por Thintosecco
O ano está acabando, mas antes que se vá e 2014 chegue, quero dizer algumas palavras sobre o melhor álbum que ouvi em 2013: Random Acess Memories, da dupla francesa Daft Punk. Já falei sobre os "robôs" em posts anteriores e só o fato de terem trabalhado com Leiji Matsumoto, o criador de mangás e animes, já seria motivo de nosso interesse. Porém ainda produziram a interessantíssima trilha de Tron Legacy e neste ano realmente superaram-se como músicos e compositores.
RAM ultrapassa os limites da música eletrônica, misturando com maestria a sonoridade digital dos sintetizadores e samplers com o insuperável som analógico de baixos, guitarras e baterias tocadas por mãos humanas. Por sinal, que mãos! Lá está a guitarra "funkeada" de Nile Rodgers, que tornou famosa a banda Chic nos tempos da disco music (e que se ouve também em alguns hits famosíssimos da Madonna, do David Bowie e do Duran Duran). E também o baixo de Nathan East, que durante muito tempo tocou na banda do Eric Clapton e já foi considerado o melhor do mundo no instrumento. Nos vocais, há várias participações especiais, sendo mais famosa - por conta do sucesso da faixa Get Lucky - a do rapper Pharrel Williams.
No entanto, RAM é uma verdadeira "caixinha de surpresas". Logo na terceira faixa surge a inusitada parceria com o produtor-compositor Giorgio Moroder. Inusitada porque a faixa em questão - Giorgio - é algo bem diferente: é um depoimento onde o artista conta sua história e um pouco do que aprendeu, mas é também uma música, ou melhor uma senhora aula de música! Escute. Não uma, mas duas, três... é impressionante e não vou tentar descrever.
Depois vem Within, onde se ouve um piano com um toque "clássico", e seguem-se dois hits que ainda se farão ouvir muito por aí: Instant Crush (com vocal de Julian Casablancas) e Lose Yourself to Dance, com Pharrel Williams, que ainda serão muto executadas mundo afora. E então eles nos deixam boquiabertos mais uma vez em "Touch".
A propósito, alguém de lembra de Paul Williams? Se o nome não diz nada, dê uma olhada nas fotos abaixo. O cara era figura carimbada em programas de tevê dos anos 60, inclusive com muitas participações nos Muppets, sendo um dos principais compositores das músicas dos bonecos do Jim Henson. E foi protagonista do filme "O Fantasma do Paraíso", que foi uma viagem do Brian de Palma, vagamente inspirada no Fantasma da Ópera, que ironizava a indústria da música, mas tinha um pouco de tudo.
É um daqueles filmes do tipo que não se faz mais e que deixaram saudade... Mas eis que ressurge o cara, das profundezas do ostracismo, no álbum do Daft Punk! Touch é um capítulo a parte no álbum, se aproxima do rock progressivo, eu acho, com um certo toque "teatral", realmente diferente.
É um daqueles filmes do tipo que não se faz mais e que deixaram saudade... Mas eis que ressurge o cara, das profundezas do ostracismo, no álbum do Daft Punk! Touch é um capítulo a parte no álbum, se aproxima do rock progressivo, eu acho, com um certo toque "teatral", realmente diferente.
Então vem a já clássica Get Lucky, que dispensa comentários: fenômeno mundial. Após isso, você acha que já ouviu tudo e se engana de novo. As faixas seguintes são ótimas! Destaco Motherboard, onde os robôs retomam aquela linha do Tron, mas com um toque a mais, muito bom, e Fragments of Time, que também tem pinta de hit.
Acabaram as surpresas? Não, ainda falta uma, chamada Contact. Vejam só: consta que a dupla conseguiu junto à NASA acesso às gravações das missões Apollo. Seria material para "inspiração". As gravações lhes sugeriram o tal "contato", que se traduz nesta música que é a "chave de ouro" do final. Comece ouvindo alto, mas prepare-se para baixar o volume, ou, pelo menos, retire os gatos da sala!
Acabaram as surpresas? Não, ainda falta uma, chamada Contact. Vejam só: consta que a dupla conseguiu junto à NASA acesso às gravações das missões Apollo. Seria material para "inspiração". As gravações lhes sugeriram o tal "contato", que se traduz nesta música que é a "chave de ouro" do final. Comece ouvindo alto, mas prepare-se para baixar o volume, ou, pelo menos, retire os gatos da sala!
Random Acess Memories é um para ser ouvido como se fazia com os bons discos de antigamente. Pare com tudo e ouça. Deguste. Digo pra vocês: fazia décadas (mesmo) que não usava a expressão com que defini essa obra: um arraso!
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