por Quatermass
Às vezes me pergunto se não seria mais fácil transcrever uma crítica ou escrever certinho. Também me pergunto se não seria mais cômodo contratar um revisor e eliminar todas as minhas incontáveis palavras repetitivas. Mas daí veio uma revelação divina: pra quê então um blog? Retiraria toda a personalidade do comentarista e seria um mero site formal. Copiaria do Wikipédia ou traduziria do The Internet Movie Database e pronto!
Contudo, infelizmente e teimosamente não sou assim!!!! Critico aquilo que assisti, elogio o que entendo deva ser elogiado, relembro o que merece ser reconhecido, esculacho (com relativa frequência) alguns filmes – e vou seguindo meu caminho! Quem sabe um dia domino de vez a arte de passar para o papel o que penso e escrevo um livro?
Em outubro próximo o blog comemorará um ano de existência. Nunca pensei em casar, casei. Nunca pensei em ter filhos, tenho. Nunca pensei em postar na Internet – incrível – mais uma façanha!
Do meu amigo Thintosecco recebi um convite em participar e não sei qual força misteriosa me impeliu em aceitar. Será que pelo acaso, oportunidade, momento? Não sei, porque gostei! Há tanto a ser comentado. Tantos atores, diretores, filmes e personagens esquecidos ou até badalados. Personagens normais, comuns e os estranhos.
Do meu amigo Thintosecco recebi um convite em participar e não sei qual força misteriosa me impeliu em aceitar. Será que pelo acaso, oportunidade, momento? Não sei, porque gostei! Há tanto a ser comentado. Tantos atores, diretores, filmes e personagens esquecidos ou até badalados. Personagens normais, comuns e os estranhos.
Estranho... mas o que é o estranho? É o diferente, e na maioria dos casos, externamente. Edward Mãos de Tesoura (Johnny Depp) é um ser estranho, por ser diferente. É um Pinóquio que nunca mentiu, porém apresenta uma característica que o estigmatiza: suas mãos são de tesouras!
Filme de Tim Burton (1990) é sobretudo uma fábula: conta a história de um ser criado por um bondoso velhinho (Vincent Price) que vai gradativamente deixando de ser um boneco e tomando feições humanas.
Em sua última etapa, a que seria justamente as mãos, morre seu mentor. Só que este Pinóquio já é humano! Vivendo recluso num casarão é descoberto por Peg (Diane West) uma vendedora de produtos da Avon. Moradora de uma típica, massificada e hipócrita sociedade, que o diretor identifica como a América, mas que serviria para muitos e muitos outros países.
Em sua última etapa, a que seria justamente as mãos, morre seu mentor. Só que este Pinóquio já é humano! Vivendo recluso num casarão é descoberto por Peg (Diane West) uma vendedora de produtos da Avon. Moradora de uma típica, massificada e hipócrita sociedade, que o diretor identifica como a América, mas que serviria para muitos e muitos outros países.
Levado para a residência de Peg, conhece e se apaixona por sua filha Kim (Winona Ryder) – com um porém: apesar de possuir sentimentos bons e sinceros, suas mãos afiadas ferem aqueles que ama!
É uma fábula e ela segue, na medida em que demonstra que a língua dos moradores é ainda mais afiada! De uma simpática aberração passa a ser um suposto criminoso, um Frankenstein.
É uma fábula e ela segue, na medida em que demonstra que a língua dos moradores é ainda mais afiada! De uma simpática aberração passa a ser um suposto criminoso, um Frankenstein.
No fim, a obra, que carrega de uma poderosa bagagem crítica, nos oferece um Natal nevado em uma cidadezinha que nunca tinha visto neve e a resposta de sua origem. Um Edward mais que humano, imortal até, bondoso, apaixonado e fiel.
Só em fábula, porque na vida real dá-se o oposto: o homem mortal, de curta existência, desperdiçada, que não enxerga nada além de seu nariz, que fala o que não sabe, ouve o que quer, sem pensar, deixando-se levar pelo coletivo. Ainda assim, a belíssima trilha de Danny Elfmann, por breves momentos (como a dança de Kim no gelo), me faz esquecer a frase anterior. E eu ainda tenho que me preocupar com revisor?
* Post atualizado em 23.06.2013.
Só em fábula, porque na vida real dá-se o oposto: o homem mortal, de curta existência, desperdiçada, que não enxerga nada além de seu nariz, que fala o que não sabe, ouve o que quer, sem pensar, deixando-se levar pelo coletivo. Ainda assim, a belíssima trilha de Danny Elfmann, por breves momentos (como a dança de Kim no gelo), me faz esquecer a frase anterior. E eu ainda tenho que me preocupar com revisor?
* Post atualizado em 23.06.2013.
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