segunda-feira, 5 de maio de 2008

ZARDOZ






Quatermass



Certos filmes me vêm da memória por determinadas cenas, pela música, pelo ator, pela direção, pelo roteiro malicioso e inteligente, e pelo algo mais. Zardoz (1974) tem tudo isto, inclusive o algo mais.


Vamos começar pelo algo mais: em agosto de 1980 voltei de uma festinha de colégio onde conheci a irmã de uma amiga (e que foi o início de uma longa e inesquecível amizade). Ao chegar em casa, lá pela uma da manhã, fui direto à TV. Na época valia a pena, pois a programação da TV aberta era muito melhor que a de hoje (e atrevo-me a dizer que melhor inclusive que a de sinal pago). Casualmente estava começando na Globo a Sessão de Gala.




A introdução do filme era muito doida, com um sujeito narrando um “não-sei-o-que”, logo sendo sucedido com a imagem de uma gigantesca cabeça que pairava sobre um vale. Ela representava Zardoz, que pregava aos bárbaros o ódio aos fracos e o sexo como um mal. Distribuiu armas em troca de grãos e em seguida partiu. Iniciou-se então uma seqüência da Sétima Sinfonia de Beethoven com um bárbaro escondido dentro da carga. Era Zed (Sean Connery), um sujeito seminu, de bigode e rabo-de-cavalo.



O filme passa-se no futuro pós - apocalíptico, lá por 2.248, quando a humanidade estava dividida entre bárbaros e de poucos privilegiados que habitavam o Vortex. Eram cultos e doentes. Cabiam aos bárbaros o fornecimento de grãos e a reprodução da espécie, cuja população era cuidadosamente controlada, mediante incitação ao ódio e a entrega de armas. Zed invade o santuário e sua presença contamina os anfitriões, tanto intelectual como fisicamente. Passa a ser o elemento que subverterá a ordem e o destino da humanidade. John Boormann é um ótimo diretor. Este filme, precursor de Excalibur, é rico em metáforas. O proprio Zardoz é uma bem humorada aglutinação de Wizard of Oz, descoberta feita pelo inteligente e cada vez menos bárbaro Zed.



Agora outro comentário: grandes atores, mesmo quando famosos, não se importam em assumir papeis incomuns e esdrúxulos. Sean Connery já alcançara o ápice na época. Zed talvez tenha sido o mais extravagante, sexy e inteligente de seus personagens. Controvérsias? Concordo, às vezes choca. Mas nem sempre um bárbaro é um bárbaro; mas Sean Connery será sempre Sean Connery.








1 comentários:

Anônimo disse...

CAAAARAAAAAAAAA!!!!!!
Esse é um dos filmes mais malucos que eu já vi... Achque nem foi numa Sessão de Gala, deve ter sido no Corujão (até porque algumas das cenas, naquela época, só lá pelas 2 da madruga pra censura liberar...)
Um filme injustiçado pela crítica e, concordo, Sean Connery foi corajoso em participar.

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