por Quatermass
Kronos (Kronos – 1957) foi uma obra de ficção que seguiu o destino de seu criador.
O alemão Kurt Neumann (1908-1958) produziu três filmes do gênero nos anos cinquenta, e somente A Mosca da Cabeça Branca (The Fly - 1958) é lembrada. No entanto, este engenhoso diretor veio falecer logo em seguida. Os outros dois foram Rocketship XM (1950) e Kronos.
O primeiro foi ofuscado pela obra-prima de George Pal, Destination Moon, do mesmo ano. Não era inferior, apenas diferente. Tecnicamente bem feito, porém com uma visão mais pessimista, ingênua e pouco inspirada (pouco futurista, melhor dizendo) das viagens espaciais.
Kronos foi diferente: um filme que foi gerado, exibido e esquecido durante os anos cinquenta. As razões? Várias: fotografia em preto e branco; curiosa utilização da animação, um tanto primitiva diante do stop motion; pouca repercussão na época, diante do desfile de inúmeras outras obras do gênero, seja de Ray Harryhausen (20 Million Miles to Earth), seja pela invasão japonesa.
Uma lástima, tamanho o grau de anonimato. Inobstante existirem referências bibliográficas especializadas, somente assisti recentemente. Mais um filme raro e pouco badalado; no entanto, extremamente interessante.
A história é até certo ponto original e a maneira como foi conduzida (e concebida) fascina: uma nave espacial a caminho da Terra é abatida, caindo no Golfo do México. Dela surge inicialmente um cubo que vai se transformado em um imenso e aparentemente indestrutível robô. Este, por sua vez, é hostil e tem a finalidade de drenar toda a energia elétrica da Terra para seu planeta natal, inclusive capaz de absorver o impacto de uma bomba de hidrogênio. O herói (Jeff Morrow) acaba por descobrir o meio de inutilizar a gigantesca máquina.
A concepção de Kronos foge dos lendários monstros japoneses. Produto de uma mente tipicamente alemã difere pelo design arrojado. Apesar do enredo despretensioso, ainda assim é um bom divertimento.
Não estou querendo empurrar um filme cinquentenário, enaltecendo exageradamente. Apenas quero mostrar mais uma faceta dos filmes de ficção daquela época e que misteriosamente ficam escondidos em algum arquivo.
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