quinta-feira, 8 de julho de 2010

A MALDIÇÃO DA FLOR DOURADA



Quatermass





Quando assistir este filme do chinês Yimou Zhang não esqueça dos óculos. Não me refiro aos 3D e sim aos escuros, tamanha é a intensidade de cores, principalmente o dourado e o vermelho.






A Maldição da Flor Dourada (Curse of the Golden Flower – 2006) passa-se durante a Dinastia Tang (618-907 DC), quando o Imperador Ping (Yun-Fat Chow, excelente) retorna ao palácio, uma vez consolidado seu poder sobre a China.




A Imperatriz (Gong Li) trama contra ele. Segunda esposa e mãe de dois dos três filhos, deseja que seu primogênito suceda ao pai em lugar do filho mais velho.




Para tanto organiza um exército rebelde sob o símbolo do Crisântemo (flor dourada) e marca o ataque ao palácio durante as Comemorações do Crisântemo.





O lado fraco desta bela obra é justamente o enredo: dramalhão, se comparado à Herói e O Clã das Adagas Voadoras, do mesmo diretor.




A imperatriz está apaixonada pelo sucessor direto do imperador; este, namora sem saber a meia-irmã (que é filha do médico real com a ex-primeira esposa de Ping – e este último pensa que está morta).





Sabedor das escapadas de sua cara-metade, Ping determina ao médico real que adicione “fungo da Pérsia” na medicação servida à imperatriz, veneno que com o tempo enlouquecerá a espertalhona.





Deixando um pouco de lado este aspecto dramático-romântico mexicano, o filme é de uma beleza plástica estonteante: o ataque das tropas rebeldes ao palácio, onde o brilho dourado das armaduras contrasta com a noite é sem igual; assim como o ataque dos assassinos do imperador à residência do médico.


É outro diretor oriental que tem fascínio por grandes cenas de batalha, e a deste filme, com certeza é das mais belas, hematofobicamente falando.



Para falar a verdade, mesmo com as tolas intrigas palacianas, cada imagem deste filme lembra as obras deste diretor, ou seja, são verdadeiras pinturas em movimento, onde a intensidade das cores e a coreografia se complementam criando um conjunto próprio e impressionante.




Às vezes é difícil ser um mero comentarista, quanto mais um crítico de cinema, principalmente quando despojado de noções de artes plásticas.




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