domingo, 17 de outubro de 2010

ENDLESS ODYSSEY




por Quatermass



De todas as sagas do Capitão Harlock, Endless Odyssey (2002) é a mais equilibrada. Leiji Matsumoto criou um personagem que pouco mudou durante os anos.


Melhor dizendo, pouco envelheceu. Suas histórias são extremamente complexas, ainda que, aparentemente, seja mais um animê. Também sou forçado a dizer que após Endless Odyssey, revi alguns conceitos.


Um deles: o de que Yamato talvez fosse superior. Yamato/Star Blazers/Patrulha Estelar (1974-1983) é totalmente diferente. Mais por influência de seu produtor (Yoshinobu Nishizaki): a série prima em questões como honra, coragem e auto-sacrifício; permeado por uma belíssima e hipnótica música incidental. Já em Harlock, o cerne concentra-se na independência e liberdade, e nisto esta minissérie é imbatível.



Se desde 1978 sua mensagem era um tanto quanto vaga e imprecisa, Endless Odyssey equivale a um ‘gancho de esquerda’. A história: tendo dispersado sua tripulação e recluso, Harlock novamente é chamado à ativa quando uma nova ameaça surge para dizimar a Terra. Noo, o pior dos pesadelos, fora liberto pelos homens e agora quer de volta seu lugar. Para tanto se utiliza de mortos para impor sua dominação/extermínio.



Nosso herói, por sua vez, novamente comanda a Arcádia, recupera parte dos tripulantes e salva o restante do fuzilamento, inclusive Key (um dos melhores momentos). E, como em Harlock Saga, parte atrás de pistas até enfrentar Noo e seus seguidores. Realmente, o desenho tem grandes momentos de tensão e é capaz de criar cenas de terror raramente visto.


A música original de Seiji Yokoyama é substituída por um interessantíssimo blues, às vezes em solo de guitarra. O roteiro é muito inteligente, deixando margem para suposições. Por vezes, confunde, jamais prolixo. Não deixa de ser um jogo de gato-e-rato com o espectador. Da primeira à última cena nada se explica; cada um deve tirar suas conclusões.



Superior à Arcadia of my Youth (1982) e Harlock Saga (1999), significa que está muito, muito, muito acima da média. E o mais incrível: praticamente alterou o destino de personagens como Daiba e seu pai, como se a temporada de 1978 não tivesse existido!


Eis o valor de um bom roteirista: o de reescrever muito bem a mesma história várias vezes! É um mix de ‘filme cabeça’ com calafrios. Mas não tema nobre internauta, Capitão Harlock está do nosso lado!



3 comentários:

David Martins disse...

Fiquei curioso para ver! Uma pergunta: quem não viu nada da série e dos outros filmes pode apreciar bem o filme?

Taiguara disse...

A resposta é sim, dá para assistir essa minissérie sem ter visto as anteriores, até porque a história é parcialmente recontada.

A propósito, para quem quiser procurar as aventuras do Harlock na rede, uma boa sugestão é o site Meikai Animes:

http://www.meikai-animes.net

Lá, acesse "media" e depois use a opção de procurar.

Abraço!

David Martins disse...

Boa! Mais um anime na minha Lista-de-filmes-para-ver! Talves depois de Laputa: Castle in the sky ;-)

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