Quem é Harryhausen? É o bichinho da goiaba? Um jovem e promissor ator “queridinho da América”? Ou é apenas o nome do restaurante em Monstros S/A?
Consultando o oráculo, obtive algumas verdades: Ray Harryhausen não é diretor, Ray Harryhausen não é produtor, Ray Harryhausen não é ator, Ray Harryhausen não é compositor.
Mas por que seus filmes sempre o identificam (“um filme de Ray Harryhausen”)? E então? É O CARA DOS EFEITOS ESPECIAIS!
É o mestre na arte de animação quadro-a-quadro (stop motion). É peculiar, pois é um dos poucos casos em que o filme é identificado pelo técnico em efeitos especiais. É adorado lá fora pela qualidade de seus trabalhos e referência até os dias de hoje.
Volta e meia um diretor o homenageia (Tim Burton, por exemplo). Não deixa de se fazer justiça, pois seu trabalho alcançou estado de arte.
Na década de quarenta fez diversos curtas, aprimorando sua técnica. No fim da década lançou-se nos filmes de longa metragem (se assim pode-se dizer): Mighty Young Joe (1949), seguido de O Monstro do Mar (The Beast from Twenty Thousand Fathons – 1953, o meu preferido).
Este terceiro exemplar, O Monstro de Mar Revolto (It Came from Beneath the Sea - 1955) é um legítimo filme B: baixo orçamento, boas idéias. Sinopse bem sucinta: um polvo gigante, um mutante, resultado de radiação nuclear, ameaça a América.
Alguém, em algum momento de sua vida deve ter assistido um trecho de um filme preto e branco de um polvo enroscado a uma ponte (a Golden Gate, em São Francisco). Pois é deste filme – dica: no Godzilla de 1998, passa este trecho na tv de uma loja.
Este polvo não só é peculiar por ser gigantesco, mas também por ter seis tentáculos (e não oito) – motivo: faltou orçamento para os demais! Sério! Mesmo assim é um ótimo thriller.
O filme é velho (e eu também) e olha, só me lembro de ter assistido uma vez na TV Globo, no início dos anos setenta. Põe tempo nisto! Mas é Ray Harryhausen e o filme fala por ele.