sexta-feira, 7 de novembro de 2008

TESTEMUNHA DA ACUSAÇÃO


por Quatermass





Ao contrário da matemática, o Direito é uma ciência emi- nentemente inexata e subjetiva. Subjetiva, porque depende da receptividade, com- preensão e enten- dimento de quem acusa, defende e julga; porque depende da manifestação do acusado e da vítima.


Toda esta subjetividade – entenda-se humanidade - resulta em inexatidão, incertezas, presunções e equívocos. Esta é basicamente a mensagem de
Testemunha de Acusação (Witness for the Prosecution – 1957), um dos melhores filmes de tribunais já realizados.






Mais uma obra prima de Billy Wilder, quem brilha é Charles Laughton. Não me perguntem o porquê, mas sempre gostei muito deste ator, que atuou em Spartacus (como senador romano Sempronio Gracchus), em Os Miseráveis (versão de 1935, na figura do implacável inspetor Javert) e em O Motim do Bounty (versão também de 1935, na pele do capitão Bligh – tendo como imediato Clark Gable). Sempre bonachão, conferia em seus personagens ora sarcarmo, ora obstinação, ora desdém, ora detentor de uma convicção inabalável – e é este último aspecto que se sobressai no filme aqui analisado.







Sir Wilfrid Robarts (Laughton), experiente e respeitado advogado, resolve relutantemente defender o marido da gélida e inexpressiva Christine Vole (Marlene Dietrich, em ótima atuação), Leonard Vole (Tyronne Power). Com todas as provas contra seu cliente, o astuto defensor vai destruindo um por um todos os elementos que o incriminam – mais por erros da própria acusação de que pelo caráter de Leonard.


Ao final, ele próprio convencido de sua inocência, é acometido de um súbito choque! Pois é... como já disse antes, o Direito não pertence às ciências exatas, muito pelo contrário: se não fossem as pessoas a vida seria mais simples!




1 comentários:

Anônimo disse...

Onde estão os links para fazer os download´s?

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