sexta-feira, 30 de maio de 2008

THE EYE

Quatermass



Como dizia o saudoso Rui, de Os Normais: pata que pareu! Se for ver este filmaço prepare-se para ver todo de uma vez. É forte demais e quando digo isto me refiro à cacetada de terror que incute no expectador desde o início. Sem brincadeira, lá pelos dezenove minutos de exibição tomei um dos maiores "cagaços" diante da telinha, numa das cenas mais apavorantes já postas num filme: quando a mocinha recém operada dos olhos e enxergando ainda muito mal, ao visualizar vultos saindo de seu quarto à noite, depara-se no corredor do hospital com um espírito de uma mulher gemendo. Pior, nós enxergamos mal por ela e percebemos que aquela alma penada está vindo em nossa direção e aí...

Os irmãos Pang estão se superando! Para quem não conhece a dupla, apresento: Oxide Pang Chun e Danny Pang. A dupla é de Taiwan e também já fizeram um filme que comentei tempos atrás neste blog, Assombração (Gwai Wik – 2006). The Eye (Gin Gwai/A Herança - 2002) é um digno representante asiático do gênero terror, junto com O Grito e o Chamado. A história é menos criativa que os outros dois: Wong Kar Mun (Angelica Lee), cega de nascença, realiza um transplante de córnea em ambos os olhos. Sempre quis enxergar coisas maravilhosas, porém, supera suas expectativas. Ela também passa a ver e ouvir vultos, sombras, espíritos. Só que os diretores na maior parte das cenas fazem com que visualizemos o que a mocinha enxerga ou tenta enxergar, carregadas de um interminável e insuportável suspense.


Na metade do filme ocorre uma pausa, quando Mun descobre que sua doadora fora considerada louca, bruxa, por, entre outras coisas ver os mortos e ter premonições. Nesta parte lembra um pouco O Chamado, mas em momento nenhum desmerece a obra, pois é tão boa quanto o equivalente japonês. Ao final, mais suspense que terror. O que realmente chama a atenção não é a condução nem a história, ambas excelentes, mas as grandes cenas com os espíritos - são inspiradas: às vezes é assustador, em outras é claustrofóbico, podendo ainda ser surpreendentes, inteligentes, criativas, tudo isto proporcionando não o susto e sim puro medo. É como andar de montanha russa para aumentar a adrenalina. Terror significa pavor, grande receio, pânico. Todas se enquadram bem ao filme. Tô chegando à conclusão que me identifico com a dupla de diretores. Souberam me assustar!

Se depois de ler esse post você ainda quiser ver a cena abaixo... Bem, pelo menos não assista logo antes de ir dormir!



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