Quatermass
Corrida da Morte (Death Race) é a versão anabolizada de seu homônimo de 1975 (na verdade Death Race 2000).
Ambas lidam com corridas de carros, ambas se propõem a serem violentas, ambas são produzidas por Roger Corman. Só que a versão de 1975 era mais alegórica e trash, uma paródia divertidamente ingênua.
A versão anos 2000 de Paul W. S Anderson é muito mais cara, com recursos técnicos de primeira linha e, curiosamente, uma interessante releitura. Não significa que esteja livre de clichês, já que seria exigir demais de seu diretor.
Por falar nisto, existem três tipos de diretores: 1º) os que pensam que sabem dirigir; 2º) os que são contratados tão somente para este fim; 3º) os autorais. Não vou identificar quais são os dos dois primeiros grupos, apenas identifico alguns o último: Francis Ford Coppola, Stanley Kubrick e John Carpenter (que, inclusive, roteiriza e compõe as trilhas sonoras). Óbvio que o diretor de Death Race não pertence a este seleto grupo!
Afinal, deixando os questionamentos nerds de lado, qual é mesmo a história? É a seguinte: Jensen Ames (Jason Statham) teve sua mulher assassinada e foi injustamente preso, ficando sua filha sob custódia. Para voltar à liberdade (e ter sua filha de volta) deverá participar da Corrida da Morte, fazendo-se passar por ‘Frankenstein’, um corredor adorado pelos fãs.
A corrida é um evento de grande audiência na mídia eletrônica, onde os ases do volante competem até a morte (num misto de luta de gladiadores com Rollerball - 1975 e corrida de demolição de carros), através de ‘muscle cars’ especialmente preparados e acompanhados por belas navegadores (exceto Machine Gun Joe, que tem outras preferências).
As seqüências de perseguições de carros são ótimas e recomendo, mas adianto: descarte a possibilidade de existir qualquer mensagem subliminar ou ‘disso e aquilo’ porque não é filme de pensar (seria pura perda de tempo)! Jason Statham está um tanto canastrão (o que é normal), mas quem rouba as cenas é Machine Gun Joe (Tyrese Gibson).
É uma obra interessante e até não-descartável, principalmente, para acompanhar a evolução da filmografia do produtor Roger Corman.