sábado, 1 de setembro de 2012

ROCK OF AGES, o filme e uma boa surpresa






Até há poucos dias minha idéia era passar longe desse filme, que eu pensava ter tudo para ser ruim, muito ruim. Mas não é. 




por Thintosecco



"Um musical de rock sem roqueiro de verdade como protagonista? Em vez disso, o Tom Cruise cantando? Peraí... mas o Cruise já não está muito velho para um papel desse? Credo, isso será uma bomba..." Esses eram os pensamentos que me ocorriam a respeito desse filme. Mas, se você assistí-lo sem muitas expectativas, como fiz, terá diversão garantida.


Embora se trate de um musical - e é importante não esquecer disso - o filme é bem dirigido, equilibrado, e tem bastante humor, com destaque para o personagem Stacee Jaxx, vivido pelo próprio Tom Cruise. São diversos os momentos engraçados com ele, especialmente quando junto de seu babuíno de estimação, o Hey Man. Impagável! 
 




Trata-se de um rockstar arquetípico, caricato, mas também humano, detonado por uma vida de sexo, drogas e rock'n'roll levados ao extremo, mas ainda com bastante gás para incendiar um palco. Aliás, no palco o Cruise/Jaxx surpreende ainda mais, já que inclusive canta de verdade e não faz feio.   
  








Alec Baldwin surpreende como o veterano dono do Bar Bourbon, que lançou várias bandas de sucesso, entre as quais o Arsenal, liderada pelo Stacee Jaxx. Mas agora o bar está à beira da falência. 


Para complicar sua situação, o fechamento do bar também é exigido por um grupo de senhoras puritanas, liderado pela personagem vivida por Catherine Zeta-Jones, engraçadíssima nesse filme. Ela é esposa de um político e, no fundo (descobre-se depois) tem motivos muito pessoais para implicar com os roqueiros. Outro destaque é o empresário inescrupuloso interpretado por Paul Giamati, também muito bem no papel.
  

 

    

É verdade que o roteiro foi muito "adoçado" em relação ao texto do musical da Broadway do qual o filme foi adaptado. E a história principal ficou bem água-com-açúcar, com direito ao par romântico formado pelo rapaz e pela garota que buscam a fama na Los Angeles dos meados do anos 80. Mas as tramas paralelas são interessantes e, além do humor, trazem a curiosidade de ter certa relação com fatos reais.


O bar em questão realmente existiu e a liga de puritanas faz referência ao PMRC, grupo de esposas de senadores norte-americanos, liderado pela sra. Tipper Gore, então esposa de Al Gore, que lá pelos idos de 1985 queria censurar o rock, o que foi evitado por um pequeno e inusitado grupo de heróis da música (incluindo Frank Zappa, Dee Snider e John Denver). 



 


  


Voltando a Rock of Ages, sobressai acima de tudo a música. Muito embora a trilha sonora seja composta de músicas de bandas consideradas de segundo escalão do rock (como Journey, Def Leppard, Twisted Sister, Foreigner...), são boas o suficiente para emocionar os fãs do estilo. Pode não ser o melhor dos melhores, mas é rock de verdade. 


Então chego a uma conclusão: o verdadeiro rock'n'roll continua sendo rock'n'roll, ainda quando cantado por roqueiros de mentira. Uma muito boa surpresa.
 
Assista. Se achar que não vale a pena o investimento no cinema, ao menos anote para ver depois, no dvd, tv ou pc.  Agradecimentos à Fé do blog Vintage69, por me sugerir o filme.








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