domingo, 30 de junho de 2013

WORLD WAR Z






 por Quatermass




Nada de novo no reino da zumbilândia!


Até que poderia ser o título de Guerra Mundial Z (2013). O filme estrelado por Brad Pitt tem em seus primeiros quinze minutos ares de super-mega-master produção, algo de diferente do já exaustivamente visto desde A Noite dos Mortos Vivos (1968) de George A. Romero, mas não consegue decolar.  O motivo é simples: nosso herói está mais preocupado em salvar sua família no início, meio e fim da película, do que ir à busca da cura do vírus que desencadeou a “zumbilência epidêmica”.







E este tipo de contra-empatia choca o espectador, pois esperava justamente o oposto. Mas não dá pra falar “daquiprafrentemente” sem retomar o “detrásprasmente” ou tocar no “subsequente” sem dizer do “antesequente”. Retomo alguns jargões de Saramandaia porque, como no novo remake da novela da Globo dos anos 70, também não supera a original: mudaram o elenco, porém, cometeram uma grande gafe: não repuseram a excelente trilha musical de 1976.
 

Agora, voltando para os zumbis, World War Z tem aparência séria e não paródia, mas não convence ser nem uma nem outra coisa. Brad Pitt (aliás, Gerry Lane) fica encarregado de encontrar a cura para a ameaça zumbi em escala mundial, desencadeada por um vírus (idéia original, diga-se de passagem... acho que vi algo parecido em Resident Evil...). Divide-se entre a segurança familiar e a solução para o grande mal, e que demonstra não ter grande pressa. 










Faz um citytour mundial em busca de respostas, inclusive em Israel, onde uma das cenas mais impressionantes (senão a única) é a escalada zumbi nos muros que fazem fronteira. A trilha sonora é a do tipo “seriado da Globo ou encheção de morcilha”, não desperta a atenção do espectador, portanto, incapaz de proporcionar clima que o gênero merece. 


Os zumbis são vigorosos e prontos para competir nas Olimpíadas de 2016; assustam muito mais quando estão parados gritando, do que quando correm, repito, correm alucinadamente atrás de suas vítimas. Nosso herói demonstra tanto entusiasmo e esperança quanto um condenado à câmara de gás. 










O diretor Marc Foster não se decidiu qual o foco do filme: se é terror, ficção ou drama. Só que em filme de zumbis esta tripla combinação é sempre fatal. Depois de George Romero, o único cara competente que inovou foi Dan O’Bannon que dirigiu o divertido e criativo A Volta dos Mortos Vivos (1985), este sim, verdadeira e inusitada homenagem a Romero e sua trupe esfarrapada e cambaleante. 

Quem sabe um dia Brad Pitt faça uma continuação com mais empenho se encontrar uma zumbi bonita e gostosa, e volte a ser pegador Aquiles como no intragável Tróia (2004); assim a salvação da raça humana se dará de maneira mais rápida.









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