quarta-feira, 20 de abril de 2011

BE WITH YOU




por Quatermass




Be With You (Ima, ai ni yukimasu – Japão/2004
) é um filme oriental que versa sobre o tema da paranormalidade de maneira incrivelmente delicada.



Para ser mais sincero, descobri quase ao acaso: excursionando pela Internet, li um comentário no blog Filmes Clássicos & Inesquecíveis e fiquei curioso. Nele a blogmaster despejava elogios e mais elogios. No entanto, apesar de suas quase inenarráveis qualidades, duvido que tenha sido exibido nos cinemas, DVD ou TV destas bandas.


No mesmo texto veio o alerta: de que os direitos autorais foram comprados pelos estúdios americanos. Me arrepiei todo ao lembrar das releituras hollywoodianas de O Grito e O Chamado! Pensei: então vale a pena conhecer esta obra, antes que o remake americano ocupe seu lugar nas mídias! E valeu! Portanto, ante o advento da inevitável, inclemente e incomparavelmente ruim versão ocidental, segue o comentário deste internauta.




Be With You
(algo como Estar com Você) essencialmente nos conta a história de uma pequena família cheia de problemas. Mio (Yûko Takeuchi) é uma jovem mãe que morre por complicações decorrentes do parto; o pai, Takumi (Shidô Nakamura) por sua vez, sofre de Síndrome do Pânico, obrigando-os a conviver afastados de multidões, e entende que por este motivo proporcionou apenas infelicidade à Mio; e o pequeno filho Yuji (Akashi Takei), que carrega o estigma da culpa pela morte de sua mãe.








Neste filme, os três protagonistas possuem dramas pessoais que se inter-relacionam, que aos poucos serão superados pelo... retorno de Mio! Não espere muita breguice, mesmo porque futuramente os americanos lançarão um filme à altura. Ao contrário!

Antes de morrer, Mio escreve um diário ao filho, informando que no primeiro aniversário de sua morte voltará para casa (durante a estação das chuvas). Espécie de livro de cabeceira da pequena família, pai e filho, esperam ansiosamente pelo retorno, que ocorrerá no primeiro dia daquela estação. E ela retorna!








Parêntese: o nobre internauta deve encarar esta obra como misto de fantasia com romance, carregada de alegorias. Sua vantagem é que não exige muito esforço, uma vez que os atores são empáticos e fascinam desde o início.

A princípio desmemoriada, Mio aos poucos redescobre seu lugar, assim como sua missão no curto período de seis semanas: proporcionar que pai e filho superem a dor da perda e, via de conseqüência, seus traumas.




Este filme jamais descamba para o barato; ao contrário, é extremamente sensível, polido e, como já disse, delicado. Na despedida, ocorre um dos poucos momentos lacrimosos, devendo o cinéfilo estar obrigatoriamente munido de alguns lenços por perto.

Em resumo: é um filme muito bonito! O ponto fraco são os vinte minutos finais, que decepcionam um pouco, na medida em que buscam explicar os motivos do retorno de Mio, quebrando o pique inicial. Mesmo assim, foi uma das gratas surpresas do ano de 2010, ainda que visto sob pressão!


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