por Thintosecco
Quem leu o livro, ou viu o filme, O Código Da Vinci talvez tenha se surpreendido com a versão do Novo Testamento, admitida pelo autor Dan Brown, segundo a qual Maria Madalena foi esposa de Jesus Cristo. Na verdade, como inclusive mostrado no filme/livro, essa lenda é antiga. Heresia? Fica ao critério de cada um.
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Ao menos nessa parte, O Código Da Vinci não traz novidade, nem mesmo no Cinema. O amor de Madalena é mostrado muito claramente em A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorcese (1987), um filme ainda mais polêmico, porém ótimo,que mostra a dor de Jesus, no dilema entre cumprir a Paixão que lhe reservava sua natureza divina, ou, permitir-se seguir o destino de um simples homem, constituindo família e tentando ser feliz junto à esposa e aos filhos. A propósito, é interessante assistir à obra de Scorcese agora, depois do Código, porque atualmente choca bem menos que na época de seu lançamento.
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Mas onde quero chegar? Quero voltar ainda mais atrás, no tempo, no cinema e na música. Por que a primeira vez que vi retratada uma troca de carinhos entre Jesus e Maria Madalena foi num filme (ou, mais especificamente, num musical), de 1973, chamado Jesus Cristo Superstar.
Sei que os musicais sofrem algum preconceito. "Ih, é chato...", é o que logo vem à mente. Descendentes das óperas, os musicais costumam ter, sim, alguns momentos de tédio. Mas, muitas vezes, vale a pena ter paciência e assistí-los. Principalmente em se tratando, como aqui, de uma Ópera-Rock, um gênero desaparecido que era influenciado por dois mundos: o da música erudita e o do pop/rock.
As óperas-rock, via de regra, primavam pela contestação. Nesta obra não é diferente, apesar de composta por uma dupla famosa em musicais da Brodway: Andrew Lloyd Weber e Tim Rice. Mas Jesus Christ Superstar não tem nada a ver com Cats! É rebeldia e rock'n'roll na veia.
Sei que os musicais sofrem algum preconceito. "Ih, é chato...", é o que logo vem à mente. Descendentes das óperas, os musicais costumam ter, sim, alguns momentos de tédio. Mas, muitas vezes, vale a pena ter paciência e assistí-los. Principalmente em se tratando, como aqui, de uma Ópera-Rock, um gênero desaparecido que era influenciado por dois mundos: o da música erudita e o do pop/rock.
As óperas-rock, via de regra, primavam pela contestação. Nesta obra não é diferente, apesar de composta por uma dupla famosa em musicais da Brodway: Andrew Lloyd Weber e Tim Rice. Mas Jesus Christ Superstar não tem nada a ver com Cats! É rebeldia e rock'n'roll na veia.
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A obra toca logo na ferida do preconceito racial, apresentando um Judas Iscariotes negro e uma Maria Madalena índia. Judas é uma figura destacada, mostrado como um dos mais antigos e fiéis amigos de Jesus, mas que questiona os rumos do Cristianismo: critica Jesus por aceitar ser idolatrado como divindade, pretende que os cristãos dêem dinheiro aos pobres, etc. E Maria Madalena, embora de forma mais ou menos discreta, aparece como namorada de Cristo.
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A Bíblia descreve, em certo trecho do Evangelho Segundo São Lucas, como Maria de Magdala O banhou e secou com seus cabelos. E não consta em lugar algum que se trate da mesma mulher que, em outra passagem, foi salva do apedrejamento por Jesus, acusada de prostituição. Pergunto: e se Maria Madalena foi mesmo namorada ou esposa de Jesus? Qual seria o problema?
Para encerrar: Talvez a sina de Maria Madalena seja a de muitas mulheres. Aquelas que em troca do amor que dedicam, recebem apenas pedras.
Há muitas Madalenas, Marias da Penha e Eloás. Nós, homens, jamais nos esquecemos de nossas mães, mas em muitos casos negligenciamos as companheiras que nos tratam quase com o mesmo carinho. Amam como Madalena, que amou sem esperar retorno e que, mesmo assim, passou para a História como prostituta.
Contudo, elas continuam aí, ao nosso lado, para nos dizer que está tudo bem, está tudo certo.
Há muitas Madalenas, Marias da Penha e Eloás. Nós, homens, jamais nos esquecemos de nossas mães, mas em muitos casos negligenciamos as companheiras que nos tratam quase com o mesmo carinho. Amam como Madalena, que amou sem esperar retorno e que, mesmo assim, passou para a História como prostituta.
Contudo, elas continuam aí, ao nosso lado, para nos dizer que está tudo bem, está tudo certo.
Essa postagem é dedicada à Bianca, minha companheira de dois mundos: o real e o virtual.
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