Como já foi diferente o nosso mercado de quadrinhos! Comentei sobre isso hoje com o prof. Quatermass e depois me vieram algumas lembranças. Me lembro, por exemplo, de um dos primeiros lugares onde comprei HQ, isso há umas três décadas atrás, que era uma lojinha de bairro - bem afastado do Centro, por sinal - mas muito bem suprida de gibis. Lançamentos da Abril, Bloch, RGE, EBAL - podem babar, saudosistas! - e outras editoras que não lembro ou não reparava na época. Que diferença na distribuição das revistas, não? Mas ali, na "porta vermelha" (que era o nome que a gurizada usava para se referir a esse bazar, já que ninguém guardou o nome) havia uma estante que dava um medinho na gente, um espaço proibido pra nós pequeninos: o cantinho das revistas de terror. Dos títulos, guardei na mente apenas a Kripta, até porque também tinha comercial na tevê (incrível, não?). Mas tinha muito mais.
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Hoje sei que aqueles títulos, em sua maioria, eram produzidos por artistas nacionais. Já nos anos 80 peguei a onda dos quadrinhos nacionais de terror - que começou lá pelo final dos anos 50 - já no final. Colecionei as revistas da editora D-Arte e também da Press Editorial, que talvez tenham sido as últimas editoras a investir no gênero. Mas, como fã, adquiri muitas revistas antigas, inclusive de editoras que nos anos 80 já não mais existiam. Digo pra vocês: os quadrinhistas brasileiros produziram muito material - e de muito boa qualidade - nessa área, que, infelizmente, sempre foi bastante discriminada. Hoje, os gibis de terror - especialmente os nacionais - pertencem mais ao passado que ao presente de nossas bancas e livrarias. Mas, para resgatar essa memória, existe um site bem interessante, o Nostalgia do Terror, que vai, para quem ainda não conhece, especialmente recomendado.
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