domingo, 16 de fevereiro de 2020

. O QUE É SER HOMEM ?






#oplanetaehnosso12anos

postado originalmente em 11.07.2008.





por Quatermass



Já falei sobre Charlton Heston, Sean Connery, Gregory Peck e alguns outros atores. Mas sempre tive uma certa admiração quanto a outro, cercado de mitos, verdades/inverdades e escracho. Este ator é ROCK HUDSON.







Em seus filmes transmitia virilidade, determinação, sensibilidade, caráter, senso de humor e ironia. Confesso que vi mais de seus filmes com Doris Day quando criança e me fixo mais nos de aventura, do tipo ESTAÇÃO POLAR ZEBRA (Ice Station Zebra - 1968).



Nele faz papel do comandante de um submarino nuclear encarregado de enviar um agente de sua Majestade ao pólo norte (ironicamente Patrick McGoohan, o mesmo de O Prisioneiro). O filme tem traições, escaramuças, reviravoltas, aventura, etc, bem ao estilo dos romances de Alistair MacLean (que além deste filme, também foi fonte inspiradora de Os Canhões de Navarone e O Desafio das Águias).
















Mas não é nisto que quero me basear e, sim, no ator-homem. Ao contrário de suas comédias / amenidades / besteiróis, como capitão James Ferraday demonstrava ali todas as qualidades do homem Rock Hudson: comedido, perseverante, sério, em busca da verdade e explanando com clareza a situação. Em troca, o respeito de aliados e inimigos.



Na vida real todo mundo achava que era um exemplo a ser seguido. Até 1985, quando pouco antes de sua morte anunciou ser gay e portador do vírus HIV. Foi o bastante para sua imagem ficar maculada para sempre. O castelo de cartas desabou !


Desabou ? Como também já disse antes, nunca é o ator, diretor, técnico, público ou até mesmo o crítico quem dá a palavra final. É a memória coletiva, é a soma de tudo o que um ser fez em sua vida, mesmo que fosse um único ato de bondade. Mesmo este vale pelo resto.


No caso de Rock Hudson se dá diferente: ostracismo, que às vezes é quebrado com uma dupla de cowboys de desenho animado – mau gosto, diga-se de passagem! 


Ainda assim, lembro-me quando seu anúncio foi apresentado num dos Jornais Nacionais dos anos 80, quando já debilitado. Puxa ! Nos anos 80 ! Quando, apesar de tudo que se diz, AIDS ainda era tabu ! Isto é coragem !






Poderia morrer misteriosamente, anonimamente, e posteriormente ser divulgada a verdadeira causa. Mas não Rock Hudson. Teve coragem em afirmar que era gay e coragem para divulgar sua doença. Morreu faz mais de vinte anos, mas ainda me lembro de seus simpáticos personagens ao lado de sua amiga e mais ainda daquele capitão de submarino. 


Pode parecer bobagem, mas sempre penso como uma inversão de valores: o capitão James Ferraday interpretando o ator Rock Hudson. Admiro a coragem.



1 comentários:

Jotta disse...

Rock Hudson...Monstro Sagrado da antiga Hollywwod!!

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