TRILHAS SONORAS - continuação

por Quatermass

Música é importante? Qual é a finalidade de uma trilha sonora? A resposta está em uma palavra: enredo. Melhor dizendo: envolver o expectador! A música não apenas complementa o filme: às vezes é o filme, é o cerne. Claro, os musicais! Mas não só estes. Nos musicais a função melódica serve de narrativa, a razão de ser. Também me refiro aos filmes nacionais, que gostam muito de melodia e letra. Porém, vejo a letra nas partituras como um recurso que tenta explicar a obra, como se não fôssemos capazes de interpretá-la. Um amparo desnecessário! Muitas vezes, o silêncio também é relevante e não deixa de ser interessante: a importância do “som do silêncio” para induzir reflexão, expectativa.


Vou ser sincero: gosto mais daqueles filmes despretensiosos, descompromissados com crítica e intelectualidade e que, no entanto, nos surpreendem pelo trinômio história-enredo-música. Muitas vezes lembramos de determinada cena pela abertura, canção, estrofe ou uma marchinha. Este post é bem curto, não vou divagar pretendendo alcançar o Nirvana. Mas há determinados filmes que não são musicais e que são conduzidos pela música, fundo musical ou o que for. Mais parecem que a expressão, a linguagem do compositor, mesmo que involuntariamente, se sobrepõe à do diretor. No mundo da ficção também! Pois é aí que se verifica mais curiosamente este fenômeno.



Filmes como 2001 – Uma Odisséia no Espaço e o primeiro Jornada nas Estrelas estão para space opera: a música inicia, conduz e finaliza! Sempre presente, interage com o expectador, acompanhando-o, incutindo sensações. É penetrante e memorável, ora como se fosse um fenômeno, ora um ser à parte, ora independente, ora interligado. Segue o post um pequeno exemplo - uma das minhas cenas favoritas: ‘Klingon Battle’, abertura de Jornadas nas Estrelas, O Filme, cujo compositor, Jerry Goldsmith, também criou a trilha de Alien, O Oitavo Passageiro (por sinal, outra jóia rara). Veja e ouça!