Transcrevo, então, a parte final dessa crônica, que pode ser lida, na íntegra, no blog do Sant'Ana.
"Não haverá dia em que não se fale dessa notícia. E a natural curiosidade de nossa espécie lançará a humanidade à construção de nave espacial capaz de investigar de perto a civilização que conosco concorra.
E, se existir o ser extraterrestre – e todos concordam que ele existe –, será de carne e osso como nós? Se alimentará? Procriará como nós? A água será também, como para nós, vital para sua sobrevivência?
E os terráqueos terão capacidade para corresponder-se com seus remotos vizinhos? E os propósitos dos outros habitantes do Universo, quando depararem com os terráqueos, serão pacíficos ou bélicos?
E será que eles serão de carne e osso como nós ou de material mais resistente?
E habitarão um planeta maior ou menor do que o nosso? E se interessarão, como nós por certo já nos interessamos, por intercâmbio conosco?
O que mais aguça minha imaginação é o grau de desenvolvimento dos seres de outro planeta. Principalmente o desenvolvimento mental.
Uma decepção seria encontrarmos seres com vida animal inferior à nossa. Esses já o temos de sobra na Terra entre os que restaram da nossa destruição.
Serão mortais? Reproduzem-se? Alimentam-se de quê?
Já pensaram no alvoroço que causaria na Terra a notícia de que não somos sozinhos no Universo?
E que compreensão teriam os extraterrestres de questões vitais para nossa filosofia, como a vida, a efemeridade da vida, a eternidade, o reconhecimento de que existe um ímã oculto (ou visível) no Universo, Deus, com quem já mantiveram ou nunca tiveram contato.
E, sobretudo, me instiga a curiosidade saber qual a relação dos extraterrestres com o bem e o mal, se são capazes de destruir, de matar, de serem inóspitos entre suas nações ou povos.
E são capazes de ternura?
E, se já temos consciência de nossa pequenez e insignificância diante do Universo, mais isso se tornará evidente.
Porque no dia em que descobrirmos vida em outro planeta, é certo que concluiremos que existe ou existiu vida em milhões de planetas.
E que a Terra não passa de um grão de poeira entre as estrelas, com o minúsculo e inexpressivo homem a desonrá-lo."
Sant'Ana é colunista do jornal Zero Hora desde 1971. Além de sua coluna diária no jornal, é comentarista da RBS TV e da Rádio Gaúcha, na qual participa do programa de debates Sala de Redação. É um dos membros mais antigos do programa Jornal do Almoço e o único dos pioneiros em atividade. É um dos mais conhecidos e respeitados jornalistas do Rio Grande do Sul. E, o mais importante, é GREMISTA.
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