por Quatermass
O meu gosto por filmes antigos acarreta o mesmo drama ao caro internauta: como conhecer ou onde obter o filme? O oráculo responde: na locadora, pela Internet ou com uma reza forte.
No meu caso também é pela memória. Enquanto meu winchester de 44 anos funcionar tudo bem, senão tô f... Este filme é típico.
Assisti O Caso Bedford (The Bedford Incident – 1965) pela última vez em 1987. Não chutei o ano, porque lembro de também ter assistido um programa de televisão na Bandeirantes que antecedia o filme. Era um programa anárquico, inteligente, improvisado e bem humorado – Perdidos na Noite, apresentado pelo Fausto Silva, antes de ingressar na Rede Globo no ano seguinte com o Domingão do Faustão, exatamente oposto do anterior.
Pois bem, O Caso Bedford é um filme da Guerra Fria: aquela guerra que não houve entre Estados Unidos e União Soviética, mas que durou mais de quarenta anos (1945-1990). Inicia-se de maneira corriqueira, com a visita de um repórter (Sidney Poitier) a um dos mais modernos navios de guerra da marinha americana, o USS Bedford. Aí vocês vão pensar: o filme é mera exibição do poderio militar. Errado. O que era pra ser exatamente isto muda com o decorrer da história.
Pois bem, O Caso Bedford é um filme da Guerra Fria: aquela guerra que não houve entre Estados Unidos e União Soviética, mas que durou mais de quarenta anos (1945-1990). Inicia-se de maneira corriqueira, com a visita de um repórter (Sidney Poitier) a um dos mais modernos navios de guerra da marinha americana, o USS Bedford. Aí vocês vão pensar: o filme é mera exibição do poderio militar. Errado. O que era pra ser exatamente isto muda com o decorrer da história.
O super-hiper-ultra navio de combate deixa de ser o foco. A atenção passa a ser um contato no sonar. Um submarino não identificado que invade águas territoriais americanas. Seu capitão Eric Finlander (Richard Widmark), antes o comandante arrogante, parte para o obstinado. Inicia uma perseguição de gato e rato no círculo polar ártico.
O roteiro deste filme é o mais genial da obra: como num “crescendo” (musicalmente falando), o ambiente a bordo fica mais e mais tenso. A obsessão do capitão lembra a de Ahab em Moby Dick; seu barco, o Pequod; e o destino dos tripulantes, o mesmo.
Sidnei Poitier é o seu contraponto: representa a sanidade e humanidade diante do mais irracional dos sentimentos. Mesmo quando fora das águas territoriais invadidas a perseguição continua até o trágico desenlace final. É um filme como a guerra fria: o conflito não oficial, a guerra na paz.
2 comentários:
Post from Tramandaí beach!
Mas vejam como são as coisas! A gente divulga um filme e linka um vídeo no You Tube mostrando um trecho da obra. E o que acontece? Vem a Sony Corporation, detentora dos direitos do filme em questão e exige do Google a retirada desse (entre outros) vídeos. Que "inteligência" impressionante a deles, não? Boicotam a divulgação de um produto deles mesmos! Tztztztz...
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