por Quatermass
O filme de animação Space Pirate Captain Harlock (2013), se
não satisfez a maioria, agradou um bocado aos fãs! Mais, resultou ser uma
adaptação para a tela grande muito superior ao ‘live action’ Space Battleship Yamato (2010).
Por que
motivo? Por uma série de razões. Tanto Capitão Harlock quanto Uchuu Senkan Yamato/Star Blazers/Patrulha
Estelar são frutos das mãos e mente de um homem: Leiji Matsumoto. Corrigindo, Yamato é filho de dois pais:
Matsumoto e do produtor Yoshinobu
Nishizaki. Disto resultou discrepâncias entre Yamato e as demais obras de
Matsumoto. Em Yamato, as
histórias giram em torno dos seguinte valores: honra, bravura e
auto-sacrifício; já em Capitão Harlock; a liberdade, amizade e lealdade se
sobressaem.
A questão da sexualidade também entra na roda: em Yamato a única mulher é Yuki Mori, casta, assexuada e eterna namorada de Kodai; em Harlock, há duas mulheres: a alienígena beberrona La Mime e a sensual Kei Yuki (o jogo de nomes é proposital). Em Yamato não há lugar para amizades duradouras, já que volta e meia a tripulação é exterminada; enquanto que em Capitão Harlock o amigo do capitão, Tochiro, permanece em voga, mesmo quando em outro plano (que diga a temporada de 1978, Harlock SSX (1982), Gun Frontier (2002) e Endless Odissey (2002).
A questão da sexualidade também entra na roda: em Yamato a única mulher é Yuki Mori, casta, assexuada e eterna namorada de Kodai; em Harlock, há duas mulheres: a alienígena beberrona La Mime e a sensual Kei Yuki (o jogo de nomes é proposital). Em Yamato não há lugar para amizades duradouras, já que volta e meia a tripulação é exterminada; enquanto que em Capitão Harlock o amigo do capitão, Tochiro, permanece em voga, mesmo quando em outro plano (que diga a temporada de 1978, Harlock SSX (1982), Gun Frontier (2002) e Endless Odissey (2002).
E daí, dirá o cinéfilo? Daí que
quando transposto para os longas, esta diferença de paternidades torna-se
evidente. Até hoje não entendo a obsessão de Matsumoto em matar Kodai e
liquidar com o Yamato, já que por três vezes assistimos este triste final,
inclusive no ’live action’.
Por sua vez o Arcadia é virtualmente indestrutível e nosso herói, imortal, muito semelhante à obra prima de Gerry Anderson, Capitão Escarlate (1967). A mensagem de Yamato é triste, beirando a melancolia: o sempre ‘último sacrifício para salvar a humanidade’. Em Harlock, nosso herói é o último baluarte em defesa do planeta Terra (e nem tanto pelos que nela habitam). Esta última mensagem fica muito forte em Space Pirate Captain Harlock.
Por sua vez o Arcadia é virtualmente indestrutível e nosso herói, imortal, muito semelhante à obra prima de Gerry Anderson, Capitão Escarlate (1967). A mensagem de Yamato é triste, beirando a melancolia: o sempre ‘último sacrifício para salvar a humanidade’. Em Harlock, nosso herói é o último baluarte em defesa do planeta Terra (e nem tanto pelos que nela habitam). Esta última mensagem fica muito forte em Space Pirate Captain Harlock.
Não há lugar para remorsos ou ‘mea culpa’: Harlock é pirata porque luta contra
o governo corrupto da Terra, logo, passa por renegado. Capitão Harlock possui a fleuma de um shogun,
é impassível. Para nosso herói a liberdade é tudo e a razão de sua luta. Vale
frisar que dois aspectos ressaltam aos olhos dos fâs: os roteiristas resgataram
as longas batalhas espaciais e com elas o infindável arsenal de trapizongas,
bem ao gosto de Matsumoto; e uma vez que Kei já era sex simbol, recauchutaram La
Mime, erotizando-a até a nona potência (nada mal)!
Mas vamos à história, um mix
de Endless Odissey, Captain Harlock SSX e mais alguma coisa: no futuro o homem
abandona a Terra. No ano de 2297 a raça humana se espalhou pela galáxia.
Desejosos de retornar 500 bilhões de seres humanos travam inúmeras batalhas,
conhecidas como Guerras de Retorno ao Lar. Só que o planeta agora está de
quarentena e é brutalmente mantido pela Federação Gaia. Durante a guerra
Harlock torna-se, como já disse, um renegado e tenta de todas as maneiras
revelar o segredos que a corrupta federação tentou esconder por 100 anos.
Apesar de possuir um visual sensacional, a obra peca em dois aspectos:
primeiro, a presença de Tochiro é por demais sucinta (o fã da série sente a
falta do ‘amigo’), sendo substituído pelo imediato Yattaran; e, segundo, a
trilha sonora mediana. Para quem já assistiu a temporada de 1978 e Endless
Odissey, a falta de uma excelente trilha sonora se faz sentir. Mas não muito: a
história é boa, ainda que para os padrões americanos seja muito complexa.
Taí
outra coisa que nunca entendi! E mais! Tô largando de vez o IMDb: atribui notas
elevadas para Gravidade e Star Trek - Além da Escuridão sem
grandes explicações. Obras por demais singelas se comparadas às tramas criadas
por Matsumoto (que por sinal não assina o roteiro desta animação). Mas tudo
bem: a mera presença do impávido Capitão Harlock, acompanhada de uma leve
pitada de sarcasmo, desperta a imediata vontade de integrar sua tripulação!
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