por Quatermass
The 27th Day (1957) é uma raridade no mundo sci-fi. Rotulado como anticomunista, ficou estigmatizado.
Mais! É uma obra extremamente pobre em efeitos especiais, portanto, comunico aos desavisados que, exceto por duas tomadas de milésimos de segundo em stop-motion do disco voador criado por Ray Harryhausen em Earth Versus Flying Saucers (1956), não há efeitos de computador, sequer um mísero trecho em computação gráfica!
Também não foi, é ou será filme em 3D. Também não possui um diretor tarimbado como James Cameron, Steven Spielberg, George Lucas, Michael Bay, Paul J. Anderson, Martin Scorcese, Francis Coppola & Cia. Não tem uma partitura criada por Bernard Hermann, Jerry Goldsmith, John Willians, Danny Elfmann e outras feras.
Para piorar, sua fotografia é em preto-e-branco, repelente natural para cinéfilos de ficção científica de última hora e que juram ter assistido todos os filmes produzidos do gênero, inclusive “aqueles muito antigos de dez ou vinte anos atrás”. Não é de longa duração como os de David Lean ou Robert Wise; pelo contrário, é bem curtinho: pouco mais de uma hora (uns 75 minutos).
O mocinho não é nenhum Brad Pitt e a mocinha não é gostosa como as de hoje em dia. Desde seu lançamento não tenho notícia que houvesse tido merchandising ou franquia de algum produto infanto-juvenil. Nunca foi lançado em VHS no Brasil e, até o momento, nem em DVD; e por tudo acima elencado, duvido muito que nossas distribuidoras o façam!
Por que então estou comentando The 27th Day? Justamente pelas características já ditas! O filme conta a seu favor um roteiro incrivelmente bem escrito, apesar de ser um tanto maniqueísta. No entanto, em tempos de Guerra Fria, a então URSS também aprontou das suas e lançou Silver Dust (Sieribristaya Pyl - 1953), onde os americanos faziam experiências com material (pó) radioativo em animais e pessoas (numa leve insinuação com o nazismo).
O diretor Willian Asher é mais conhecido nos créditos do seriado A Feiticeira. Ainda assim, o roteiro consegue chamar e prender a atenção do expectador (e mesmo deste comentarista) – tal como empurrar um caminhão lomba acima com freio de mão puxado: cinco pessoas são abduzidas: um jornalista americano (Gene Barry), um cientista alemão, um soldado soviético, uma camponesa chinesa e uma modelo inglesa.
Juntos são informados pelo anfitrião (Arnold Moss) que seu planeta natal está morrendo e que a Terra é uma opção interessante. Diz também que, mesmo aliens são incapazes de destruir vidas inteligentes; ao mesmo tempo em que ficam perplexos com a capacidade humana de autodestruição.
Portanto, para cada um destes cinco eleitos são confiadas uma pequeníssima caixa contendo três cápsulas. Cada caixa está ligada telepaticamente com seu possuidor e este tem poder de exterminar com toda a vida humana, mas após o 27º dia tornar-se-ão inertes.
Devolvidos aos pontos de origem, a chinesa se suicida e a inglesa joga a caixa no mar; ficando somente com os três homens a decisão de usá-las ou não. Num primeiro momento se calam, mas os aliens, em rede mundial, comunicam sua intenção e revelam os nomes e a nacionalidade dos cinco portadores das “armas de destruição em massa”. Daí em diante começa de fato a trama.
Confesso que somente assisti recentemente ‘on line’, mas lembro de que nos anos setenta a extinta TV Tupy exibia às tardes. Eis um filme cujo roteiro sólido dispensa efeitos especiais, elenco estelar, diretor famoso, trilhas bacanas e joguinhos para Playstation.
Melhor assim! Só espero que Hollywood não produza nenhum ‘remake’ contendo os aspectos ausentes que citei no início, senão sai porcaria!
Link:
The 27th Day no Megavideo (para assistir on-line, sem legenda).
2 comentários:
Como sempre mais uma ótima dica do blog
Não conhecia o filme e me interessei depois de ler a postagem .É muito bom
recomendo para os afccionados.Para os interessados, traduzi uma legenda para o portugues(1 CD )e postei no opensubtitles.Não está perfeita mas creio que garante a diversão.
http://www.opensubtitles.org/en/search/imdbid-50085/sublanguageid-all
um abraço
Grande Luiz! Valeu!
Postar um comentário