sábado, 4 de dezembro de 2010

I’M A BELIEVER - PARTE 2


por Quatermass



A vinda de Paul McCartney ao Brasil, fez com que velhas recordações voltassem do fundo da memória. Várias delas, aliás.

Uma: a dos Beatles - a quem carinhosamente pus a alcunha de besouro: não pela tradução do inglês, que seria incorreto, mas pela semelhança com o inseto (é aparentemente tosco, desengonçado, cujas asas ficam escondidas dentro de uma carapaça e, desafiando as leis da física, surpreendentemente consegue voar).


Os Beatles surgiram como uma banda cover no fim dos anos cinqüenta em Liverpool. Seguiram uma linha evolutiva extremamente rara: já na primeira metade da década seguinte era um fenômeno pop; e na segunda, decolaram para divagações empíricas, cujas explicações até mesmo os fãs mais entusiastas ainda não chegaram num consenso.




Paul é um pop star convencional – e digo isto porque após a era Beatles, criou aquele fiasco de banda chamado Wings, que somente serviu para incluir sua então esposa Linda. George Harrison era uma alma perdida nas trevas que finalmente alcançou o Nirvana ou assim pensou: seguiu uma linha mística e religião oriental. John Lennon era o cerne intelectual/contestador: suas músicas continham letras mais ásperas, adultas e intangíveis que, passados trinta anos de sua morte, ainda são inesquecíveis (e, diga-se de passagem, não criou conjunto pop para sua mulher).


Ringo Starr está sempre na dele – um ser que provavelmente após ter sido abduzido caiu direto numa banda de rock, em substituição a outro baterista cujo produtor não ia com a cara (o quinto Beatle). Era o amálgama do grupo, os três gostavam dele, apesar de Paul, John e George não se suportarem.





Agora, com o vovô Paul no Brasil, porque novamente o título acima? Justamente porque uma das canções que mais me fascina nos Monkees é justamente I’m a Believer. Os Monkees são a antítese dos Beatles: um contrapondo infanto-juvenil americano da banda de Liverpool.


Ninguém acreditava que eles tocassem algum instrumento musical. Nunca foram levados à sério. Pelo contrário: justamente em razão de seus divertidos episódios na telinha, pensava-se que era tudo playback!




Nenhum deles voltou-se para um plano elevado da alma ou a criticar posturas políticas de nações e governantes. Nada disso: eram todos Ringo Starr: tocavam seus instrumentos (acreditem se quiser) – apesar de que seus dois primeiros álbuns realmente fossem por outros músicos.


Mas e daí? Se suas canções eram banais, bobas, infantis até, por acaso são inferiores às de Paul? De Paul McCartney não (ouçam um álbum do Wings e saberão do que estou dizendo).





Abaixo de John Lennon e George Harrison? Com certeza! Mas volto a dizer: todos os quatro (Peter, Dave, Mike e Micky) são um amálgama interessante, ainda que somente dois de seus membros ainda se apresentem regularmente.

E Ringo Starr? Quando virá ao Brasil? Não sei! Talvez um dia, com oitenta e ou noventa anos, juntamente com uns sujeitos que ninguém acreditava que cantassem ou tocassem. Juntos? Já imaginaram? Pois é! I’m a Believer!








5 comentários:

Anônimo disse...

Bom, o John fez a Plastic Ono Band pra esposa. Os discos dos Wings são excelentes, duvido que tenha ouvido todos. Os Monkees são umas das bandas mais ridículas do mundo, tentaram copiar os Beatles, o The Who e os Stones. Nunca decolaram muito no cenário internacional.

E os Beatles decolaram porque é a união de 2 gênios, 1 compositor talentoso: George e 1 bom baterista: Ringo.

Anônimo disse...

Sim, esqueci de falar. Seu post é muito bom. E os Monkees decolaram internacionalmente sim (mas hoje, poucos lembram) é só vc fazer um teste: pega 10 na rua e pergunta se conhecem os Beatles, Stones e Monkees. Os Monkees quase ninguém conhece. Abraço. Roberto.

Anônimo disse...

Também não acho os Monkees ridículos, isso é injustiça. Mas não gosto muito, acho as músicas deles parecidas com versões dos Beatles e Stones. Se pudesse tirar essa parte do meu primeiro comentário, tiraria. Abraço.

Anônimo disse...

Desculpe, amigo. Vendo seus posts mais antigos, vi que tem um gosto musical excelente. Desconsidere qualquer coisa que tenha te ofendido. Qualquer coisa. Até gosto de Monkees. Abraço.

Taiguara disse...

Gostos são gostos e opinião cada um tem a sua, principalmente com relação à arte e ao entretenimento.

Aqui no blog somos três: eu e o Quatermass, que postamos com frequência, e mais o MrOx, de vez em quando. E, embora tenhamos gostos parecidos, muitas vezes discordamos, principalmente na área da música. E inclusive sobre os Monkees.

Não se contranja por ter opinião diferente. Obrigado por visitar o blog e pelos comentários, Roberto. Volte sempre. Um abraço.

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