sexta-feira, 1 de julho de 2011

PIRATAS DO CARIBE - QUADRILOGIA



por Quatermass


Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003), o Baú da Morte (2006), No Fim do Mundo (2007) e Navegando em Águas Misteriosas (2011) representa uma série bem sucedida que levou para além mar a atração dos parques da Disney.


Diria que, após assistir os quatro filmes da franquia, chega-se à conclusão que seu sucesso se deve principalmente a atuação do pirata Jack Sparrow (Johnny Depp). Não só ele, como também o resto do elenco, que à exceção de Will Turner (Orlando Bloom) nos três primeiros filmes, são até simpáticos, principalmente o desafeto de Jack, o Capitão Barbossa (Geoffrey Rush).




Diria até mais: se não fossem os trejeitos que Johnny Depp incrementou em seu personagem, seria apenas mais um série de filmes de aventuras descartáveis após A Maldição do Pérola Negra (2003). Trejeitos que apesar de exagerados, em momento algum desperta homofobia, ao contrário, é hilário.


Um exemplo, quando Sparrow está na iminência de dar um beijo em Angelica Malon (Penélope Cruz), rapidamente desvia do curso e diz um singelo, evasivo e pouco romântico “te amo”. Afetado sem ser afeminado, eis a questão!


Um dos segredos deste personagem é que esta afetação sempre se faz necessária quando parte do contexto e não de forma gratuita.


Psicologicamente falando, arriscaria dizer que Sparrow é um “sujeito-com-traumas-não-resolvidos-que-usa-da-afetação-como-meio-de-fuga”; agora, de maneira menos pedante, poderia especular que é um “espertalhão-cara-de-pau-não-assumido”.



Sintetizando muito brevemente, a história do primeiro filme reduz-se ao rapto da filha do governador, Elizabeth Swann (Keira Knightley), cujo sangue livrará o capitão Barbossa e a tripulação do “Pérola Negra” de uma maldição “zumbi-esquelético-fantasmagórica; no segundo e terceiro filmes há uma relação mal resolvida entre Jack Sparrow, Barbossa e Davy Jones, Capitão do “Holandês Voador”, que durante mais de quatro horas tentam em vão discutir a relação (e que no fim dão um tempo); e, finalmente, o quarto e provavelmente não o último, Jack Sparrow & Cia (agora sem Orlando Bloom e Keira) juntam-se (alegremente) ao bando de Barba Negra em busca da fonte da juventude.










Obviamente, há críticas: em todos o quatro filmes, praticamente não existe enredo na acepção precisa da palavra, apenas situações, por vezes absurdas, que se sucedem de maneira intermitente. Passados os primeiros dez minutos o espectador já nem sabe como começou. E após, tantas voltas e reviravoltas, de repente, depara-se com o cerne da história nos vinte minutos finais, quando então termina o filme.





Uma das cenas mais estapafúrdias em No Fim do Mundo é quando o pirata tresloucado depara-se com uma multidão de carangueijos que carregam seu navio praia afora.



Situações absurdas e exageradamente longas (o mesmo problema de King Kong, de Peter Jackson) não tiram o brilho da quadrilogia, ainda que, se excluído o supérfluo caberiam todos em pouco mais de duas horas.



E enquanto Johnny Depp continuar atuando com seu simpático personagem afetado sem se repetir (o que duvido), seguirá arrebatando bilheteiras para, no fim das contas, se pagar sempre pela mesma coisa: tais como as atrações da Disney!







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