sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Chamando tripulantes da nave interplanetária...


por Thintosecco



Em janeiro estivemos alguns dias em Torres, a mais bela praia gaúcha. Além de curtir as belezas naturais, visitamos a loja do Celso. Não gosto do termo, mas se eu explicar que é um sebo, vocês saberão que tipo de comércio se trata: raridades (muitas e boas) em livros, discos e quadrinhos, principalmente. Em suma, um local onde se encontram tesouros.


Dessa vez, porém, o tesouro veio via internet. Aproveitando a internet do anfitrião, mostrei-lhe o nosso blog. Surpresa! Depois de apenas alguns segundos, nosso amigo exclama: Tenho algo para o blog de vocês! Um som, uma banda, que tem tudo a ver com essa capa do disco do Ringo Starr, aqui do lado. Aliás, baixei esse som recentemente.


UM POUCO DE HISTÓRIA:

Bem... aqui começa a história de uma banda chamada Klaatu. E, segundo o costume de dar a palavra a quem entende do assunto, vou pegar uma carona no post do excelente blog Gravetos e Berlotas.


"O KLAATU, este nome foi extraído do personagem alienígena do clássico de sci-fi "O Dia Em Que A Terra Parou", foi pivô de uma das maiores polêmicas da história do rock.


Quando do lançamento de seu excelente primeiro álbum, '3:47 EST'(76)(ou, simplesmente, 'KLAATU'), devido aos arranjos vocais e estruturas harmônicas e melódicas similares aos BEATLESKLAATU seria, na verdade, os FAB FOUR retornando sob nova alcunha. Resultado: o disco vendeu muuuiiiiito.


A Capitol Records, que havia lançado a banda sem maiores pretensões, espertamente, resolveu capitalizar a celeuma em forma de marketing a favor da banda e escondeu quaisquer informações sobre seus membros proibindo, entre outras coisas, aparições públicas e apresentações ao vivo. Resultado: seu segundo, e igualmente maravilhoso (para mim, o melhor), álbum, 'HOPE'(77), com colaboração da The London Symphony Orchestra, vendeu ainda mais...."



Contou-nos ainda o amigo Celso que, na época, o lançamento do álbum Goodnight Viena, do Ringo, ajudou, e muito, a colocar lenha nessa fogueira, colocando um beatle no lugar do Klaatu original do filme, como se vê na capa do disco.


Mas, como o que interessa é mesmo o som, aí está Calling occupants of interplanetary craft, a faixa que lançou a banda e que também foi o seu maior sucesso.


E, para quem estiver a fim do álbum inteiro, confira no Gravetos e Berlotas.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

APOCALYPSE NOW

por Quatermass

Apocalypse Now é o melhor filme de guerra já realizado. Esqueça Platoon & cia, não há comparações. Francis Ford Coppola é O DIRETOR. Oliver Stone é... Oliver Stone: tenta criar polêmica e de estar no meio desta e só. Se lutou no Vietnã, dele não tirou nenhuma lição! Só faz clichê. Voltando a Apocalypse, o filme é uma releitura do livro O Coração das Trevas do polonês Joseph Conrad, e atrevo-me a dizer que melhor. A viagem pelo interior da África é substituída pela do Sudeste Asiático. Nosso herói, Capitão Willard, interpretado por Martin Sheen tem ordens de eliminar um oficial americano de alta patente, o Coronel Kurtz (Marlon Brando), que pirou, criou um exército próprio e se escondeu na fronteira com o Camboja. Deve navegar por via fluvial até seu destino e é pelo rio que o diretor nos apresenta o Vietnã.


Por que digo que é o melhor filme de guerra? Porque é um filme de guerra sem hipocrisias: sem lado bom ou lado ruim, ou os dois. A viagem de Willard é uma viagem pela loucura das guerras, sua mensagem é universal: pode-se identificar qualquer conflito neste filme, com pequenas modificações. A abertura do filme é antológica, aliás, todas as suas cenas são antológicas. O Comandante da 1ª Divisão de Cavalaria Aerotransportada, Coronel Kilgore, interpretado por Robert Duval, que adora sentir cheiro de napalm pela manhã e que está mais preocupado com o tamanho das ondas para prática do surfe é impagável.


O que o filme faz é apresentar um desfile de sandices. Mas não é escracho! É o real, a verdadeira face da guerra. Que as guerras são conduzidas pelos insanos que mandam e pelos que empunham armas – constatação do próprio Willard. Mas que também é preciso coragem para tanto – que é afirmado por Kurtz. E isto, a maioria dos filmes não mostra; ao contrário, tentam impor conceitos como resignação, sacrifício, atos de bravura – mera propaganda. Questões éticas, morais, o nazismo, o fascismo, o comunismo, a democracia, liberdade, religião, etnia, que importa? Não é a questão central do filme. A guerra não é causa nem conseqüência. A guerra é loucura. É uma lógica mal explicada; melhor dizendo, uma ilógica bem explicada, imposta, manipulada. Encontrar nexos ou fundamentos para ideologias? Sempre haverão motivos torpes que, se já não existem, com certeza serão criados para justificarem bestialidades.


Esta é a mensagem de Apocalypse Now. Enquanto Oliver Stone tenta mostrar sabe-se lá o quê em Platoon, Nascido em 4 de Julho, JFK e outros, exorcizando, justificando, martirizando ou procurando culpados, Coppola nos ensina através dos EUA, que qualquer conflito só desencadeia um percepção: o horror.



terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O DÓLAR FURADO

por Quatermass

Uma furada. De todos os Spaghetti Western, este é o mais famoso. Fama necessariamente não é sinônimo de qualidade. Um filme pode ser bom, ser além ou aquém da crítica, pode ser simpático ao público, ter um forte apelo ou ser repudiado por todo mundo. O Dólar Furado (Un Dollaro Bucato – 1965) passa despercebido, mas é famoso. A história: terminada a Guerra de Secessão, os soldados confederados Gary O'Hara (Giuliano Gemma) e seu irmão Phil (Nazzareno Zamperla) são libertados da prisão e partem em caminhos diferentes. Como o conflito destruiu o velho Sul, nosso herói, bom no gatilho, procura emprego. Contratado pelo maioral McCoy (Pierre Cressoy), lhe é incumbido provocar um desordeiro chamado Black Eye, e ao fazê-lo, depara-se nada mais nada menos com seu próprio irmão. Sem saber, Black Eye atira em Gary, dando o pretexto que os comparsas de McCoy esperavam para matá-lo. Considerados mortos é providenciado o sepultamento. Neste momento é constatado que Gary está vivo, graças a uma moeda de um dólar em sua camisa que, ao ser perfurada, amorteceu o impacto da bala. O mocinho, agora recuperado, parte então para a vingança.


Já vi e revirei do avesso esta obra do diretor Giorgio Ferroni e não há nada de mais, somente a presença de Giuliano Gemma, um ator italiano, com pinta de italiano, num faroeste italiano. E daí? Não é para ser assim? Não necessariamente! A obra ainda peca pelo excesso de convencionalismo; na verdade, mais parece tentar imitar o congênere americano. Taí o erro! Sabe-se que é um western italiano, mas finge não ser. A famosa trilha de abertura imita o estilo de Enio Morricone, com assobio e tudo mais. Na verdade, o Dólar Furado é como uísque paraguaio: a primeira tragada identifica a procedência. Não cria nem recria, não homenageia nada nem ninguém. O mocinho pode até despertar suspiros, mas até Will Smith como James West é menos canastrão e inexpressivo. Aí o atento internauta pergunta: mas não foste tu que algum tempo atrás comentou Três Homens em Conflito (The Good, the Bad and the Ugly/Il buono, il brutto, il cattivo – 1966) e o levou nas alturas? Também não é italiano? É italianíssimo! Esta é a diferença! Nunca houve nem haverá outro gringo que amou tanto a América como Sergio Leone. Seus filmes sempre homenagearam a terra do Tio Sam. Nunca fez questão de esconder. Seus westerns são sujos, com personagens ambíguos, as partituras compostas por Morricone são sempre inesquecíveis, seus roteiros são inteligentes e ágeis, dificilmente pega-se no sono. Mas, em momento algum seguiu o padrão “clean” dos westerns americanos. O Dólar Furado segue. Seguiu também o sucesso de Leone. Mas tudo bem! O importante é conhecer!


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Um grande vilão

A sexta-feira passada (22/02) nos pegou de surpresa com o falecimento de dois atores que, do interior do tubo da tevê da sala, nos viram crescer: Oswaldo Louzada e Rubens de Falco. Do Louzada guardarei a lembrança do bom vovô, camarada com a gurizada e que nos divertia com suas esquisitices e caduquices, pelo menos desde o tempo de Estúpido Cupido (faz tempo...). Mas estou aqui ousando cometer a heresia de falar em novelas para lembrar do trabalho do Rubens de Falco, que talvez tenha sido, como disse a Lucélia Santos, o maior vilão da teledramaturgia brasileira. Além do Leôncio, que todo mundo lembra, tenho bem marcado na memória uma outra interpretação de uma personagem sinistra pelo Rubens de Falco, tratando-se de um clássico da literatura universal. Ninguém menos que o Conde Drácula. E esta é uma história curiosa.


Contam que no comecinho dos 80, a TV Tupi vivia seus últimos momentos, à beira da falência. Mesmo assim, anunciavam uma nova novela, Drácula, escrita pelo Rubens Ewald Filho, com o Rubens de Falco no papel-título, além do casal romântico Bruna Lomba
rdi e Carlos Alberto Riccelli. Só que, enquanto a novela estreava, os funcionários da emissora entravam em greve por falta de pagamento, de modo que apenas quatro capítulos foram exibidos. E aí vem o inusitado. A Bandeirantes entra na história com uma atitude ousada: contrata todo mundo - até as locações originais - e retoma a novela, que reestréia na Band com outro nome, agora chamada Um Homem Muito Especial. A produção não era a de um filme da Hammer, mas dava para entreter um garoto de doze anos, como eu na época. Além do clima de mistério, esse folhetim tinha momentos de sensualidade até então pouco comuns em novelas, inclusive na abertura, porém especialmente quando entrava em cena a bela Cláudia Alencar, que ao longo da trama se tornou criada do conde e protagonizou, entre outras, a primeira cena de nudez que vi numa novela. Tinha também a Bruna, mas essa era a mocinha da história, sempre nos braços do namorado Riccelli, um cara que queria descobrir quem era o seu verdadeiro pai, sem desconfiar que seu estranho desejo de morder pescoços tinha algo a ver com isso... Rubens de Falco, um vilão que vai deixar saudade.

Volto aqui para deixar um agradecimento ao José Marques Neto e seu Mofo TV, que ripa e disponibiliza raridades como essa no You Tube.


domingo, 24 de fevereiro de 2008

NÁUFRAGO

por Quatermass

Destino. Será este o cerne do filme de Robert Zemeckis? Destino está ligado à fatalidade, a irreversibilidade, a imutabilidade, a resignação. Diga-se de passagem, que esta não é a mensagem de Náufrago (Cast Away – 2000). Tanto o início como o final do filme mostram uma encruzilhada. Encruzilhada significa um ponto onde atravessam diferentes caminhos, rumos, mas também destinos se quiserem. O diretor muito sutilmente expõe a coisa da seguinte maneira: não existem situações irreversíveis, sempre há uma segunda oportunidade, um segundo caminho, uma alternativa. Cabe a nós saber distingui-la. Recém noivo, Chuck Noland (Tom Hanks) parte para mais um compromisso pela FEDEX. Tragicamente, o seu avião cai em alguma parte do imenso Oceano Pacífico, próximo a uma ilhota isolada do resto do mundo. Como único sobrevivente e extremamente organizado (ou auto-controlado), passa a pôr-se a par de sua real situação. Conclusão obtida: nada boa – a maré dificulta a saída de embarcação para mar aberto. Então, passa a esperar por uma oportunidade, o momento certo. E o momento passa, passa, e vai passando. Até que um dia vê chegar à praia um objeto metálico com o qual poderá servir como vela em sua embarcação. Com entusiasmo renovado, traça novos planos. Finalmente escapa por mar e é resgatado dias depois. No entanto, transcorrido tanto tempo, sua noiva o deu por morto e tratou de seguir sua vida.

Talvez o ponto alto do filme não seja o início e o meio, reconhecidamente excelentes, mas o final, que consegue ser ainda melhor. Ao constatar que após passar por tanto sofrimento, algo o preservava vivo, uma força interior o estimulava a viver dia após dia, e esta forma de instinto deveria ser mantido mesmo após resgatado. Se antes, o objetivo era a espera de uma vela trazida pela maré, agora seria continuar perseverando pela vinda de outra dádiva e com ela o significado de sua provação. Que mensagem nos passa! Verdadeira aula de auto-superação, muitas vezes, é a mais pura verdade: todos nós temos uma força interior que nos instiga. A nota triste é que às vezes muitos nascem, padecem e morrem sem saber o dom que carregam!

Que tal dar uma praticada no espanhol?



A trilha desse filme também é algo, como se pode conferir na palhinha do vídeo abaixo.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Aprendiz, sim...

... de boa música.



O título desta postagem remete ao programa O Aprendiz, cujas duas versões (nacional e internacional) utilizam o mesmo tema musical de abertura: For The Love Of Money, do grupo O'Jays.

Bem, desculpem a minha ignorância, mas fiquei conhecendo a banda há pouco tempo e acho esse som realmente muito legal. A letra é crítica, é claro, o que pode se conferir
nesse site.

The O'Jays é um grupo representante do chamado "soul da Filadélfia" (Philadelphia soul) dos anos 70. Algumas informações bem interessantes sobre esse grupo estão na quarta parte do documentário A História do Rock que comentamos algum tempo atrás aqui no blog.

E aí fica um vídeo feito para ilustrar esse baita som! E pra não dizer que não somos bonzinhos, fica o
link para um álbum que, além de outras "musiquinhas" da época - tipo
Samba Pa Ti, do Santana - inclui For The Love Of Money. Bom sábado!


PROJETO BRAINSTORM

por Quatermass




Outro filme de Douglas Trumb
ull, mais ambicioso que Silent Running, mas frustrante.

Frustrante, por que o tema é complexo demais p
ara um filme que tangencia ficção, fantasia, drama e suspense, sem dizer exatamente a que veio.


Assunto: o que acontece a uma pessoa no momento d
e sua morte. Morte é o início/meio/fim? É uma noção perigosa demais para se brincar, seja filosófica, espírita ou religiosamente falando. Aqui é abordado de maneira científica e superficial.

Ingmar Bergmann realizou um clássico a respeito em O Sétimo Selo (1957), mas é a morte apresentada no sentido figurado, alegórico, mas não se iludam, de maneira muito mais profunda.



Já em Projeto Brainstorm (Brainstorm – 1983), o cerne é a partir do exato momento da desencarnação. A história
é muito interessante, os efeitos são bons, o elenco idem. O que falha é o roteiro: uma sensação de “ué, já acabou?”




História: um dedicado grupo de cientistas procura obter informações
do cérebro, gravando sensações e imagens pela mente humana, informações estas que podem ser compartilhadas. Um infortúnio acontece: uma das cientistas, sozinha no laboratório sente prenúncio de infarto.


Põe a máquina
a funcionar e passa a ser a própria cobaia. Momentos depois está morta. Mas a gravação continua durante a noite inteira.

Seus colegas ao constatarem o ocorrido, debatem quais são
os limites do homem enquanto ser lúcido e corpóreo numa determinada dimensão. A morte é apenas um limite físico?


Dr. Michael Brace (Christopher Walken) resolve ir atrás da resposta. Conecta o aparelho a seu cérebro
e retrocede ao derradeiro momento de sua colega. Começa a empatia e a viagem de nosso herói curioso.


Uma última nota deste comentarista: independentemente
de qualquer questão ético-moral o filme é bom, infelizmente, a atriz Natalie Wood faleceu durante as filmagens e fica agora a triste constatação: somente ela sabe o real conceito de morte, somente ela alcançou o verdadeiro limiar que o personagem de Christopher Walken perseguiu.




Presto então u
ma homenagem a esta bela atriz, esteja onde estiver, que, com certeza, encontra-se num plano mais elevado.




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A FACE

por Quatermass

A Face (Face - 2004) é um thriller sul coreano que decepciona no início, mas engrena no meio da exibição. Decepciona, pois aparenta ser apenas mais um filme que segue moda: com aparições de moças de cabelos compridos tapando os olhos (O Chamado), ou de cenas lentamente violentas (como em Espíritos). Mas criticamente falando, está mais para um filme de um certo diretor indiano muito competente e fã de Alfred Hitchcock. Lee Hyeon-min (Hyeon-jun Shin) é um especialista que trabalha para a polícia reconstruindo rostos a partir de crânios, visando identificação das vítimas de assassinatos. Tendo perdido sua esposa há pouco tempo e culpando-se por não haver dado a devida atenção em razão de seu trabalho, se revolta e deseja dar um tempo. Só que, infelizmente, está solto um assassino serial de moças e a polícia requer seu retorno. Estranhamente, tanto sua filha quanto ele próprio sentem a presença de algo e vislumbram as vítimas. Recebe a visita de uma auxiliar a mando do chefe de polícia para ajuda-lo no caso: a jovem médica Jeong Seon-yeong (Yun-ah Song). Não rola nenhum affair entre os dois, mesmo porque a preocupação do protagonista é com sua filha e a bonita coreana sabe disto. Mais, procura estimulá-lo cada vez mais, instigando-o. Uma deixa (já que meus amigos dizem que gosto de contar o final - ao passarem de carro por uma praia a jovem diz a seu acompanhante: “gostava de brincar na areia quando criança, de dia é quente, mas é fria à noite, quando me cobre...” Descoberta mais uma ossada, parte para a reconstituição de seu rosto. Quando terminado o trabalho manual e deixado para o computador identificá-lo, qual não é a surpresa ao ver a face da vítima? Nesta parte sim, o filme se redime por completo! É mais suspense que terror, mas que diferença faz? O susto será o mesmo!


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A MÃE DE TODOS OS ALIENS



por Quatermass



Acredite se quiser: Alien, o Oitavo Passageiro nada mais é senão uma ótima releitura de um filme trash dos anos cinquenta. Assim diz a crítica.



Na verdade, estou sendo extremamente maldoso, pois o filme não é tão, tão ruim. O Monstro Veio do Espaço (It! The Terror from Beyound the Space - 1958) tem o grande mérito de possuir uma ótima história, apesar da direção, elenco e todo o mais ser de quinta. Mas é “assistível” pelo simples fato de não ser uma obra ambiciosa. A história: o único sobrevivente de uma expedição espacial num planeta distante é resgatado por outra nave. Ao decolarem, levam, consigo o alien e a partir daí começam as mortes. Quem viu Alien sabe o que estou falando.


O bicho é daqueles em que um sujeito é fantasiado para este fim. Mesmo assim o filme de Edward L. Cahn consegue proeza rara hoje em dia: prender a atenção do expectador em seus inacreditáveis 69 minutos!


Agora, falando sério: eu mesmo já caí nesta armadilha de taxar este ou aquele filme disto ou aquilo, seja por comentários de terceiros, seja por preguiça de enxergar o algo mais. Às vezes (aliás, muitas vezes) fazemos com as pessoas. A fama chega antes do indivíduo. E daí? Daí que se quisermos realmente tirar proveito desta curta existência de vida devemos sempre estar preparados: primeiro, para os comentários; segundo, para o dito cujo; terceiro, e o mais difícil, prestar atenção.


Prestar atenção em que sentido? Em evitar o que fiz no início deste post! Conhecer os outros, começa pelo auto-conhecimento. Até que ponto somos melhores ou piores que o semelhante? Volto agora para o filme. Até que ponto O Monstro Veio do Espaço é tão ruim se dele, vinte anos depois, foi produzido um dos melhores thriller de todos os tempos?


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

GRUPO VOZ

HANACPACHAP CUSSICUININ

Canção anônima, do século XVII, em Quechua, a língua do antigo Império Inca





Hanacpachap cussicuinin
Huaran cacta muchascaiqui
Yupairurupucoc mallqui
Runacunap suyacuinin
Callpan nacpa quemi cuinin
Huaciascaita

Uyarihuai muchascaita
Diospa rampan Diospa maman
Yurac tocto hamancaiman
Yupascalla, collpascaita
Huahuarquiman suyuscaita
Ricuchillai


Tradução aproximada:


Deus, Espaço Sideral

Oh! Árvore frutífera,
Três vezes abençoada
Sustentadora alegria do paraíso!
Mil vezes te louvaremos
Oh! Esperança da humanidade,
Ajudante dos fracos
Escute nossas preces!
Atenda aos nossos apelos...

Oh! Coluna branca,
Divina mãe!
Linda íris, amarela e branca
Receba esta canção
Que te oferecemos
Venha em nossa assistência
Mostre-nos o fruto
Do teu ventre!


Por thintosecco e 2D30, um amigão das antigas a quem devo essa descoberta. O site do Grupo Voz está aqui neste link. E a propósito, por onde andam esses caras, já que o site não é atualizado desde maio do ano passado (pelo menos, a agenda)?

O FOGUETE NEGRO DECOLA!


"No universo da literatura há, basicamente, dois tipos de escritores. De um lado estão os que sonham com o estrelato, fama e dinheiro, os que querem ser escritores profissionais. Do outro lado estão os que só querem ter suas histórias lidas e apreciadas: esses são os escritores amadores. (...)

A Black Rocket é (...) o resultado da união de escritores amadores de ficção científica que acreditam que a Internet é uma ótima forma de espalhar seus escritos, e que isso pode ser bem feito, com qualidade e bom gosto. Torcemos para que sejamos somente a primeira de muitas revistas digitais de literatura de ficção científica e fantasia a mostrar o talento dos escritores amadores brasileiros."


O texto acima é formado de trechos do editorial da Black Rocket e sintetiza a proposta da revista. Falta acrescentar que o Foguete Negro começa muito, muito bom. Baixei a revista e ainda não terminei de ler, mas já posso recomendar pro pessoal que curte sci-fi. O download é gratuito, em formato PDF. Basta seguir este link. Iniciativas independentes como essa são muito bem-vindas. Ainda mais em se tratando de sci-fi. Vida longa e próspera ao foguete negro! E devo creditar esse toque especial à mana Fê. Valeu!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

MINHA SAUDOSA JUVENTUDE




por Quatermass


 
Sinto-me o próprio Sinuhe, já velho, escrevendo suas memórias. Como era minha juventude? Respondo: um desperdício. Por que, indagaria o nobre internauta? Porque daquelas amizades da infância e adolescência não sobrou nada. Estes tempos, minha irmã foi numa festa de reunião da sua turma dos formandos do 2º grau de 1985. Reencontrou muita gente, matou muita saudade. Eu, ao contrário, mandaria todos da minha turma a m... sem saudades! EXAGEREI! Mas naquela época sentia um vazio que só vim a descobrir e preencher muitos anos depois. Aqueles amigos/colegas por quem torcia não encontrar no ano seguinte, mas que estavam sempre lá na mesma lista de chamada são os compulsórios.

Os verdadeiramente
amigos são os que se descobrem pelos anos. Mas não quando se precisa (velho jargão), nem nos momentos fúteis. Amigo é aquele que casualmente tu encontras, conversa, conversa e o tempo passa sem notar. Amigo é como um livro numa prateleira que, quando se manuseia, não pára de lê-lo. Amigo é como um momento vivenciado que sempre deixa saudades. Amigo às vezes é a sinceridade que não queremos ouvir e a ingenuidade que fingimos não ter, mas que procuramos em meio ao cinismo. Como são poucos estes amigos! Amigo não tem idade: pra falar a verdade, excetuando Thintosecco e um dentista/psicólogo, cuja cadeira também serve de divã, os demais são bem mais velhos que eu. Sinto na idade não a experiência, nem a sabedoria, mas a paz de espírito que com o passar dos anos souberam preservar. Tudo isto que eu acabei de escrever não encontrei em minha juventude. Mas não foi em vão, pois com o tempo também aprendi a depurar o vinho do vinagre.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Ressuscitando um velho conceito militar







por Quatermass


Gene Roddenberry é um renomado autor de séries de ficção científica. Mas seus contos espaciais estão recheados de naves de combate cuja denominação relembra a dos bons e velhos navios de alto-mar do século vinte e que, por sinal, até desapareceram das atuais doutrinas navais. Gene Roddenberry popularizou o termo “Cruzador de Batalha”, quando referido às grandes naves de combate Klingon. 


Cruzador de Batalha foi na verdade um conceito criado no início do século passado pelo almirante inglês Jackie Fisher: um grande navio, de alta velocidade, dotado de canhões com calibre de encouraçado, mas com blindagem de cruzador, ou seja, bem mais leve. Foi um conceito tático inovador: sua função seria flanquear a frota inimiga com grande poder de fogo e velocidade, equivalente à peça do cavalo no xadrez.






Porém, nunca deu certo: sempre foi mal empregado. E, seguindo os passos da Royal Navy, a Alemanha e Japão construíram os seus. Durante a Primeira Grande Guerra, na maior batalha naval daquele conflito, a da Jutlândia, em maio de 1916, os ingleses perderam três destes cruzadores, enquanto que os alemães um. 


O motivo: deram de cara com encouraçados, navios de grande poder de fogo e poderosa blindagem. Mesmo assim, no fim da guerra a Inglaterra ainda construiria seu derradeiro Cruzador de Batalha, o Hood, espetacularmente destruído no duelo com o Bismarck em 1941. A causa: um projétil, que atravessou sua fraca e mal distribuída blindagem, atingiu um dos paióis, resultando numa catastrófica explosão, matando todos a bordo menos três tripulantes. 


Já os alemães ainda construiriam dois no período entre-guerras: o Scharnhost e o Gneisenau. O primeiro, para ser destruído na Batalha do Cabo Norte em dezembro de 1943, também em combate com encouraçados; e o segundo, pelas bombas da RAF quando em reparos no dique seco. Os japoneses, mais espertos, converteram seus equivalentes em encouraçados, reforçando a blindagem.





Após este segundo conflito, nunca mais se ouviu falar desta classe de navio. Vinte anos depois, ressurge o termo em grande estilo: o famoso Cruzador de Batalha Klingon, no episódio Elaan de Troius (1968), quando a Enterprise é atacada pelo equivalente espacial até pô-lo fora de combate com uma única salva de torpedos. 


O que era antigo agora não é mais, pois fora imortalizado por seus fãs. O que também chama atenção é o desenho de produção destas naves, concebido por Walter Jefferies, é esguio, mas poderoso, características curiosamente semelhantes aos antecessores aquáticos. De design atual, além de ter participado nos episódios O Pombo e Incidente Enterprise, também foi visto na abertura de Jornada nas Estrelas - O Filme (1980) e Jornada nas Estrelas VI – A Terra Desconhecida (1991). 


Ainda assim é estranho o gosto da ficção científica por termos militares arqueologicamente esquecidos, mas de denominação pomposa. Nada contra, mas como diria o Sr. Spock: “fascinante!”


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

MESSER CHUPS




por Thintosecco




O Messer Chups é um grupo russo que faz um som tipo trilha sonora de ficção científica e terror barato, numa mistura de surfmusic com psychobilly e, às vez
es, com uma pitada de Henry Mancine.

Sua formação tem variado através dos anos. Atualmente o line-up é composto pelo guitarrista e líder Oleg Gitarkin, Denis “Kaschey” Kuptsov, na bateria e a bela (um mulherão de cair o queixo) baixista Zombie Girl (Svetlana Nagayeva) com seu visual pin-up. Apesar de uma sonoridade simples, a música deles é recheada de efeitos eletrônicos e temperada com samples de filmes clássicos da Sci-Fi e Trash Horror dos anos 50 e 60. (...)


O comentário acima é um trecho da postagem do Boogie Woody onde conheci esta banda.





Na verdade, não é bem o meu tipo de som, mas o visual e a temática do grupo tem muito a ver com este blog e, por isso, não podia deixar de postar aqui.



A quem quiser conhecer mais dessa banda recomendo o
blog do Woody, onde há, inclusive, alguns links para download.

Por enquanto, deixo um clipe "espetaculoso" do Messer Chups - Flash Of The Night, com cenas de vários filmes de sci-fi cults dos anos 50, incluindo alguns já comentados aqui no Planeta - os outros vão pintar logo. Algumas imagens de supostos OVNIs também aparecem no clipe. É trash. Pode rir à vontade, porque até faz bem.



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

NÃO SOU UM NÚMERO



por Quatermass



Não estou divagando caro internauta! Esta é parte da frase-chave de um pequeno grande seriado inglês chamado O Prisioneiro.


A frase completa é “Não sou um número, sou um homem livre”. Tá bom, tá bom, eu explico! Esta série foi lançada em 1967 e durou apenas dezessete episódios. Mas em todos há extrema qualidade, a tal ponto que hoje em dia é cult.


A história é mais ou menos a seguinte: Número Seis (Patrick McGoohan), agente do serviço secreto britânico, apresenta sua demissão sem dar maiores explicações a seus superiores. Estes, intrigados, tentam descobrir o motivo. Confinam nosso herói num pequeno e afastado lugarejo e através dos mais diferentes e divertidos ardis, tentam extrair a razão de sua saída. Mas ele persiste em se calar. É tratado como número, tal como seu colega James Bond. Nestes momentos repete a célebre frase (que aliás está lá embaixo no Blog à direita).

É uma obra extremamente crítica e profundamente humanista. Levanta a embaraçosa questão do respeito à liberdade e a individualidade. Também é uma inteligentíssima paródia aos filmes de 007, Flint e companhia.




Lembro-me que em 1998 foi exibido no Canal Multishow e desgraçadamente inventei de não gravar nenhum episódio, achando que iria se repetir “ad eternum”.


Mas o super Thintosecco obteve dois episódios e deixou-me matar saudade. Realmente é um senhor seriado e dentre os que vi lembro-me de um em especial: quando realizam eleições para prefeito do lugar, tendo como candidato o Número Dois. Ao mesmo tempo em que alfinetam o mocinho, instigam a candidatar-se, na vã tentativa de derrubar o adversário e tomar conta do boteco. Mas, na verdade, a intenção é ainda mais traiçoeira: além de não promover mudança alguma, Número Seis voltaria a estar inserido no
sistema, ou seja, do lado dos que manipulam.

Na verdade, não é o que realmente acontece aí fora?

ESPÍRITOS


por Quatermass

Espíritos (Shutter - 2004) é um filme de terror tailandês extremamente denso, paranóico. Baseado na idéia (na qual respeito) de que somos constantemente acompanhados por espíritos e que estes às vezes aparecem em fotografias junto com familiares ou não, a motivação às vezes pode se dar por vingança. Os diretores Banjong Pisanthanakun e Parkpoon Wongpoon são bastante generosos nas dicas durante o filme: passamos pelo final do filme diversas vezes sem perceber. Utiliza-se de fotos reais de aparições. Mas no fundo, a história é a seguinte: retornando de uma reunião de amigos, o fotógrafo Tun (Ananda Everinghan) e sua namorada Jane (Natthaweeranuch Thongmee) inadvertidamente atropelam e matam uma moça. Tun aparentemente reconhece a atropelada e recusa-se a prestar auxílio, foge. Desconfiada, a namorada acaba descobrindo vínculos da vítima com o grupo de amigos. Enquanto isto, um a um destes começam a morrer. O assédio agora recai sobre o fotógrafo, através de aparições muito bem boladas pelos diretores e não só nas fotografias. Numa delas, ao transitar de carro a noite com a namorada Tun novamente vislumbra Natre (Achita Sikamana) estirada na estrada e a partir do espelho retrovisor vê que a vítima agora se levanta. Com o pé no fundo do pedal do acelerador e pensando estar distante da moça, esta lentamente surge ao lado de fora de sua janela. Se fosse um filme americano, as imagens seriam de relance, um mero susto. Mas não nestes filmes orientais. A tensão e o suspense são cada vez mais sufocantes, resultando em aparições de insuportável e devastadora lentidão. Ao final, a namorada descobre também que Tun não era tão inocente e que a atropelada era vítima duplamente. Mas não se preocupem, o nosso anti-herói será devidamente castigado: moral e espiritualmente.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O CANGACEIRO


por Quatermass

Por que os filmes do cinema nacional têm de ser lembrados sempre por cinco estereótipos? As chanchadas da Atlântida nos anos quarenta e cinqüenta; as “geniais” obras do diretor Glauber Rocha nos anos sessenta e setenta; as pornochanchadas de David Cardoso nos anos setenta; os ingênuos (Garota Dourada - 1984) ou escatológicos (O Beijo da Mulher Aranha - 1985) filmes dos anos oitenta; e filmes já dos anos noventa e dois mil, com diretores e atores da Globo, que mais parecem novela das oito em tela grande? Mais, por que as trilhas sonoras têm de ser compostas com melodia e letra (do tipo Chico, Caetano e Gil) - um fundo meramente orquestrado não basta? Resposta: porque nossa crítica cinéfila, nossos diretores, escritores, nossa vanguarda intelectual, são produtos dos tempos da ditadura militar. É piada? Tristemente não é. Se fugir destes padrões a obra cai no ostracismo ou é rotulado. Um exemplo: Glauber Rocha. Segundo os intelectuais que gostam de comentar filmes, Glauber é um gênio. Algum dos internautas já viu um filme dele? Eu já. Seus filmes são quase como se filmados por amadores em vídeos caseiros. Seus personagens não sabem quem são, o que fazem, nem onde estão. Não se situam política e geograficamente. É uma confusão de idéias, de discursos pseudo-ideologizados e imagens mal editadas. Mas este estado de coisas significa contestação, a não sujeição aos modelos político, econômico, social e cultural impostos por Washington e principalmente por Hollywood.






Confesso, nasci em novembro de 1963, alguns meses antes do Golpe de 1964, logo também sou filho da ditadura. Mas necessariamente tem que se seguir e aceitar este estúpido padrão? Também não. Mas os filmes de Glauber seguem e nossa crítica aceita. É como uma obra abstrata em que o artista deixa ao critério do cidadão comum tirar suas conclusões. Só que em cinema quem pensa por nós é a crítica. Daí vem “os geniais filmes de Glauber Rocha”, ou seja, somos reféns da ditadura da crítica. Não me esqueço de uma cena de Terra em Transe (1967) com o saudoso Paulo Autran empunhando uma pistola alemã da segunda guerra e dizendo coisas sem nexo. Poderia até interpretar da seguinte maneira (sem o amparo de um crítico, óbvio): um burguês fascista empunhando uma pistola nazista, logo, foi filmada por um diretor que faz apologia ao fascismo (porque, no fundo, todo discurso nazi/fascista também é sem nexo)! Segundo alguns isto é genialidade, pois foge às convenções. Mas também não deixa de ser uma convenção a subversão de valores. Quantos diretores e obras cinematográficas continuam esquecidos justamente por não se encaixarem neste ou nos demais estereótipos citados inicialmente? José Mojica Marins (o Zé do Caixão) faz mais sucesso lá fora que aqui! E digo mais, seus textos são mais interessantes que os de Glauber! O Pagador de Promessas, o Assalto ao Trem Pagador e o Cangaceiro são, por assim dizer, sobreviventes desta ditadura. Sim, porque ousaram manter um modelo convencional, sobre temas tupiniquins, mas sem incorrer nos padrões histéricos do trinômio genialidade-bestialidade-mediocridade. O mérito destas verdadeiras obras deve-se por sua mensagem universal e qualidades intrínsecas.



O Cangaceiro é meu filme brasileiro favorito. Li várias vezes Os Sertões, de Euclides da Cunha. Não há como desassociar o filme de Lima Barreto sobre o miserável Nordeste dos anos trinta do século passado, com os miseráveis baianos de Antonio Conselheiro do fim do século dezenove. Lampião comandou o cangaço em toda uma região, sempre itinerante, e em determinado momento chegou a ser designado oficial do exército, ou seja, foi-lhe conferida autoridade! Já Antônio Conselheiro, pecou por agregar desgarrados e outros abandonados da República e ignorar o poder das autoridades municipal, estadual e federal, fixando-se no Arraial de Canudos. Resistiu à várias expedições militares, e também pagou por isto, mas de um modo mais terrível: às custas do extermínio de quase toda a população do arraial. O Cangaceiro dolorosamente relembra um pouco o drama de Canudos: a opressão, a fé e a resignação do nordestino associadas a sua teimosa resistência, a miséria e a seca. É um filme de 1953, o mais antigo destes três. É bruto, cru, direto e realista. A fotografia em preto e branco e a direção são de uma beleza plástica quase poética, pois capta o simples, o rústico. Não há complexidades, nem delírios visionários identificados por poucos privilegiados, apenas uma história a ser contada. Como é bom ver um filme assim: brasileiro, singelo e épico.

Bem, fico devendo o vídeo de O Cangaceiro. Mas o You Tube nos deu uma mão com O Pagador de Promessas, que parece ilustrar razoavelmente este post. (Thintosecco)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A FESTA DO MONSTRO MALUCO

por Quatermass

Quem é quarentão conhece este filme de animação dos anos sessenta. A festa do Monstro Maluco (Mad Monster Party – 1969) é um dos grandes filmes do gênero. Começa com o Barão Boris von Frankenstein terminando sua mais nova criação. Resolve fazer uma convenção e convida para seu castelo (numa ilha do Caribe) os mais divertidos monstros e aberrações, dentre deles seu inocente e desastrado sobrinho Felix. Ao receber o convite do titio, parte numa engraçadíssima viagem de navio, junto com Lobisomem, Dr. Jeckyl e outros. Ao chegar, apaixona-se pela assistente do doutor, Francesca. Dá-se a festa e os convidados passam a se interessar pela descoberta. É uma jóia da animação quadro-a-quadro, com uma excelente e inesquecível história. Presta também uma homenagem a Boris Karloff, grande intérprete de filmes de terror de antigamente, já que o Barão von Frankenstein é sua cara!


Agora, a parte saudosista: como era boa a televisão aberta durante a década de setenta! Talvez fosse o período em que souberam dosar melhor a relação qualidade/quantidade. Lembro-me do chamado deste filme em 1976, pela Globo, num sábado, depois da novela das oito! Curioso: um filme destes neste horário. Vê se hoje em dia vão passar alguma coisa assim! É um filme para adultos e crianças. Inesquecível, mesmo para marmanjos.

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