domingo, 10 de julho de 2011

CAÇA ÀS BRUXAS




por Quatermass





Caça às Bruxas (Season of the Witch - 2011) representa uma nova safra de filmes em que as bruxas são em realidade... bruxas!


Por que meu espanto? Porque se parte da população feminina foi dizimada na Europa nos séculos XIII a XVII em razão da ignorância, profundo fatalismo religioso e interesses políticos, já o filme supracitado não deixa de ser um deja vu do gênero, recentemente acompanhado por Peste Negra e Centurião.

Os três são interessantes, mas analisados futuramente em separado. No citado trio verifica-se o primoroso cuidado com a reconstituição de época, acabando-se aí as semelhanças.




Neste filme protagonizado pelos cavaleiros (cruzados??) Behmen (Nicolas Cage) e Felson (Ron Pearlman), difere dos demais pelo acentuado exagero. Exagero em todos os sentidos: soldados cruzados enfrentando infiéis sucessivamente no século XIV; acrescido de uma peste provocada por feitiços, a bela feiticeira que na verdade é o satã, e por aí vai.






Mas, como já disse, vale pelos atores, ainda que em papéis e situações absolutamente inverossímeis (principalmente se comparado à Centurião). E talvez o maior defeito de Caça às Bruxas seja o contexto atual: lançado num mesmo período que as outras duas obras, resulta no fato que suas deficiências ressaltam mais claramente. Mas, afinal, qual é a história (já que comecei pelo escracho)?






Tendo desertado do exército cruzado, Behmen e Felson são presos na Europa. Behmen, em particular, desilude-se incursões militares conduzidas e propaladas pela Igreja. Porém, com a promessa de perdão são então incumbidos de mais uma missão: encaminhar uma jovem acusada de bruxaria até o mosteiro para que seja julgada pelos clérigos.

A escolta é constituída também um padre, um guia picareta (que entre outras coisas vende relíquias antigas autênticas) e os extras de plantão (muito úteis – senão para o único papel que lhes cabe – de serem eliminados).




Apesar do carisma dos dois protagonistas, já fica claro ao cinéfilo que se pudesse escolher preferiria assistir um reality show: o meio e o final já são previsíveis após os primeiros trinta minutos, sem ter direito à manipular o resultado.

Daí que, diante do roteiro manjado, senão inevitável, resta ao cinéfilo esperar que num último instante surja um lampejo de originalidade. Ou então faça como certos fãs de Star Wars: que a princípio, efeitos especiais é tudo, mas, num segundo momento, desejar que a próxima continuação da saga contenha também inteligência.



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