por Quatermass
Sei que Akira Kurosawa fez obras-primas (Os Sete Samurais e Rashomon, por exemplo), mas por Kagemusha (1980) eu tenho um carinho especial.
Vi pela primeira vez logo quando inaugurada a TV Manchete, em 1983. Não só foi o primeiro contato com a obra deste genial diretor japonês e também minha impressão foi inesquecível: fiquei pasmo!
Posteriormente, foi a vez de conhecer Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven - 1960) e achei o western interessante.
Mas quando assisti os Sete Samurais (Shichinin no Samurai - 1954), o filme que originou o faroeste, em preto-e-branco, de cara se nota que é muito superior à versão colorida americana, é um épico.
Agora imagine um filme a cores sobre o Japão medieval dirigido pelo mestre japonês. Este diretor não só gosta de cenas de ação e conflitos pessoais, como sabe filmá-los. Dá uma verdadeira aula de história militar quando apresenta as grandiosas cenas de batalha.
Discriminado no Japão, acusado de fazer filmes muito ocidentalizados, na verdade, estilo europeu, foi um americano quem deu suporte financeiro para continuar seus trabalhos.
George Lucas bancou Kagemusha, e apesar de pessoalmente não apreciar muito sua segunda trilogia de Star Wars, serei eternamente grato por ter apoiado o bom velhinho.
A história: durante uma das intermináveis batalhas entre clãs no Japão medieval, um Shogun, Shingen Takeda é mortalmente ferido. Seus generais então procuram um sósia e encontram como substituto um ladrão, Kagemusha. Sua missão é dissimular o antigo senhor da guerra.
Sob ameaça, aceita o encargo, mas o filme mostra situações em que ele tenta ser o que não é (coisa aparentemente fácil); às vezes tentando ser ele mesmo (bem mais difícil); em outras, se safando (as grandes cenas).
Uma cena memorável dá-se quando as concubinas exigem a presença do esposo para fazer “aquilo”? E agora? Veja o filme.
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