segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

TIME DE VELHINHOS



por Quatermass



Pois é, cheguei aos quarenta e quatro anos. Continuo gostando de filmes e seriados velhos, bolorentos e esquecidos (às vezes rotulados de bizarros), tentando revalorizar preciosidades esquecidas pela nossa competentíssima crítica. Mas também me identificando com outros velhinhos já caducos – muito velhos para o Rock and Roll, mas muito jovens para morrer – O JETHRO TULL! É ISSO AÍ! TÔ INVADINDO A PRAIA DE MEU AMIGO THINTOSECCO!



Essa banda inglesa estreou oficialmente em 1968, com o álbum This Was e não parou mais. Seguiu com Stand Up (1969), Benefit (1970), Aqualung (1971) – o meu preferido, Thick as a Brick (1972), A Passion Play (1973), Warchild (1974), Minstrel in the Gallery (1975) e Too Old to Rock And Roll, Too Young to Die (1976), que encerra o ciclo progressivo. Curiosamente, o que me fascina mais no Tull é a fase Folk (folclore): Songs from the Wood (1977), Heavy Horses (1978) e Stormwatch (1979). Os demais álbuns todo fã do Tull conhece de cor.


Curioso também foi a maneira como conheci o Jethro Tull: nos fins dos anos setenta, quando John Travolta e a Disco estouraram e a gurizada que queria ser diferente ouvia Chico Buarque, Genesis e Electric Light Orchestra. Nunca vou me esquecer que um colega de aula ao meu lado escrevia Jethro Tull sem parar no seu caderno, de repente me pediu uma folha de papel e continuou a escrever a mesma coisa. Que loucura pensei: Jethro Tull, quem é esse cara? Daí me disse: “é uma banda de rock com um sujeito muito doido que toca flauta (Ian Anderson).


Pra quê! Fiquei mais curioso ainda! Disse: me grava umas músicas do Tull? Não só me gravou numa fita cassete, como eu fiz a besteira de comentar com outro colega típico dos anos setenta. Jethro Tull? Disse. Isso não é música! Música é isto aqui! E me esfregou na cara o um disco do Supertramp (Breakfast in America). Grande coisa pensei! Será que também toca flauta? Cheguei em casa e botei o cassete a funcionar e não é que as músicas eram muito legais? Óbvio que a coletânea gravada possuía mais música Folk, mas é a com que me identifico até hoje.



Levei dez anos para fechar minha coleção de LPs do Jethro Tull, quando algo “maravilhoso” aconteceu: popularizou-se o CD! Colecionar tudo de novo, pensei? Olha, bem que tentei, mas ainda tenho um toca discos para ouvir os álbuns que não consegui nem nos importados.


Vale a pena se identificar e gostar de alguma coisa. Vale a pena continuar gostando de algo, seja filme, música, livros, o que for. Vale a pena conhecer e respeitar gostos e opiniões diferentes e divergentes. Engrandecem a alma, amadurecem a pessoa, mesmo que seja velha demais para o Rock and Roll mas muito jovem para morrer.






3 comentários:

Bianca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bianca disse...

Gostei da tua postagem Quatermass,
também gosto muito do JETHRO TULL,
conheci com o Thintoseco,
gosto de bandas boas e o
Ian Anderson toca muito
bem a flauta, é um som diferente,
mas muito fascinante.
Deixo os meus votos de muitas Felicidades pelo teu aniversário,
te desejo muita saúde,paz e amor.

Anônimo disse...

Felicidades, loco véio! 44? Que não seja nem metada da tua estrada ainda, que com 88 tu ainda estejas firme na passoca, assistindo teus seriados e ouvindo um Jethro Tull... Ninguém é velho demais p'ro Rock'n'Roll, brother, hehehe! Todos estamos sempre jovens demais p'ra morrer!

...mas esse Ian Anderson é meio sobrenatural mesmo...o cara não envelhece! Acho que ele é o Joseph Curven, ninguém sacou até hoje, mas eu sei...

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