por Quatermass
Quarto 1408 (2007) é uma tentativa americana de seguir os passos dos congêneres de terror asiáticos.
O que não desmerece obra, mesmo porque conta com boa atuação de dois ótimos atores: John Cusack e Samuel L. Jackson.
A história: Mike Enslin (Cusack), um cético escritor mediano busca encontrar provas da existência de fantasmas. Também é cínico e egoísta. Separado, culpou sua mulher pela morte da pequena filha. Descrê na existência de espíritos ou de suposta manifestação etérea. Busca então encontrar evidências da maneira mais arrogante.
Descobre então a existência de um quarto amaldiçoado, de número 1408, num hotel decadente em plena Nova Iorque. Nele 56 pessoas morreram tragicamente.
Instigado pela recusa sistemática em reservar o quarto, exige, por meios legais, o pernoite. O gerente (Jackson) tenta persuadir o escritor descrente e arrogante, e este é um dos melhores momentos do filme: justamente o duelo de atuação dos dois atores, sem intervenções sobrenaturais. Vencido o gerente, nosso desafortunado escritor finalmente se instala no quarto, onde, segundo dizem, “em até uma hora estará morto”.
O filme foge um pouco do padrão “susto” típico americano. Trabalha bastante com as cenas preliminares, gerando alguma ansiedade e tensão.
Às vezes é criativo, trabalhando com planos e imagens inertes; ou, como a cena do parapeito, onde nosso anti-herói vem a descobrir, para seu espanto, que dependurado lá do alto não há outra janela naquele andar além de seu quarto. Mas volta e meia cai na mesmice, com alguns lapsos de Inteligência e originalidade.
É um filme “família” se comparado à The Eye, O Chamado ou O Grito. Não chega a abalar tão profundamente o expectador, mas em se tratando de produção americana que não é remake já é um avanço.
Na verdade, o espírito indolente e hipócrita de nosso protagonista é seu pior pesadelo. Para nós, público, fica a esperança de que algum dia a América voltará a fazer verdadeiros filmes de terror.
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