de guerra, está mais voltado para aventura e neste aspecto se destaca. Após as filmagens seu diretor, o belga Etienne Perier caiu em ostracismo. Mas a trilha sonora é belíssima e as cenas de ação não ficam devendo em nada. Óbvio que, como bom representante do gênero, a reconstituição de época não resiste a um a análise histórica: quando o LZ 36 é atacado por biplanos SE-5 (seria impossível em 1915, pois o avião somente entrou em ação em 1917).


Mas é um preciosismo besta, mesmo porque já vi aberrações piores em obras muito mais estimadas pela crítica. Como sei que aqui nunca saiu em VHS, nem DVD (até agora), a chance de conhecer é pela Internet. Uma injustiça: um bom filme, esquecido e de difícil acesso. Quem sabe um dia possa mostrar suas qualidade para as futuras gerações? O triste é que se não acontecer, sua referência se perderá definitivamente!









1 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite, meu amigo!
Saiba que não está só!
Procuro esse filme há uns 20 anos...Assisti uma única vez em uma madrugada na Globo, o que foi suficiente para não esquecer da história.
Pesquisando sobre SteamPunk vim parar aqui!

Obrigado!

Sergio de Marco

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