por Thintosecco
Data estelar: 2017. No início de um novo ano, as coisas permanecem mais ou menos as mesmas no país conhecido como Brasil. Mudam as moscas, mas a m... continua a mesma. Não há provas de que algo tenha efetivamente melhorado ou piorado com o atual governo. "E não me venham com chorumelas" !
E assim vamos em frente. Não sabemos se o "motor de dobra vai engatar", mas o certo é que nos desdobramos para resolver nossas broncas, nossos trabalhos, nossas contar para pagar. Nos viramos.
Busco uma analogia com Jornada nas Estrelas. Poderia fazer o mesmo com "Guerra" (Star Wars). Isto porque as duas franquias prediletas da maioria dos fãs de ficção científica ganharam novo fôlego em 2016, com dois bons filmes: "Sem Fronteiras" e "Rogue One". Já falei algo sobre Guerra nas Estrelas em posts recentes e, por isso - e porque não me manifestei na época do lançamento do último longa -, foco agora em Star Trek.
Vale lembrar que no ano que findou, a franquia completou 50 anos de existência. Isso contando-se da exibição do primeiro episódio na tevê americana, em 08.09.1966.
Na verdade, a história começa um pouco antes, com a produção do episódio piloto "The Cage", em 1964. Naquela primeira versão, ainda em preto e branco, a Enterprise ainda não era comandada por James T. Kirk, porém pelo Capitão Pike. Mas, adivinhe, quem já estava na ponte de comando ? O sr. Spock, claro !
O visionário criado de Star Trek, Gene Roddenberry, divulgou inicialmente a ideia de a que série consistia em uma espécie de "faroeste no espaço". No entanto, sempre pretendeu fazer muito mais do que isso.
Consta que, inspirado em "As Viagens de Gulliver", de Jonathan Swift, pretendia contar histórias que se passassem em dois níveis: narrativas de suspense e aventura num primeiro plano, com um conteúdo moral ao fundo. Esta é, efetivamente, uma das características principais de Jornada nas Estrelas.
A série foi produzida pela Desilu Productions, de propriedade da comediante Lucille Ball e seu marido Desi Arnaz, por insistência da própria Lucy. Ocorre que o episódio piloto, já mencionado, causou certa polêmica entre os produtores. Causou estranheza ao trazer na ponte de comando uma mulher como primeira oficial, a "Número Um" - interpretada pela esposa de Roddenberry, Majel Barrett - e, ainda, um alienígena de orelhas pontudas !
Roddenberry aceitou algumas mudanças, mas nem tantas. Substituiu a "Number One" pela oficial de comunicações Uhura e, quanto a Spock - interpretado por Leonard Nimoy - realizou mudanças mínimas em seu visual. E assim, foi aprovado o segundo piloto, que foi ao ar pela rede NBC em 08.09.1966, já em cores.
Bem, o resto é uma história bem conhecida. Já são seis séries produzidas para a televisão e vem aí a sétima, Star Trek: Discovery. Há também a série animada, produzida nos anos 70. Aliás, se alguém não percebeu, toda a produção de Jornada nas Estrelas para a tv está atualmente disponível na Netflix !
Sobre o último longa, foi uma surpresa positiva. É bom e digno da tradição de Jornada nas Estrelas. Na comparação com os outros filmes produzidos pelo J. J. Abrahms, digo que é melhor do que Star Trek (2009) e imensamente superior a Star Trek: Além da Escuridão (2012). Emociona em diversos momentos e o ponto mais positivo talvez seja a construção das personagens, que agora apresentam características mais fiéis aos da série clássica.
Diferente de algum tempo atrás, hoje acredito no futuro dessas duas franquias sci-fi clássicas - talvez com Star Wars num status de blockbuster e mantendo-se Star Trek mais cult - e teremos diversão com conteúdo.
Ainda a propósito de Jornada, observo que há gente que critica seu teor "utópico". Penso que, sob uma aparente ingenuidade, Star Trek nos propõe uma corajosa abordagem do futuro, instigando-nos a sonhar com um mundo melhor, apesar de tudo. Não basta criticar, é preciso acreditar e fazer, assim "audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve".
Bom 2017 para todos !
1 comentários:
Esse primeiro piloto de jornada nas estrelas foi reaproveitado no excelente episódio The Menagement (A Coleção), em duas partes, que eu considero o melhor episódio da série clássica, pelas questões que levanta.
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