por Quatermass
Alien – O Oitavo Passageiro (Alien – 1979) foi um digno representante de uma curta e promissora série de grandes filmes.
Delimito o período entre 1975 a 1982, lapso de tempo bem pequeno. Mas foi também a fase de espetáculos de grande orçamento e roteiros ainda não imbecilizados, como Tubarão (1975), Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977), Jornada nas Estrelas – O Filme (1979), O Império Contra-Ataca (1980), Caçadores da Arca Perdida (1981) e Blade Runner (1982).
Após, Hollywood descobriu a fórmula de sucesso Spielberg-Lucas: efeitos especiais de encher os olhos com roteiros de quociente zero de inteligência. Mas Alien foi o filme que mais me marcou. Diferente da mensagem otimista das demais obras elencadas, é tenso, claustrofóbico e fascinantemente assustador.
O roteiro de Dan O’Bannon foi uma muito bem sucedida releitura de It! The Terror from Beyound Space (1958), em que um alienígena ingressa no gigantesco cargueiro espacial Nostromo e passa a atacar seus sete tripulantes um a um. Se hoje em dia tal enredo não é original, na época era, e taí a importância de um filme ‘matriz’ como Alien.
A criatura foi concebida pelo suíço H. R. Giger e a concepção artística pelo francês Jean 'Moebius' Giraud – coisa rara nos filmes de ficção: duas feras do desenho europeu concebendo a mesma obra.
Por sua vez, a trilha composta por Jerry Goldsmith não fora conduzida por ele, e sim por Lionel Newman, pois, segundo conta a lenda, Goldsmith fora convocado na última hora pela turma de Gene Roddenberry para criar space opera em Star Trek (1979).
Confesso que gostei mais desta combinação, pois a música é tão intimista e sombria quanto a história (trilha que, por sinal, contém arranjos de Freud Além da Alma (1962), do próprio Goldsmith).
É uma obra de ver, sentir e ouvir. Mais, cumpre bem o papel de prender a atenção do expectador, competência oriunda diretamente de seu diretor, Ridley Scott.
O único senão é que exige ser vista em cinema, devido à grandiosidade de algumas tomadas. Se neste comentário não conta com o sarcasmo de costume é porque Alien foge do lugar comum; muito mais que isso, é um remake de filme trash que, garanto, 99,9% não tem interesse em descobrir.
Uma pena! Se conhecessem, com certeza meu comentário teria mais tempero. Na verdade, é uma maneira educada (raro) de demonstrar respeito às duas obras; a primeira, de 1958, pelo potencial latente redescoberto no final dos anos setenta.
2 comentários:
Assisti Alien no finado Cine Astor, na esquina da Benjamim com a Cristóvão. O Astor era, na minha opinião, o cinema com o melhor som de Porto Alegre! Do começo ao fim do filme eu fiquei com as unhas cravadas no braço da poltrona de tanta tensão! Um filmaço mesmo, clássico!!!!
Oi, Vitrôncio.
Vi muitos filmes no Astor e um deles foi a continuação de Alien: Alies, o Resgate (1986), do James Cameron. Bom filme, porém diferente do primeiro. Enquanto o original é um ficção-terror, o segundo é um ficção-ação, na minha opinião.
Um abraço, tchê!
Postar um comentário