quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ALL GOOD THINGS



por Quatermass



Aproveito o título do último episódio de Star Trek NG para fazer uma breve retrospectiva de 2010 e velhos votos.


O ano que se encerra foi extremamente prolífico, ao menos para este comentarista. Muito trabalho, muito stress, pouco tempo para escrever (via de regra, nas madrugadas), muita cobrança e, pior de tudo: muitos filmes para assistir e sem tempo para nenhum!

Mas ao contrário do que o nobre internauta possa pensar, são todos estes elementos acima elencados que dão um gosto especial! É justamente o saber driblar os compromissos e adequar o horário que faz toda a diferença. E digo isto agora aos 47 anos e que não os troco pelos meus 15 ou 20 anos.




Sim e daí? Daí que em 2010 fui brindado por Thintosecco com obras raríssimas; e pela primeira vez, passou a haver intercâmbio constante de filmes entre este colaborador e o Blogmaster, tal como duas crianças que trocam figurinhas.

O Eudes voltou, com novo pseudônimo e em novo blog camaleônico, inobstante o fato de sofrer surtos de produção intensa e sumiços.


Surgiram outros blogs de qualidade, dentre estes ressalto o blog Space Monster (cinespacemonster.blogspot.com) onde, pela primeira vez, me deparei com duas caras (o hanscartwright e carlosm42) que despejam muita pesquisa em seus downloads.

Isto significa que também pela primeira vez a Internet brasileira é brindada com um coquetel raro: filmes de ficção, fantasia e terror, acrescido de fotos e bons textos de gente que sabe o que diz.




Neste ano percebi uma evolução no segmento de DVDs, inobstante o avanço do Blue Ray, com o lançamento de filmes raros como Capitão Blood (1935) e Uma Sepultura para a Eternidade (1967); além de clássicos do cinema japonês. Blue Ray que para o verdadeiro cinéfilo não significa nada, porque somente lança títulos manjados e blockbusters.







Assim falou Quatermass: não importa formato nem tamanho de arquivo, é o filme em si que conta.




Outra coisa boa em 2010 (com uma pitada de sarcasmo) é que o nível da programação da TV aberta continua baixíssimo e o da TV por assinatura está em queda livre!! Não entendeu? Explico: o que seria do cinéfilo se tivesse à disposição uma quantidade incrível de material sem poder dar conta de vê-los?

Um brinde à inconformidade sobre o medíocre, porque disto sobressaem os Thintoseccos, Cartwrigths, Acullens e mais alguns poucos.

Que em 2011 os mais velhos continuem tirando da cachola filmes esquecidos para que outros conheçam, apreciem e divulguem. Que 2011 a Internet prossiga em seu processo de seleção natural, em que sites e blogs nascem, perduram e morrem (renovação = vida).




Um 2011 repleto de gratas surpresas, onde o internauta comente mais, participe, vivencie o amor e dedicação de poucos, que sem uma explicação razoável, fogem da mesmice.

Que 2011 seja ainda mais vibrante e inovador, pois ainda muito há ser redescoberto!



segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

TESOUROS MUSICAIS: SÁ, RODRIX & GUARABYRA


Entre os "redescobrimentos" do ano que vai terminando - deixando um pouco de lado os filmes e voltando à música - separei pra vocês três clipes do trio Sá, Rodrix e Guarabyra.



Nos anos 70, eles produziram dois discos incríveis: Passado, Presente e Futuro (1972) e Terra (1973), onde essas canções constam em suas versões originais.


Vale a pena ouvir com atenção. Na minha modesta opinião, claro. Valeu.










sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NATAL NA REAL


"Não seja mais realista que o rei."



FELIZ NATAL!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A PRIMEIRA IMPRESSÃO SOBRE TRON LEGACY



por Thintosecco



No final de semana passado assisti Tron Legacy, em 3D. Ainda antes do veredicto do Quatermass, que é o titular de tais análises nesse blog, vou manifestar minha primeira opinião.

Começo recomendando que assistam o filme, mas se segurem um pouco nas expectativas. Lembrem-se que é uma continuação e o primeiro, embora cult, tem alguns senões como sabemos. Por exemplo, o roteiro continua devendo uma explicação minimamente razoável para o "scaneamento" e materialização do usuário no mundo virtual.




Quanto aos efeitos, se no filme de 1982 surpreendiam mas davam pouca ação ao filme (exceto na corrida de lightcycles), neste são competentes e ágeis, porém não chegam a impressionar. Portanto, não acho que seja o caso de assistir o filme apenas para ver efeitos - não é um Avatar, digamos.



Antes de passar ao que achei interessante, deixo mais duas críticas. A primeira é quanto à fraqueza do elenco, principalmente o "mocinho" Garrett Hedlund, que faz o filho do Flynn. A segunda é quanto à pretensão do diretor de "homenagear" clássicos da sci-fi em algumas cenas, que ficaram com jeito de plágio - cito a mesa de jantar estilo 2001 do Kubrick e a última cena, que não vou mencionar de qual filme para não entregar o final.




Mas Tron Legacy não é ruim: está entre o mais ou menos e o bom, diria. Aliás, tem pontos fortes que são até raros na maioria dos filmes atuais: a história e a trilha sonora da dupla Daft Punk. A música é marcante como há tempos não se via e ajuda a dar atmosfera e ritmo ao filme.



Sobre a história, como me alertou minha amiga Fê - do blog Vintage 69 - o universo de Tron é muito rico, permite muitas analogias e elas se fazem presentes em quantidade. No campo da informática, ha referências à questão do software livre e o poder das corporações, de forma mais explícita no início.




Mas há muito mais: para quem gosta de divagar sobre questões religiosas e filosóficas, o filme é um prato cheio. Especialmente porque o personagem Flynn ( Jeff Brigdes) é considerado um Deus pelos programas do mundo virtual e daí decorrem diversas situações curiosas.


Também são do Flynn as melhores falas. Uma delas é algo como: "Quando você pensa na perfeição, esquece de ver coisas que estão bem diante do seu nariz". Um conselho válido, inclusive para quem assiste ao filme.





No final das contas, Tron - o Legado, dá a impressão de que vai seguir o caminho de seu antecessor. Possivelmente não fará muito sucesso agora, mas com o tempo, ao menos no meio nerd, se tornará cult. É o que me parece.

Links:

Wikipedia

Aumanack



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O MECANISMO DE ANTICÍTERA



"Faz mais de um século que o mecanismo de Anticítera, um artefato arqueológico da Grécia antiga descoberto em 1900 por mergulhadores, intriga os cientistas.

O aparelho era capaz de fazer muito mais do que apontar astros no céu. Utilizando técnicas de tomografia computadorizada e um sistema de imagens de alta resolução, um grupo de ingleses, americanos e gregos conseguiu recriar em detalhes o complexo sistema de engrenagens que forma o dispositivo e decifrar boa parte das inscrições gravadas nas peças.

Concluiu-se que o mecanismo de Anticítera, descoberto próximo à ilha de mesmo nome, no litoral grego, é uma espécie de ancestral do computador moderno, um invento tão avançado para a época que nos dez séculos seguintes não se criou nada tecnologicamente tão elaborado."

Trecho de artigo publicado na Revista Veja em 06.12.2006



Recentemente vi uma matéria sobre essa relíquia, que alguns também chamam "Planetário de Arquimedes" na revista Scientific American Brasil - Aula Aberta n. 5, que é, a princípio, destinada a professores do ensimo fundamental e médio. Mas na rede só achei a matéria antiga da Veja, que reproduzi em parte.


Esse "relógio", movido a manivela, informava acerca da posição dos astros em determinado momento. Podia, inclusive, prever a ocorrência do próximo eclipse, com precisão de data e hora. De certa forma, era um "computador astronômico".


O que me parece interessante na história é que, mais uma vez, percebemos que os antigos eram mais espertos do que imaginávamos. Entretanto, devido a guerras e outros desmandos dos governantes da época, muitos conhecimentos perderam-se ao longo do tempo. E eventualmente são redescobertos, como nesse caso. Segue, no vídeo, uma reconstituição virtual do "mecanismo de Anticítera".


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

BIRDS OF PREY





por Quatermass








Birds of Prey (1973) ainda é um telefilme acima da média.





Protagonizado por David Janssen (1931-1980), aqui faz o papel do herói solitário: ex-piloto militar, agora monitorando tráfego de veículos a serviço de uma rádio local.

Tem seus dias de tédio interrompidos quando uma quadrilha assalta um banco, leva uma refém e parte em outro helicóptero. É o começo de uma das mais originais e bem boladas histórias de perseguição.






Significa também que há momentos de pausa, inclusive quando o helicóptero dos ‘bad guys’ pousa num cume nas Montanhas Rochosas e nosso benfeitor em outro.

Os caras do mau então perguntam ‘qual é a dele’ e nosso ‘exemplo de Henry Fonda’ (cara certo, no lugar certo, fazendo a coisa certa) responde que está determinado a resgatar a mulher e ferrar com os sujeitos.

Ao resgatar a refém, a situação se inverte: o gato passa a ser o rato. A ação prossegue então até o inevitável final.






Na verdade, nosso herói está deslocado do front e faz da perseguição aos criminosos um ‘remake’ dos tempos de guerra.

Há muito jazz correndo solto (fenômeno típico da TV americana do início dos anos setenta), bem como os inevitáveis estereótipos: o herói em seu helicóptero tipicamente americano; enquanto que a outra máquina é francesa (um belo Alouette).







Apesar de trazer do fundo do baú esta relíquia do passado para compartilhar com os nossos caros e fiéis internautas (exibido pela Rede Globo durante a segunda metade dos anos setenta), a nota triste fica por conta da velha história: é um telefilme e nunca saiu em VHS nem DVD no Brasil.

Fica o registro do inesquecível ‘Fugitivo’ (David Janssen): um bom ator, apesar de sempre ser lembrado na tela pequena.





URIAH HEEP - SWEET FREEDOM




Recentemente um amigo nosso trouxe lembranças dessa velha banda.

O Uriah Heep segue na ativa, mas teve seus melhores momentos nos anos 70. No início lembrava o Deep Purple, depois evoluiu para uma mistura de influências diversas, ficando entre o progressivo, o heavy metal e o hard rock. Mas algumas de suas canções não se encaixam realmente em nenhum desses rótulos.

A liberdade cantada aqui pelo Heep se manifestava em sua música: não se apegavam muito a fórmulas e arriscavam bastante em arranjos diferentes, principalmente quanto aos vocais. Como resultado, era uma banda do tipo "ame-a ou deixe-a", já que seguia um estilo muito próprio.

A origem do nome da banda está na literatura: Uriah Heep é um personagem criado pelo escritor Charles Dickens para o romance David Copperfield. No caso, era um sujeitinho cínico e interesseiro, o que interpretei como uma crítica. Li o livro por influência da banda, é claro.

P
ara todos - mesmo para quem não quiser ouvir este som "jurássico" (mas que ainda tem o seu valor) - desejo um bom final-de-semana!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

John Lennon (1940-1980)



Wikipedia

sábado, 4 de dezembro de 2010

I’M A BELIEVER - PARTE 2


por Quatermass



A vinda de Paul McCartney ao Brasil, fez com que velhas recordações voltassem do fundo da memória. Várias delas, aliás.

Uma: a dos Beatles - a quem carinhosamente pus a alcunha de besouro: não pela tradução do inglês, que seria incorreto, mas pela semelhança com o inseto (é aparentemente tosco, desengonçado, cujas asas ficam escondidas dentro de uma carapaça e, desafiando as leis da física, surpreendentemente consegue voar).


Os Beatles surgiram como uma banda cover no fim dos anos cinqüenta em Liverpool. Seguiram uma linha evolutiva extremamente rara: já na primeira metade da década seguinte era um fenômeno pop; e na segunda, decolaram para divagações empíricas, cujas explicações até mesmo os fãs mais entusiastas ainda não chegaram num consenso.




Paul é um pop star convencional – e digo isto porque após a era Beatles, criou aquele fiasco de banda chamado Wings, que somente serviu para incluir sua então esposa Linda. George Harrison era uma alma perdida nas trevas que finalmente alcançou o Nirvana ou assim pensou: seguiu uma linha mística e religião oriental. John Lennon era o cerne intelectual/contestador: suas músicas continham letras mais ásperas, adultas e intangíveis que, passados trinta anos de sua morte, ainda são inesquecíveis (e, diga-se de passagem, não criou conjunto pop para sua mulher).


Ringo Starr está sempre na dele – um ser que provavelmente após ter sido abduzido caiu direto numa banda de rock, em substituição a outro baterista cujo produtor não ia com a cara (o quinto Beatle). Era o amálgama do grupo, os três gostavam dele, apesar de Paul, John e George não se suportarem.





Agora, com o vovô Paul no Brasil, porque novamente o título acima? Justamente porque uma das canções que mais me fascina nos Monkees é justamente I’m a Believer. Os Monkees são a antítese dos Beatles: um contrapondo infanto-juvenil americano da banda de Liverpool.


Ninguém acreditava que eles tocassem algum instrumento musical. Nunca foram levados à sério. Pelo contrário: justamente em razão de seus divertidos episódios na telinha, pensava-se que era tudo playback!




Nenhum deles voltou-se para um plano elevado da alma ou a criticar posturas políticas de nações e governantes. Nada disso: eram todos Ringo Starr: tocavam seus instrumentos (acreditem se quiser) – apesar de que seus dois primeiros álbuns realmente fossem por outros músicos.


Mas e daí? Se suas canções eram banais, bobas, infantis até, por acaso são inferiores às de Paul? De Paul McCartney não (ouçam um álbum do Wings e saberão do que estou dizendo).





Abaixo de John Lennon e George Harrison? Com certeza! Mas volto a dizer: todos os quatro (Peter, Dave, Mike e Micky) são um amálgama interessante, ainda que somente dois de seus membros ainda se apresentem regularmente.

E Ringo Starr? Quando virá ao Brasil? Não sei! Talvez um dia, com oitenta e ou noventa anos, juntamente com uns sujeitos que ninguém acreditava que cantassem ou tocassem. Juntos? Já imaginaram? Pois é! I’m a Believer!








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