A vida tem coisas que parecem contraditórias. Às vezes é olhando para o passado que podemos antever algo do futuro e as questões mais complexas pedem respostas simples. Já a premissa de Viagem Fantástica era a seguinte: primeiro tornar-se pequeno para então realizar grandes tarefas!
Acionando meu "HD mental", como diria meu parceiro de blog, o Quatermass, lembro desse desenho que foi um dos meus favoritos em meados da distante década de 1970. Demorei alguns anos para descobrir que foi adaptado do filme de mesmo nome - aliás muito bom e que também recomendo - produzido em 1966. Já o desenho animado foi produzido em 1968 pelo saudoso estúdio Filmation.
O filme tem um roteiro dosmais interessantes, por vezes atribuído equivocadamente ao escritor Isaac Asimov. Na verdade, embora tenha sido lançado antes, o livro do Asimov foi baseado no roteiro do filme. Nele um grupo de médicos é miniaurizado ao nível molecular e injetado no corpo de um cientista para operar um coágulo "por dentro".
A bordo de uma espécie de submarino exploram esse "espaço interior". Mas tudo se transforma em uma grande aventura ao terem que enfrentar as ameaças proporcionadas pelo sistema imunológico do paciente. E há outro inimigo, orelógio, já que a miniaturização era por tempo limitado: 12 horas.
A animação tem diferenças notáveis em relação à produção original e uma delas é que os heróis, em geral, não são reduzidos a tamanho tão minúsculo quanto no filme.
Apresenta-nos uma organização chamada C. M. D. F. (Comando Miniaturizado de Defesa Fantástica) cujo projeto secreto envolve a miniaturização de uma equipe de agentes especiais. Essa equipe era composta por Jonathan Kid, a bióloga e "gata" Erica Lane, o engenheiro Busby Birdwell e uma figura aparentemente destoante das demais: o Guru.
Esse desenho tem algumas características próprias de seutempo, entre as quais a típica paranóia do período da guerra fria. Outro detalhe que marca sua época é justamente o personagem Guru. Nos anos sessenta as doutrinas orientais despertavam grande interesse no ocidente e até mesmo os Beatles tinham o seu guru. O personagem do seriado dispunha de poderes psíquicos que em geral permitiam à equipe localizar e abrirpassagens em suas incríveis viagens miniaturizadas, sempre dentro do limite de tempo de doze horas.
Encontrei no You Tube o primeiro episódio de Viagem Fantástica, em inglês, que divido com vocês, para saciar a saudade de alguns e a curiosidade de outros.
Mas também recomendo uma passagem pelo Blog do Fantomas, em que há mais informações e até um episódio para assistir on line, com dublagem clássica! Já para saber mais sobre o filme, uma das opções é o blog Juvenatrix.
Para encerrar, deixo um questionamento. Com tantas refilmagens e continuações que fazem atualmente, porque não retomam "Viagem Fantástica", seja o desenho ou o filme? Melhor ainda seria resgatar obras ainda mais antigas, como o alemão "Gold" já mencionado neste blog, entre outros. Não é mesmo?
Uma aula de música e astronomia é como posso me referir a esse clipe do tema Albedo 0,39 do compositor Vangelis.
Trata-se da última faixa do excelente álbum de mesmo nome lançado no distante ano de 1976, na qual Vangelis colocou uma narração com diversos dados acerca da Terra. E aí reside a grande curiosidade desse clipe porque, repito, a aula de astronomia já fazia parte da música, na concepção original do Vangelis!
Mesmo assim, está de parabéns quem colocou as ilustrações, legendou e upou. Vale a pena assitir. E também conferir na respectiva página do You Tube a explicação de alguns desses termos astronômicos.
O álbum Albedo 0,39 está entre os melhores de Vangelis e alguns de seus temas chegaram a ser utilizados no seriado Cosmos, apresentado por Carl Sagan.
Até há poucos dias minha idéia era passar longe
desse filme, que eu pensava ter tudo para ser ruim, muito ruim. Mas não é.
por Thintosecco
"Um
musical de rock sem roqueiro de verdade como protagonista? Em vez disso, o Tom
Cruise cantando? Peraí... mas o Cruise já não está muito velho para um papel
desse? Credo, isso será uma bomba..." Esses eram os pensamentos que me ocorriam a respeito desse filme. Mas, se você assistí-lo sem muitas expectativas, como fiz, terá diversão
garantida.
Embora se trate de um musical - e é importante não esquecer disso - o
filme é bem dirigido, equilibrado, e tem bastante humor, com destaque para o
personagem Stacee Jaxx, vivido pelo próprio Tom Cruise. São
diversos os momentos engraçados com ele, especialmente quando junto de seu
babuíno de estimação, o Hey Man. Impagável!
Trata-se de um rockstar arquetípico, caricato, mas também humano,
detonado por uma vida de sexo, drogas e rock'n'roll levados ao extremo, mas
ainda com bastante gás para incendiar um palco. Aliás, no palco o Cruise/Jaxx
surpreende ainda mais, já que inclusive canta de verdade e não faz feio.
Alec
Baldwin surpreende como o veterano dono do Bar Bourbon, que lançou várias
bandas de sucesso, entre as quais o Arsenal, liderada pelo Stacee Jaxx. Mas agora o bar está à beira da falência.
Para complicar sua situação, o fechamento do bar
também é exigido por um grupo de senhoras puritanas, liderado pela personagem
vivida por Catherine Zeta-Jones, engraçadíssima nesse filme. Ela é esposa de um
político e, no fundo (descobre-se depois) tem motivos muito pessoais para implicar
com os roqueiros. Outro destaque é o empresário inescrupuloso interpretado por
Paul Giamati, também muito bem no papel.
É verdade
que o roteiro foi muito "adoçado" em relação ao texto do musical da
Broadway do qual o filme foi adaptado. E a história principal ficou bem
água-com-açúcar, com direito ao par romântico formado pelo rapaz e pela garota
que buscam a fama na Los Angeles dos meados do anos 80. Mas as tramas paralelas
são interessantes e, além do humor, trazem a curiosidade de ter certa relação com
fatos reais.
O bar em questão realmente existiu e a liga de
puritanas faz referência ao PMRC, grupo de esposas de senadores
norte-americanos, liderado pela sra. Tipper Gore, então esposa de Al Gore, que lá
pelos idos de 1985 queria censurar o rock, o que foi evitado por um pequeno e
inusitado grupo de heróis da música (incluindo Frank Zappa, Dee Snider e John
Denver).
Voltando
a Rock of Ages, sobressai acima de tudo a música. Muito embora a trilha sonora
seja composta de músicas de bandas consideradas de segundo escalão do rock
(como Journey, Def Leppard, Twisted Sister, Foreigner...), são boas o
suficiente para emocionar os fãs do estilo. Pode não ser o melhor dos melhores,
mas é rock de verdade.
Então chego a uma conclusão: o verdadeiro rock'n'roll
continua sendo rock'n'roll, ainda quando cantado por roqueiros de mentira. Uma
muito boa surpresa.
Assista. Se achar que não vale a pena o investimento no cinema, ao menos anote para ver depois, no dvd, tv ou pc. Agradecimentos
à Fé do blog Vintage69, por me sugerir o filme.
Uma das vantagens em ser nerd é que a
indignação dos outros passa a ser objeto de reflexão.
Com o fechamento do
Megaupload e o delete de milhares de arquivos (agora póstumos) em outros
tantos, gerou-se um pânico por demais irracional. Esperar que a Internet,
administrada pelos americanos iria ficar inerte diante do download de arquivos
cujos direitos autorais não fossem devidamente ressarcidos (em sua grande
maioria por motivação duvidosa) seria de uma lastimável ingenuidade.
Foi somente quando o FBI entrou
em cena se descobriu que a Internet nunca foi livre e que seu papel é de mero
aparelho fiscalizador. Isso mesmo, tal qual o pai que consente que o(a)
filho(a) transe com o(a) namorado(a) em casa para ter melhor controle da
situação, ou como diz o ditado: “quero meus amigos perto de mim e meus inimigos
mais perto ainda”!
Tente explicar para uma autoridade que
um filme com mais de 50/60/70 anos e arquivado virtualmente não gera o mesmo
rebuliço que uma cópia de “blockbuster” gravada dentro de um cinema russo!
Pior: tente explicar isso para 90% dos internautas!
Ponha uma ideia na cabeça:
o mundo contemporâneo não se altera com uma volta de 180°; pelo contrário, dá
uma volta de 360°, volta ao ponto de origem e, por incrível que pareça, as
pessoas pensam que algo revolucionário aconteceu!
Tenha
essa ideia em mente: o mundo contemporâneo não se altera com uma volta de 180°;
pelo contrário, dá uma volta de 360°, volta ao ponto de origem e, por incrível
que pareça, as pessoas pensam que algo revolucionário aconteceu! Tente
relembrar de como se fazia download de filmes/arquivos há dez anos atrás: por
e-mule e torrent!
O que o Megaupload e companhia significaram? A simplificação do
download; redescobriram a roda: ficou muito mais fácil e rápido baixar
arquivos, sem ter que compartilhar por uma, duas, três semanas. Que é uma
maneira muito legal e politicamente correta compartilhar arquivos em ritmo
extremamente lerdo ninguém duvida, porém, também é uma m...!
Mesmo Woz defendendo a Internet/software livre sabe que quem
manda são os Bill Gates/Steve Jobs! Vou ser duro com você internauta: não seja
complacente com os que querem fechar e reabrir! Abra os olhos!
Isso mesmo: não
perca seu tempo pleiteando “marços negros”, pela volta da esbórnia de antes,
porque é justamente isso que querem. Já disse certa vez pro Thintosecco: “a
Internet é um puteiro; sem antivírus o cara sai f...!” Seria como dar
credibilidade a um spam anônimo e duvidoso, que o Wikipedia só contém verdades,
e que a foto postada da gostosa realmente é a que se apresenta.
Mude: leia
livros (de papel), escreva mais (sem gírias e abreviações) e comente; critique
sem “control C” e “control V”. Curta alguns momentos através do computador e
não em razão dele. Assista Ikiru e reflita.
Veja o mundo da seguinte
maneira: já que não dá para mudá-lo, espere que daqui a pouco o governo
americano vai afrouxar de novo porque precisa: para receber o(a) novo(a)
namorado(a) do(a) filho(a), já que o(a) antigo(a) foi corrido(a) porta afora; o
Império do Mal acabou faz 20 anos; e Bin Laden, segundo dizem, morreu!
Gold (Gold – 1934) foi o primeiro filme alemão de ficção científica que, diferentemente de Metrópolis (1927), adotou uma postura contraditória de como fazer filmes: ao aproximar-se da cultura anglo-saxã, afastou-se do cinema expressionista de Fritz Lang (mais precisamente renegou).
Tô falando grego ao cinéfilo? Explico em português: diferentemente do deslumbre visual mudo dos anos vinte, o terceiro filme da trilogia não impressiona, intriga ou imortaliza; ao contrário, é escapismo, dotado de conceitos visuais contemporâneos, um ótimo ator (Hans Albers), cujo personagem (Dr. Werner Holk) abre alas para os filmes do gênero que se seguirão.
Mais, Gold de certa forma está à frente de seu tempo, não por seu conteúdo (esqueça a complexa trama de Metrópolis), mas pela forma de fazer cinema: o convencionalismo introduzido nos anos trinta com o uso do som e da cor, iniciando uma padronização que ingressará no século 21.
Não pretendo com isso diminuir a importância da obra, mesmo porque é praticamente desconhecida do grande público e dotada de um grande estigma: foi um filme produzido durante o regime de Adolf Hitler. Tendo os nazistas recém assumido o poder em 1933, não se vislumbra, de imediato, questões nacionais socialistas.
Pelo contrário, tal como o diretor de O Tunel (1933), Hans Albers também não simpatizava com os ideais nazistas, refugiando-se na América, ainda nos anos trinta. Retornou à Alemanha com o fim da 2ª Guerra Mundial, onde morreu em 1960. Foi um grande ator de seu tempo, porém, esquecido rapidamente com a morte; assim como este filme que havia protagonizado.
Mas afinal, chega de trolóló, e do que trata a obra? Aborda a disputa de cientistas pela transformação de metal em ouro. Não pense o cinéfilo que seja na busca da pedra filosofal ou por via atômica (visto que ainda era uma questão puramente teórica), mas pela eletricidade: uns 15 milhões de volts!
Holk (Albers), assistente do Prof. Achenbach, um dedicado cientista, sobrevive a um acidente no laboratório. Seu rival e principal desafeto é o rico (entenda-se aqui capitalista inescrupuloso) inglês John Wills (mesmo não tendo conteúdo escandalosamente nazista, não pense o ingênuo cinéfilo que os nativos bretões escapariam incólumes).
Holk é cinicamente convidado a participar como engenheiro do gigantesco equivalente inglês, num laboratório construído no fundo do Oceano Atlântico. Apesar de ser quase idêntico ao original alemão, porém em escala muito maior, o gerador não funcionava como deveria, daí a importância de Holk.
Em tempo e foi fato verídico: com o término da guerra, os americanos interrogaram a equipe técnica de Gold, intrigados com a incrível semelhança do gerador com o reator nuclear construído na América dez anos depois!
Com a descoberta da trama que levou a morte do colega alemão e da cobiça de seu anfitrião, se insurge. Resultado: o laboratório é destruído, porém, nosso sincero e valente cientista consegue se salvar e aos demais trabalhadores. Fim! E daí (dirá o nobre internauta)? De que serviu tudo isso? Para que saber do relato de filmes que dificilmente estarão disponibilizados pela maioria da mídia, se é que algum dia virão a estar?
Posso tentar dizer da seguinte maneira: o cinema é um processo evolutivo, que se recicla, alternando períodos de aprendizado, novas técnicas e pessoas. Não é um fenômeno de fácil delimitação, muitas vezes ressurgindo e evoluindo em diferentes países e nunca vinculados a mesma fonte. Se expressa em diferentes gêneros, muitas vezes, de forma subliminar, de acordo com a conjuntura do momento e em razão disso, muitas vezes incompreendidos.
Em assim sendo, volta e meia surgem filmes alemães, Glauber Rocha, Lima Barreto, Douglas Trumbull, Costa-Gavras, Steven Spielberg, Ray Harryhausen, George Lucas, Fritz Lang e tantos outros. E é desta diversidade, como a democracia imperfeita, que o cinema se recria.
Prometheus (2012)é daqueles filmes em que se gera uma expectativa e 99,9% da plateia sai do cinema decepcionada. Sei que estou “chovendo no molhado” e há centenas de blogs metendo o pau no filme de Ridley Scott. Só que, como em Alien, meio mundo não entendeu a mensagem!
Lembro-me de uma das críticas deAlien, o Oitavo Passageiro (1979)quando da estreia deAliens o Resgate (1986):era de que o filme anterior demorava a decolar. O público e a crítica, como hoje, não tem mais paciência para ouvir trololó durante meia hora sem que apareçam gritos histéricos, explosões e rockn’roll. Spielberg, George Lucas e Michael Bay ditaram uma moda que pegou.
Com uma carreira de altos e baixos (G. I. Jane - 1997 e Hannibal - 2001, por exemplo), quem já assistiu aos outros filmes de Ridley Scott não vai encontrar baixarias e outras drogas. Se no primeiro filmeOs Duelistas (1977),a história da eterna busca pela resolução de um duelo inacabado seria o suficiente para afugentar praticamente todos do cinema, Alien segue a mesma regra. A história do oitavo passageiro que vai eliminando os demais membros da Nostromo é extremamente singela, pois não busca divagações pseudofilosóficas; visa apenas testar os nervos do expectador (chega a ser irracional de tão simples).
Aliás, O Oitavo Passageiro foi uma feliz releitura deIt! The Terror From Beyond the Space (1958), um filme super-mega-master trash (nem A, nem, B, nem C... Z, talvez). E aí Dan O’Bannon genialmente reconstruiu a história mesclando suspense (e não terror) com ficção científica. Vinte anos depois virou cult!
E Prometheus? Trilhou por um caminho diferente: praticamente criou-se um roteiro do zero; mais precisamente escrevendo uma prequel de Alien, temperado com Von Daniken (que já defendi neste blog) e Ridleyscottismos (PS: há comentários excelentes, inclusive o de Lidia Zuin,http://contraversao.com/sobre-o-que-enfim-fala-prometheus/).
O resumo da história: dois cientistas convencem o milionário Peter Weyland a bancar uma expedição até uma lua onde supostamente estariam os seres que deram origem ao homem. Chamados “Engenheiros”, estariam diretamente ligados às descrições oriundas de povos da antiguidade (aí entra Daniken).
Mas a cientista mignon, Dra. Elizaberth Shawn acaba descobrindo que as intenções dos criadores mudaram e que aquela lua serviu apenas como instalação para desenvolvimento de armas de destruição em massa, e que por um motivo desconhecido séculos atrás, os “Engenheiros” não puderam empreender seu plano de eliminar a raça humana.
Muito simples até (e motivo para muitas críticas) se ficasse apenas na ideia base. Acontece que Scott adora mudar roteiros (ou desconsiderar o livro de onde partiu o script, como em Blade Runner) e quis tecer sua atenção para dois personagens: a cientista e o androide David, mas o tiro saiu pela culatra!
Noomi Rapace até que é engraçadinha como Elizabeth Shawn; no entanto, ao tratar sua personagem desde o início como um serzinho frágil (baixinha, estéril, e cuja fé naquilo que quer acreditar ninguém leva a sério), torna-se chata com o passar do tempo (apesar dos pesares, a tenente Ripley (Sigourney Weaver) sempre demonstrou ser mais durona e sem frescuras).
Por sua vez, Michael Fassbender rouba todas as cenas no papel deDavid. Mais, ao incorporar os trejeitos de T. E. Lawrence/Peter O’Toole(Lawrence da Arábia)lhe é conferida toda a complexidade do herói/ator inglês (isso mesmo dos dois)! Bastaria ter só ele em cena que já valeria o ingresso, tamanha a força daquele personagem: por vezes cínico, lógico ou admirador do arianismo. Um ser complexo demais para buscar apenas sua liberdade, pois dá a impressão de já tê-la conquistado!
Ao contrário do senso comum, sempre que se faz presente no roteiro o aspecto dúbio, a ambiguidade, é que o filme ganha força. Quanto ao resto, nada há de novo ou deveria causar surpresa. Já não há mais um Jerry Goldsmith para compor uma trilha memorável (uma das receitas de sucesso de Alien), mas Marc Streitenfeld dá conta do recado com uma composição discreta, insinuante e de certa forma muito acima da média (a ponto de chamar a atenção deste cinéfilo). A fotografia do polonês Dariusz Wolski e os efeitos especiais também enchem os olhos.
E então: por que o público não gostou (já que de certa forma considero o melhor filme de ficção do 1º semestre de 2012)? Vai ver porque estamos em ano de eleições e os cabos eleitorais (entenda-se aqui revistas de cinema & vídeo e distribuidores) enchem demais a bolinha de seus candidatos, dotando-os de superpoderes, fazendo o pobre eleitor (assim, como o cinéfilo inocente) acreditar em suas promessas, para somente depois de pago o ingresso descobrir que na tela não aparecerá Indiana Jones, Darth Vader ou o Líder Optimus!
Ocorre na Coréia do Sul essa feira de tecnologia com ênfase na exploração marinha. O destaque, é claro, são os robôs. Inclusive os incríveis peixes-robôs que aparecem no vídeo a seguir.
Detalhe: um amigo nosso esteve lá. Trata-se de um jovem cientista (jovem mesmo!) que já começa a colher os frutos de seu trabalho com a robôtica. Espero poder conversar com ele em breve e passar detalhes aqui no blog. Deve ter muita história para contar. Legal!
"Em 2004, quando fizeram a descrição experimental do
grafeno e suas propriedades eletrônicas, viu-se algo excepcional. Ele
tem alta mobilidade a temperatura ambiente (tempo que o elétron navega
sem colidir com nada), o que é muito difícil, pois a maioria dos
materiais perde mobilidade quando aumentamos a temperatura. Ele é o
material mais impermeável do mundo, capaz de segurar até mesmo o Hélio,
um átomo dificílimo por ser pequeno e leve, e também é o mais forte do
mundo. Dentro das suas proporções, é mais forte que diamante. Nele, a
velocidade dos elétrons também é altíssima: no primeiro estudo, foi de
1000 km/s, o que é cerca de 60 vezes melhor do que o silício. Neste novo
trabalho, observamos que essa velocidade pode triplicar – chegar a três
mil quilômetros por segundo."(prof. Daniel Elias, em entrevista à revista Info).
Os trabalhos revolucionários sobre o grafeno valeram o Nobel da Física de 2010 ao cientista russo-britânico Konstantin Novoselov e ao cientista holandês nascido na Rússia Andre Geim. O interessante é que a pesquisa deles começou com dois materiais muito simples: a ponta de um lápis e uma fita adesiva. O grafeno é obtido a partir do grafite, que na verdade já é composto de várias camadas de grafeno.
O futuro da tecnologia estará na ponta do lápis?
Confira no vídeo e nos links a seguir.
Em tempo: Cientistas criam um nanofiltro de grafeno que serve como dessalinizador de água. A grosso modo pode-se purificar a água do mar para consumo sem utilizar energia, praticamente um marco tecnológico e humanitário.
"Que meus amigos possam se orgulhar da imagem que refletem no espelho da vida."
Shakespeare
Um jovem
caminha seguindo os trilhos de um trem. Não mostra o rosto nem solta a voz. O
som é apenas o da música, que parece marcar seus passos e diz algo sobre
“stars”. A cena passa rápido, era apenas um comercial na tevê, há muito tempo.
Se foram aquela época e o comercial do sapato Starsax.
Mas ficaram a imagem e,
principalmente, a música. Diz a
lenda que essa música não apenas abrilhantou o saudoso comercial do Starsax
(criação de um publicitário gaúcho que também foi o responsável pelas antigas
campanhas da marca Ortopé), mas foi sua verdadeira fonte de inspiração. O jovem
andarilho solitário seria então uma representação do “young man” referido na canção.
A música
evoca uma certa sensação de mistério, um enigma talvez. De onde surgiu essa
música e o que dizia, afinal? Tive o privilégio de logo esclarecer a primeira
dúvida ainda no tempo dos saudosos LPs. Hall of Mirrors faz parte do álbum
Trans-Europe Express, lançado em 1977 pelo grupo alemão Kraftwerk. Ah, isso me
traz saudades da mágica coleção de vinis dos meus vizinhos e amigos Marcelo e
Márcio... Mas naquele tempo havia tanto a conhecer que não me detive em
examinar a letra e permaneceu o mistério do sentido da canção.
E então
hoje, pela benção de outro grande amigo, o Luciano (o homem dos grandes links!)
sou agraciado não apenas com essas lembranças, mas com a oportunidade de
conferir a íntegra da letra de Hall of Mirrors. E me impressiono com sua
sabedoria.
Segue a letra, que retirei do site letras.terra.com.br e o clipe
linkado pelo Luciano, com legendas em português e com o magnífico som original
do Kraftwerk, com o charme dos “estalinhos” do vinil!
A Sala Dos Espelhos
O rapaz entrou no sala dos espelhos
Onde ele descobriu um reflexo de si próprio
Mesmo as maiores estrelas
Descobrem-se no espelho
Algumas vezes, ele viu seu verdadeiro rosto
E outras, um estranho no seu lugar
Mesmo as maiores estrelas
Encontram seu rosto no espelho
Ele se apaixonou pela sua própria imagem
E, de repente, a imagem foi distorcida
Mesmo as maiores estrelas
Antipatizam consigo no espelho
Ele se fez a pessoa que ele queria ser
E mudou para uma nova personalidade
Mesmo as maiores estrelas
Mudam a si mesmas no espelho
O artista está vivendo no espelho
Com os ecos de si próprio
Mesmo as maiores estrelas
Vivem suas vidas no espelho
Mesmo as maiores estrelas
Fixam seu rosto no espelho
Mesmo as maiores estrelas
Vivem suas vidas no espelho
Até as maiores estrelas vivem suas vidas no espelho
"O relacionamento é o espelho em que podemos ver-nos como
somos. Toda a vida é um movimento de relacionamento. Não existe nada vivo na
Terra que não esteja relacionado com uma coisa ou com outra. Mesmo o eremita, o
homem que parte para um lugar solitário, está relacionado com o seu passado,
está relacionado com aqueles que estão ao seu redor. Não há como fugir ao
relacionamento. Nesse relacionamento que é o espelho no qual podemos ver-nos,
podemos também descobrir o que somos, as nossas reações, os nossos
preconceitos, os nossos medos, depressão, ansiedades, solidão, sofrimento, dor,
pesar. Podemos também descobrir se amamos ou se o amor não existe. Por
conseguinte examinaremos a questão do relacionamento porque ele é a base do
amor."